segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Leo Cavalcanti

Sinceramente pensei em começar falando que Leo Cavalcanti era uma aposta de um grande artista que estaria surgindo. Não apenas cairia em um clichê, mas em um equívoco. Leo não será, já é.


O mundo da música hoje é um grandioso e vasto jardim. Muita coisa boa, bonita. Muita coisa de se apreciar, mas de repente no meio de uma plantação de trevos você encontra um de 4 folhas. Assim é Leo Cavalcanti segundo meu ver.

Baseado em que posso acreditar estar falando a verdade? Achas que posso ter viajado? Posso, mas não viajo só, segundo a extirpe dos artistas que dão a sua opinião sobre o tal rapaz.






Fernanda Takai: “Ele é um novo cantor/compositor/músico/produtor (ufa!) dos mais talentosos que ouvi nos últimos anos. Composições de primeira e muita personalidade no jeito de cantar. Não sei explicar a mistura, e isso é bom!”
Arnaldo Antunes: “O disco do Leo não se parece com nada que eu tenha ouvido... Fiquei surpreso com o acabamento do disco, com a sua densidade, suas camadas.  É um trabalho ambicioso, no bom sentido, que é o de buscar algo grande, um repertório original, único”.
Adriana Calcanhotto: “Leo tem uma linda voz. De extensão incrível e afinação precisa. É um enorme talento. Suas composições são tão bem elaboradas que não se parecem com nenhum outro artista. Não há nada sendo feito com esses moldes, o que para mim é a maior das suas qualidades.

Se por acaso, não se convenceu, experimente jogar o nome do rapaz em seu buscador na internet e veja que seu nome já circula por grandes jornais e revistas. Já tem feito shows fora do país e seu disco foi eleito o melhor de uma lista de cem discos provenientes de 2010.
Quer saber mais? Isso é apenas a minha opinião e é realmente fácil falar de nomes consagrados, mas daqui uns anos, acredito que muita gente vai lembrar desse rapaz e não dessa matéria. Para terminar de polemizar, você pode conferir a performance ao vivo do rapaz nessa quinta-feira, dia 24 de fevereiro no Sesc Pompéia apartir de 21:00h, mas você pode dar uma conferida no som antes de embarcar nessa viagem da qual eu vos convido. Estarei lá com certeza.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

The Dust Road

Você de repente liga o som e sente toda a atmosfera do blues/rock setentista. Um som muito bem feito e tocado. Diria até que conhece algumas boas bandas que estão ali no mesmo nível, mas se prestar atenção e ver que seus músicos rondam os vinte e poucos anos, tudo pode mudar. Óbvio que nada é por acaso. Apesar da pouca idade do quarteto de Manaus, a banda chega ao seu sexto ano com um som surpreendentemente coeso para a idade dos músicos. A formação se estabilizou em 2007 e agora eles começam a rodar alguns festivais e estados fora da sua terra natal.




Tendo desbravado os melhores palcos e aplausos de Manaus, The Dust Road começa a adentrar novos palcos e participando de festivais por Roraima e Rondônia. Ontem (18.02.11) tocaram Grito Rock Manaus. A banda que já abriu para Dado Villa Lobos no Sesc Fest Rock Roraima, aportará na capital tupiniquim dia 11 de março para a edição de Brasília do festival Grito Rock. Aos poucos, eles provam que a competência pode levar uma banda de rock da improvável Manaus à qualquer outro palco.

Segue abaixo a apresentação do Underfestival realizado em São Paulo ainda no ano passado.



Quando eu tinha a idade deles, diziam que o rock estava morrendo, mas esses bruxos tiveram aulas com Ten Years After e Hendrix entre outros, perpetuando seus acordes, e assim, eles tocarão felizes para sempre.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Passatempo

...e passa o tempo


Implacável, o tempo chega da distante Dublin para Bono Vox.
Nosso querido guitar hero Slash me faz pensar se ele tem parentesco com Elimar Santos.


É. O tempo é cruel até com eles, assim como é comigo ou você.
Eu só não sabia que o Inri Cristo era o Robert Plant...



Se você quer ver vários outros artistas, faça como Chapolin Colorado.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Saudades da minha sanidade!

