segunda-feira, 28 de março de 2011


Sua nuvem atravessou o meu céu, mas ela tem uma cor diferente...

domingo, 27 de março de 2011

Que me caiba

A cama nova não me cabe
O quarto novo não me cabe
A vida nova não me cabe

Enquanto isso, sigo procurando um pequenino coração que me caiba...

sexta-feira, 25 de março de 2011

As coisas simples da vida



Um pai que ama um filho?
O filho que descobre o prazer inusitado?
Quem vê beleza no simples?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tive um sonho
Era meio azul
Cheiro de silêncio
Daqueles ensurdecedores 
Do qual não temos como nos livrar


No entanto a chuva lavava
Ascendia o calor por meus poros 
Acendia o calor em meu lóbulo

Acordei ofegante
Tenso, suado
Uns braços me agarram 
-Foi só um sonho- Ela disse
Vai passar
*
*

*
**


Passou

quinta-feira, 17 de março de 2011

Beatles x Restart



Sinceramente não vou entrar nessa discussão descabida. Sequer entrar no mérito de se o Restart é bom ou não, e vou quase cometer a heresia de dizer que eles são inovadores no sentido de tocar algo parecido com rock, sendo cantado como algo parecido com música sertaneja. Não estou sendo irônico, apenas constatando algo. Eles são ruins ao vivo? E quem nasceu bom em seu instrumento. Dando-se tempo, podem tornar-se bons músicos e o baterista me inspira um futuro promissor.

Aliás, futuro promissor é exatamente o ponto onde começa a questão. Sempre houveram bandas adolescentes, mas elas parecem não ter futuro. Por onde anda por exemplo as Spice Girls? Sem contar de quando muito, sobra um (Rick Martin-Menudos e Justin Timberlake-N'sinc). Apesar de serem bandas de curta duração, não vejo nisso um problema em si.

O grande problema é tocar Restart ou Justin Bieber o dia inteiro nos canais adolescentes e eles sequer serem capazes de perceber a lavagem cerebral que estão sendo submetidos. Não adianta sequer discutir isso com os fãs deles. Eles acreditam realmente que escolheram tais bandas. A única coisa que de fato me causa um certo desconforto são os fatos completamente verificáveis que vou relatar.



Enquanto o quarteto de Liverpool tinha seu primeiro filme com 4 anos de carreira, Restart com 2 tem o seu encaminhado. Justin Bieber com 3 anos de carreira tem livros e mais livros e um filme. O nome de um de seus livros me soa um tanto quanto audacioso: Primeiro passo para a eternidade. Não me recordo de títulos do tipo nem com Michael Jackson ou Madonna. Fiuk já consegue inclusive ter carreira solo depois de uma passagem pela banda Hori, e em seu livro, relata sua carreira. Keith Richards com 5 décadas empunhando as guitarras (literalmente em virtude das várias afinações que ele utiliza) tem a sua carreira recentemente relatada. Mesmo assim, já ouvi de um guitarrista e jornalista que ele é o maior picareta da história da música.

Sem contar cadernos, mochilas, tênis, lápis, sei lá o que mais, personalizado para vender o artista. Isso sempre existiu e mesmo jogadores de futebol tem bonecos ou álbuns de figurinha, mas hoje é numa velocidade e proporção que mostra o quanto a cultura ficou atrelada ao comércio. Vamos ver daqui alguns anos, quem continua produzindo.

Para finalizar, lamento apenas que a grande maioria das pessoas entendam sequer, nem que superficialmente, de estética (filosofia do belo nas artes) para optarem realmente por um caminho e não agirem como um rebanho...



É apenas o que eu acho...

terça-feira, 15 de março de 2011

Caleidoscópio XX

Enfim o sonho avança mais, e dessa vez não era sonho. A velha taquicardia pareceu aplacar-lhe o coração e de certa forma, causou um incômodo tão grande que a mulher ao seu lado levantou-se e ele inesperadamente sentou-se ao meu lado.

– Acho eu que já compreendeu que não pode alterar algo criado pela natureza ou alterar a vontade de alguma pessoa.
– Sim, entendi, mas aí começam as minhas dificuldades. Como posso alterar algo se não posso alterar a vontade de outra pessoa?

Ele se levanta e então percebo que havia chegado no meu ponto. Pensei por que ele desceria na faculdade. Seria professor? Por que ele não aparentava ser mais novo como todos os outros? Andava com um vigor descomum para a sua idade e achei que entraria no banco que ficava no campus universitário, mas ele simplesmente parou para brincar com uma criança. Se a mãe dele o conhecia, não sei, mas apostaria que ela nunca o tinha visto e ainda por cima não havia como não se deixar levar por aquele envolvente senhor.


A criança tinha uma pequena bola branca na mão que só podia ser de pingue-pongue. Aquele sorriso não saia-lhe do rosto. Ele tentava tirar a bola da criança que fazia cara feia para ele. O simpático ancião parecia se divertir com aquilo, mas a impaciência tenta interromper a aquele passatempo. 


- Como posso fazer alguém alterar a sua vontade?
- É o que estou tentando te mostrar meu jovem.
- Você está tentando pegar a bola desse menino, isso sim.
- E por qual motivo não consigo?
- Ele não quer.


