quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Últimos dias de Ron Mueck na Pinacoteca

Parece que sim. Estamos em uma fase onde as pessoas estão mais interessadas em cultura? As exposições estão mais acessíveis? O importante é a selfie para as redes sociais? Tudo isso ao mesmo tempo?

Nunca é tão simples responder algumas questões, mas desde as exposições de Kubrick e Bowie no Mis, as exposições tomaram uma popularidade que impressiona pelas filas. Nas exposições de Dali no Instituto Ohtake eu já havia esperado 2h45 para entrar na exposição. O mesmo aconteceu em plena segunda de carnaval com Ron Mueck na Pinacoteca do estado. Vale a pena ir? Sim, muito, mas leve um livro, algo para estudar na fila e uma boa disse de paciência.

Dentro do prédio na verdade você vai encontrar apenas 9 obras e um vídeo de 52 minutos. Digamos que você não tenha vontade de ver o vídeo e não perca muito tempo com a análise das obras e em 20 minutos acaba a exposição para você.

Ron é australiano e filho de uma família alemã fabricante de brinquedos onde ainda criança teve contato com técnicas de criação de bonecos. Seu trabalho é assombroso no quesito realismo. Não fosse as escalas alteradas para mais ou menos e algumas pessoas jurariam ser pessoas reais.


A primeira obra vista, nada mais é do que seu auto retrato. Não entre na sala, veja e saia. Contorme a grande máscara e atente aos detalhes.



Já Drift (a deriva) mostra um homem em  em uma imensidão azul.


Young couple mostra um jovem casal e também impressiona nos detalhes, mas por incrível que pareça, também nas sensações psicológicas que parecem se alterar enquanto você rodeia e analisa a obra.


As sensações psicológicas não param com a imparcialidade da face dessa mãe carregando compras ou da solidão do homem no bote abaixo:



Infelizmente a quantidade de pessoas na exposição não permite que você possa ver de longe essa obra para te remeter a solidão. Uma vista lateral de longe com a iluminação projetada para essa sensação seria a situação ideal, mas tem sim a invasão da selfie generation atrapalhando. Abstraia e e concentre na obra de Ron que pode ser provocadora cono em um grande frango morto e depenado pendurado. Os detalhes dos músculos mortos e flácidos. O corte dilacerante em sua garganta não possuem compromisso com uma zona de conforto. Pode ser indigesto para algumas pessoas e sensacional pela perfeição.


E o que nos quer passar Ron com a mulher com galhos e nua ou o jovem com um corte profundo na altura de suas costelas? Falar de riqueza dos detalhes a essa altura é chover no molhado:



No final, o simpático casal debaixo do guarda-sol nos faz sentir pequenos. Eles são enormes e as riquezas nos detalhes em coisas sutis como a pele retesada no braço com a mão de seu companheiro repousada sobre ela. A aliança apertada, as unhas dos pés. Não se canse de procurar detalhes.



Apesar desse fenômeno pop que está acontecendo, vale a pena esperar a fila, pessoas sem educação mais preocupadas com a própria selfie. O único senão que eu teria especificamente nessa exposição na Pinacoteca é que existe uma fila para idosos, gestantes, crianças de colo, pessoas com dificuldade de mobilidade e existe o velho jeitinho brasileiro. Mesmo essa fila é grande e tão grande estão que as filas começam do lado de fora da Pinacoteca, mas quando estava perto de entrar, era possível ver carros entrando para estacionar com pessoas com esse privilégio da fila preferencial. Eles deveriam então sair para a sua fila, mas já estavam ali dentro e furavam a fila preferencial entrando em dez ou quinze minutos. Isso seria um ponto falho na organização da Pinacoteca, o restante, eu acho que está valendo e mesmo eu, tirei minha selfie depois de apreciar toda a exposição (e a primeira obra não seria um tipo de selfie?)



E exposição se encerra dia 22 e é bom conferir horários especiais expandidos para que você consiga ver.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Feliz ano novo (ou a delícia e a praga que é o carnaval)

Sabe aquele monte de promessa feita no começo do ano?

Digamos que você tenha feito uma lista de afazeres. Quanto dela já andou?

óbvio que não precisa ser seguida ao pé da risca, mas sendo hoje dia 18 de fevereiro, temos já 13,42% do ano transcorrido, então se sua lista não está nem em 10%, saiba que você está atrasado em seu compromisso com você mesmo (e olha que com o estimulo do fim do ano, ela pode estar além disso).

Então temos o carnaval nessa vida de alegria e atraso de nosso Brasil. Não condeno de forma alguma o carnaval, mas que a sensação de que finalmente o ano começa é confirmada entra ano, sai ano...




P.S.: Longe de mim querer ditar regra e se alguém souber de algum bloco ainda hoje, pode me chamar ok?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O que representa a morte de Tomie Ohtake?


Mais especificamente, o que representa a morte de Tomie Ohtake para mim?

Para ser sincero? Uma reflexão e um profundo respeito por uma pessoa que se vai.

Embora seja da área das artes, eu desconheço quase que por completo sua obra. Vergonha por isso? Sinceramente não. Não existe tempo no mundo para se conhecer tudo. Não conheço todos os músicos do mundo. Para ser sincero? Existem músicos que cravaram seu nome na história e mesmo assim, eu que estudo e pesquiso sobre música, não consegui ouvir todos, logo, não posso ver demérito algum em não conhecer a obra dessa artista que se foi.