Autoretrato


Sana idade
in sanidade
Do tempo em que eu não contava as idades

Cidades
Honestidades
Castidades

Imaturidade que me fazia feliz

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Podia ser a felicidade

Sigo pela estrada escura. Agradavelmente fresca e silenciosa. Ela estava no contra-fluxo de minha mente que estava presa em um engarrafamento ferrenho. Lutava um pouco contra a fome para continuar prosseguindo e chegar em uns restaurante grande e movimentado que eu já conhecia. Isso deveria levar mais uns 20 ou 25 minutos. Esqueci do tempo por lembrar dela. Esqueci dela para enxugar as lágrimas que escorriam minha face. Esqueci delas quando cheguei no restaurante e vi que demorei um pouco mais do que pensei. 38 minutos para ser exato e lembrei então que minha fome era colossal.

O restaurante estava muito movimentado para o horário. Olhei nesses relógios de parede que todo estabelecimento costuma ter e ele acusava 4:52h. Não era preciso ser gênio para perceber que aquele povo estava praticamente junto. Uma excursão. Algo do tipo. Adolescentes bonitos que deveriam gastar de mesada o que só fui conseguir aos vinte e tantos trabalhando feito uma máquina. Não lamentava isso no entanto. Aprendi algumas coisas que eles jamais aprenderão, assim como o contrário.

Pedi um sanduíche natural e um suco de laranja e dividi uma mesa com um senhor que parecia não fazer parte da turma. Por cima de seus ombros via a turma animada comendo, brincando, rindo. Isso eles só saberiam o quanto era bom quando não mais tiverem uns aos outros. Existia uma no entanto mais calada na mesa exatamente atrás dos ombros do tal senhor. Primeiro achei que ela apenas era mais quieta. Depois percebi que ela tinha uma idade bem superior aos garotos. Prestei atenção ao grupo e percebi mais 3 na mesma faixa etária e pensei ser mais do que óbvio alguém mais experiente para supervisionar aquelas pululantes vidas.

Houve uma hora que achei que ela também me notava e apenas por isso pedi uma salada de frutas. Queria mais alguns minutos olhando para aquela garota para enfim voltar para a minha vida, mas chegou a hora de enfim partir. Não fazia sentido para mim ficar mais tempo ali por nada. Levantei, dirigi-me ao caixa e pude receber um leve sorriso acompanhado de um par de olhos que demonstrava por um lado um certo constrangimento. Uma leve taquicardia e nervosismo juvenil aposou-se de mim. A essa altura, já havia cerca de 8 ou 10 do lado de fora correndo e brincando do lado de fora.

Nessas coincidências que você agradece aos céus por ter acontecido, entro em meu carro que estava exatamente parado na frente dela e o vidro me deixava ver que ela continuava olhando. Fiquei mais nervoso e até demorei para ligar o motor. Fingi estar mexendo no celular, mas sentindo-me ridículo dou a partida do carro e dou uma última olhada para ela que mudamente gritou-me um chamativo tchau. Pensei em parar o carro e ir falar com ela, mas enfrentar um batalhão de adolescentes não era a minha idéia para o momento. Culpando-me manobro o carro e viro-o para a estrada que deveria ser vencida. A última olhada no retrovisor me fez ver que todos se dirigiam ao caixa, ou a saída. Exceto uns outros poucos clientes dos quais o senhor de minha mesa e ela. Praguejei-me de todas as formas por não ter percebido que ela simplesmente não fazia parte do grupo e estava só também e hesitei voltar ou não. 

Apenas na auto estrada decidi-me por voltar. Nada de retorno e não fosse ela dessas com um canteiro central em forma de um pequeno canal e o teria atravessado. Deve ter demorado uns 12 minutos entre eu achar o retorno e estar de volta onde a tal garota estava. Parei exatamente no mesmo ponto já percebendo que ela não estava mais na mesa. Algum tempo depois constato que no Caixa também não e esperei cerca de 15 minutos para ver se ela surgia do banheiro ou qualquer outro canto. Quem surgia no horizonte ao meu lado direito era o sol. Sabia que tinha vacilado e adentrei o carro para ganhar a meia hora perdida com minhas estratégias e conclusões erradas.

Pensei em correr, mas estranhamente vim mais devagar ainda. Parece que algo realmente bom tinha me aparecido na vida e eu simplesmente havia deixado ela passar. Sim, podia ser a felicidade e deixei ela ir encontrar outra opção na vida.

De toda forma, estava chegando na grande São Paulo com seus vinte e tantos milhões de habitantes. Muitas outras oportunidades passariam e eu teria que saber agarrar...

Foto por Demétrius Carvalho