Então ele leva a mão esquerda ao bolso e pega uma bola maior, colorida e os olhos da pequena criança brilham. Seus pequeninos braços se esticam tentando alcançar a nova bola, enquanto a de pingue-pongue é solta no chão. Ele então entrega a nova bola ao garoto e pega a branca, levantando-se com um sorriso no rosto. Devolve a bola para a mãe e diz para ele:


- Viu como é simples?



Ele tira uma outra bola envolta em um pedaço de papel e atira-a para o alto. Ela alcança uma velocidade impossível para alguém daquela idade e quando cai no mesmo local em que ele deveria estar, ela quica no chão vazio. Ainda sem entender ele pega a bola. Desembrulha o papel que tinha uma breve pergunta:


- Entendeu?

sexta-feira, 11 de março de 2011

Rubens Curi



Ator, diretor, escritor, artista plástico, cantor, coreógrafo e vídeo artista. Um artista multi mídia, e antes de tudo, apenas um ser humano que se transforma com o passar do tempo. Um artista que sabe se levantar após cada queda, como uma que o afastou da dança em acidente em pleno palco vários anos atrás.

Rubens é sobretudo um inquieto. Um ser pensante que transforma sua filosofia e idéias em arte. Que seja desconcertante no sentido de não trilhar caminhos óbvios e sim, fazer o apreciador de sua arte pensar sobre o mundo e conceitos ao seu redor, se assim for preciso. Assim é o homem que permite-se o direito do ridículo.

O espetáculo "Pegasus II" não é nada mais do que isso. Uma criação baseada nas próprias conclusões de sua vida. A referência da mitologia grega para libertar-se dos grilhões que aprisionavam Pegasus por Medusa que o deixava paralisado. Era como Rubens sentia-se por volta de 2007. Estagnado, aprisionado dentro de sua zona de conforto, onde padecem inúmeros telespectadores. Como foi dito, a idéia de Rubens Curi é chacoalhar as pessoas.



Os textos são escritos pelo próprio. As canções, de vários compositores, passeando por quatro diferentes idiomas, e falam de liberdade, autoridade, corrupção, saudade, consciência, amor, medo, humanidade,... sempre instigando e questionando, provocando a reflexão. As canções são interpretadas à capela com o intuito de fugir do óbvio. Ele se permite explorar pausas, tempos, nuances e estados interpretativos em constante mutação.

O espetáculo tem estréia no charmosíssimo espaço projetado em sua casa, que demosntra o quão inquieto e produtivo é nosso artista em questão. 
Onde? Nova Casa Do Rubens - Largo do Paissandu, 51, AP 1602A, Centro, São Paulo/SP
Quando? Terças-Feiras – a partir de 22 de março – (15 e 16/março: estréia para convidados.)
*Para outros dias, agendar grupos com antecedência. 
Horas? 20h00 (aberto a partir das 19h00 – com boteco)
Capacidade? 30 pessoas
Quanto? R$ 40,00 – A meia, R$ 20,00, é para TODOS - Quem desejar pagar qualquer valor entre a meia e a inteira, fique à vontade.

Para IMPRIMIR flyer com desconto:  FLYER COM DESCONTO
Próximo Metrô República e São Bento – Estacionamento 24hs na Av. São João, 597


terça-feira, 1 de março de 2011

Quando o altruísmo se torna um mal

Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo beneficiam outro trazendo algum tipo de prejuízo para o próprio segundo o Wikipedia.



Essa definição me fez enxergar de forma completamente diferente tal palavra e seu significado. O excesso de bondade para com o próximo pode ser prejudicial à quem a faz. Embora nobre em teoria, e almejado por budistas, religiosos e pessoas preocupadas com o próximo, ela ilustra um velho ditado que "bonzinho só...". O que acontece na prática é que essas pessoas convivem com outras que não possuem esse tipo de conduta. Quando de encontro com um egoísta então, eles tendem a se dar mal por muitas vezes.

O altruísmo não é exclusivo dos humanos. Esse comportamento pode ser encontrado em outros mamíferos, mas se quiserem se aprofundar sobre a questão, saibam que existe inclusive teorias e estudos entre cientistas, biólogos e filósofos não apenas tratando do altruísmo, mas o colocando de frente com o egoísmo e as discussões são sempre acirradas, mas voltemos a parte de ética, de conduta.

Na doutrina comtiana, o altruísmo pode apresentar-se em três modalidades básicas: o apego, a veneração e a bondade. Do primeiro para o último, sua intensidade diminui e, por isso mesmo, sua importância e sua nobreza aumentam. O apego refere-se ao vínculo que os iguais mantêm entre si; a veneração refere-se ao vínculo que os mais fracos têm para com os mais fortes (ou os que vieram depois têm com os que vieram antes); por fim, a bondade é o sentimento que os mais fortes têm em relação aos mais fracos (ou aos que vieram depois).

Na verdade, estou apenas colhendo argumentos para tecer uma percepção que tenho tido ao longo de minha vida. O altruísmo é algo lindo entre altruístas, mas meus companheiros que compadecem dessa benevolência para com o próximo são sempre passados para trás. Colhem um mal para si como é colocado no início do texto. Algumas pessoas causam mal aos altruístas por mera falta de percepção, ou cuidado para com eles. Outros por serem maliciosos e aproveitadores mesmo. Resumidamente, o que quero dizer é que se você é um altruísta, apenas tome cuidado ao cruzar com os egoístas.

Ser altruísta é sim ser pacífico, mas não ser paspalho. É ser sereno e isso não significa aceitar tudo o que lhe façam.


É apenas o que eu acho...