Quando seu nome me surge, o prédio do Instituto Tomie Ohtake me vem na memória e eu acho ele  uma verdadeira obra de arte, mas nem o prédio foi projetado por ela e sim por seu filho.

Onde quero chegar com isso?

É que me espanta, me incomoda de certa forma, a comoção causada por ela nas redes sociais. Estão falando do assunto da semana ou de fato conheciam a artista?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dia do frevo

Para começo de conversa, existe uma controvérsia sobre o dia do frevo. Se você der uma pesquisada, pode encontrar a data de 14 de setembro como a data onde o ritmo é celebrado, mas se em Recife a comemoração se da em 9 de fevereiro, quem sou eu para discordar dos irmãos pernambucanos?

O frevo é um ritmo genuinamente brasileiro onde temos também a dança específica para esse ritmo e ela nasceu em Pernambuco da fusão de marcha, maxixe e até elementos da capoeira.

Declarado patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, o frevo tem origem em Recife no final do século XIX e tem um andamento acelerado. A prática de disputa entre os blocos de rua faziam com que seus andamentos fossem cada rápidos e as execuções das peças definitivamente não são para músicos de primeira viagem.

A palavra frevo vem de ferver que por corruptela, frever e seu significado é efervescência, agitação, confusão, rebuliço, apertão nas reuniões de grande massa popular nas ruas.

O grupo Efrevessência percebendo a riqueza desse ritmo genuinamente brasileiro tem seu trabalho pautado em música instrumental que dialoga com outros ritmos mas que tem o frevo como sua mola propulsora.

Afaste os móveis da sala, pegue sua sombrinha e arrisque uns passos que o Efrevessência garante a música:


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Palmeiras x Corinthians



Prometo não me manifestar sobre resultado do jogo, seja ele qual for, após a peleja.

Venho aqui apenas desejar sorte ao ex-popular esporte. Pelo menos do ponto de vista financeiro...

O ingresso mais barato se você não é sócio torcedor? R$100,00 Da para alugar uma tv à cabo e ver todos os jogos de seu time não é?

Não existisse apenas esse verdadeiro legado da copa que são esses preços completamente excludentes, temos ainda um confrontamento no mínimo no terreno da piada e escárnio para com o adversário e que pode chegar ao confrontamento físico. Foi-se o tempo em que torcedores adversários podiam caminhar no meio da outra torcida e na boa, penso que regredimos desse ponto de vista.

Entre meus amigos próximos, é conhecida uma história da qual cai sem querer no meio da torcida do Santos com a camisa adversária. Senti medo, mas pensei, isso está errado.

O futebol me da o direito de dentro desse território poder xingar e ser violento com o próximo?

Eu só queria que hoje, houvesse um bom espetáculo dentro das 4 linhas, mas ouvir qualquer coisa que ultrapasse o campo de jogo, infelizmente é normal...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Red Zone

Final de 2014, começo de 2015 e aquela chuva de frases de efeito sobre o que fazer de diferente no ano vindouro. Não que eu não pudesse fazer o mesmo e já devo ter feito em outro momento de minha vida como posso vir a fazer numa situação futura, mas dessa vez resolvi fazer em vez de apenas falar.

A "Red Zone" não é nada mais do que uma simples parede vermelha com um puff também vermelho que muitas vezes se confundem no qual qualquer outra coisa torna-se facilmente contrastável. O que fiz? Resolvi fazer uma brincadeira onde todas as pessoas que passam pela minha casa (desde que queiram entrar na brincadeira) sejam fotografadas nesse mar vermelho. Conhecendo-se ou não. Nada, exceto esse vermelho liga as pessoas. O máximo que tentei fazer, foi buscar um momento, uma posição não convencional. Várias das fotos são feitas enquanto a pessoa ainda conversa comigo e quando ela começa a se preparar para o clima, a foto já está feita. Houve uma ocasião em que um único clique foi o suficiente, enquanto em outros casos, pode-se der deflagrada algumas dezenas de imagens para juntos escolhermos uma. Só publico se a pessoa estiver de acordo e estiver satisfeito com o resultado.

O que isso tem a ver com o final de 2014 e as frases de efeito? Bem, eu não proclamei frase alguma, apenas tive essa ideia para encontrar, reencontrar e olha lá se não conhecer gente através da "Red Zone". Bater um papo, tomar um café, encontrar as pessoas e principalmente viver uma vida fora dos computadores (ok... se não fosse a vida nos computadores, provavelmente você não tomaria conhecimento dessa minha intervenção, mas acredite, tem coisa interessante fora dela).

A intervenção artística por mim pensada é de cunho "produção zero". Sem iluminação, o que faz com que as fotos tenham que ser tiradas entre 7 e 19 horas e tiradas de meu celular. Como tenho vários amigos fotógrafos, vários ofereceram suas lentes para enriquecer a brincadeira, mas eu bati o pé. É uma desculpa para ver as pessoas com produção zero e até para manter a unidade entre as fotos já tiradas.

A próxima pessoa a ser mirada pela minha lente é Vanderson Santos que é um dos "cabeças" do site Mundo Blá . Falar e ver pessoas tem sido algo cada dia mais raro e fui radical. Quarta-feira é o dia oficial para que eu receba as pessoas para interagirem com a "Red Zone". Não que não possa ser feito qualquer outro dia, mas quarta tornou-se o dia para fazer isso. E embora eu não tenha projetado isso, as pessoas me encontram dizendo que querem por aqui aparecer.

Você é o próximo?