sábado, 30 de outubro de 2010

Mr. Bungle- Pink Cigarette

Percebo que com o tempo, meu blog foi se redirecionando e já não sinto necessidade de falar que o que eu acho é apenas o que eu acho. No entanto, estou acostumado por trilhar caminhos estéticos não tão populares. Lembro-me no entanto de uma disciplina na faculdade chamada estética. Questionava-se o belo. Em história das artes por vez, era traçado um paralelo entre artistas de dada corrente. Notava-se que a literatura barroca, tinha algo relacionado com a escultura, com a música. Era simplesmente o pensamento de uma época e de alguns artistas.

Se no cinema, temos Tim Burton flertando com a bizarrice, Mark Ryden nas artes plásticas com esse mesmo senso, poderia dizer que Mr. Bungle o faz sonoramente:


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Iludido, acredito

Esse ou aquele?
Angústia
Medo
Ah, mas eu posso ambos

Tudo posso
Então não escolho de fato...
Embalo apenas o capricho de uma pseudo escolha
Vivo inebriado em meu mar de mentiras





Ilusões das quais desconheço
Logo, acredito ser verdade
Sempre escolho o melhor
Sou o melhor
É mentira

Sinto-me como o gado no final das contas
Pasto tranquilo e sem o menor esforço de alterar minha rotina

domingo, 17 de outubro de 2010

Joe Cocker - A Little Help From My Friends - Woodstock 1969

Resolvi postar o que eu acho que foi umas das maiores interpretações já registradas na vida.
Hospedado no You Tube, o vídeo tem mais de 5 milhões de visitas e registra Joe Cocker tomando para si uma música dos Beatles. Música pra mim é emoção e nada mais...





É apenas o que eu acho...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bálsamo

imagem google

A dor é bela
A tristeza é necessária

Como sentir a plenitude da felicidade se 
eu nunca tiver caminhado de mãos dadas com a desesperança?

Ela é simpática
Sorri-me
Necessário uma luta incessante para deixa-la
No entanto ela te sorri

Sabe que quando estiveres só
Apenas ela beijará minha face
Gélido e penetrante

Devo correr e por mais que me esforce
Ela está ali

A felicidade é-me rara
Não sei se ela é ocupada, mas sempre desaparece

Resta-me agradecer todas as visitas de desesperança
Para saber que escolhi o caminho mais difícil
Ser feliz parece ser utópico
Mas parece ser um bálsamo mesmo em dias difíceis









P.S.: Não escrevo para os outros... escrevo apenas para curar-me!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Carta de amor



Para a minha,

As vezes nem eu mesmo entendo o que acontece entre nós. Estamos separados por alguns quilômetros, algumas cidades... alguns estados na verdade. Poderia ser qualquer uma, mas é você. Aos meus olhos, desfilas, e o cenário por onde deixa seu frescor é apenas para emoldurar o alvo de meu maior sentimento. O maior e mais devastador que se pode ter por alguém que é o sentimento de não mais importar-se consigo, mas com o próximo.

Na verdade é tudo muito simples: Queria poder estar ao seu lado agora, afinal sem seus cabelos entre meus dedos, sinto-me só. Apenas por todo o sempre eu te queria. Envelhecer ao seu lado e continuar achando que tens o sorriso mais bonito. Doce como um anjo. Tenho-te em cada sonho, em cada noite, buscando você por entre bosques para ter o seu abraço ao final. Estar ao seu lado é estar feliz mesmo quando as lágrimas de uma dor traspassam o meu coração. 

Não posso defender que ajo pela razão, mas sinceramente, onde cheguei com minha racionalidade? Quero ter a certeza de ter feito a loucura certa por você. Contra qualquer distância e qualquer empecilho. Quero que sejas a poesia da minha vida. Já não posso crer que exista vida sem sua poesia ou mesmos suas frivolidades. Queria-te eternamente feliz, mas quero estar ao seu lado no dia em que assim não se sentires.

Quero apenas sorrir e te fazer sorrir eternamente. Quero sentir que minha vida fez sentido, pois longe de você, não sinto. Quero sentir teus lábios sentindo os meus. Quero ouvir a mesma música por noites e noites sem fim e imaginar você. Não sei se já amei na vida, mas você desperta todo esse roteiro em uma história que só pode ter o melhor dos finais...




Do seu.

domingo, 10 de outubro de 2010

Praia da esperança



Era um dia bonito. O vento fazia as folhas das palmeiras dançarem produzindo uma gostosa canção em nossos ouvidos. O sol esquentava e a as ondas refrescavam aquela dezena de pézinhos sentadas na beira do mar. Ninguém falava nada. Todos com os olhos atentos naquele que deslizava em sua prancha dentro da mar. Ele era o melhor. Suas manobras eram as melhores. Inquestionáveis. O pequeno grupo se reunia todos os dias quando ele chegava. Uma palavra ou outra. As vezes um levantava para pegar uma água de cocô, ou comentava com o garoto ao lado aquela nova manobra.

Havia dias que ele ficava menos de duas horas no mar e mesmo em dias em que beirava 5 horas, a cena não se alterava muito. Depois que ele saia do mar, tudo se transforma. Uns iam  para dentro do mar, outros jogavam bola e sempre tinha um garoto que o acompanhava ao fim. Queria conversar com ele. Na maioria das vezes, passava tanto tempo com ele que não conseguia entrar na água para arriscar suas manobras. Ele era o mais franzino do grupo e sem treinar, seus amigos realmente não acreditavam que ele pudesse ser bom.

Os anos passaram-se e nosso herói marítimo se aposentou. A maioria dos pequenos garotos haviam tornado-se já adultos. Estavam entre 18 e 21 anos e logo apareceu um outro surfista que se destacava. Embora ele fosse realmente muito bom, todos comentavam que ele não chegava perto de seu antecessor. Na frente deles no entanto, ele era realmente muito bom. O grupo não passava mais horas vendo o novo dono do mar. Estavam ali lado a lado dele e quando saiam do mar ficavam discutindo manobras. Menos ele que ia na cabana do herói.

No grupo falava-se também que se nem o novo dono do mar era capaz de vencer o herói, ninguém jamais poderia fazer isso. Mais uns anos se passaram e de fato nenhum deles conseguia chegar perto do dono do mar. O franzino rapaz acabou sendo de fato o mais magro na frente dos outros e com o passar de uns dois ou três anos, alguns começaram a desistir. Três deles pararam por total e tirando mais uns dois ou três, o restante parecia ter o seu nível cada vez mais baixo. Finalmente o franzino chamava a atenção deslizando suas ondas e todos os outros diziam que era por que todos estavam parando ou desistindo. Sobrava apenas ele. Todos riam dele. Ele também ria de seus amigos e voltava para a cabana do herói...

Final do circuito mundial de surf. Na bateria final o dono do mar e a surpresa do campeonato. Todos estavam impressionados com a surpresa, mas sabiam que a vitória seria do dono do mar. Todos, menos duas pessoas...

45 minutos depois e 3 ondas para cada um dos concorrentes e ninguém podia acreditar no que havia acontecido dentro daquele mar. As melhores ondas surfadas em todos os tempos. As notas finalmente superavam as notas do herói. Incrédulos, todos ovacionavam a surpresa do campeonato e finalmente ele chega ao pódio para receber o troféu do melhor de todos os tempos. O herói se aproxima dele com os olhos marejados de lágrimas e entrega-lhe o troféu. Com microfone em mãos pergunta-lhe:

– Conte-nos franzino indomável como conseguiu fazer isso.
– Todos os dias quando eu ia em sua cabana, você me incentivava dizendo que enquanto eu tivesse esperança, poderia chegar onde quisesse...

Enquanto se abraçam com lágrimas correndo-lhes a face, seus amigos, o dono do mar e todos os outros aplaudiam o Franzino Indomável...

sábado, 9 de outubro de 2010

Distâncias



Sempre viajei 
Criei minhas perspectivas 

A melhor hora para sair
A melhor forma para cochilar
A melhor música para ouvir

A janela como um filme sem fim
Quanto mais distante
Mais vívido tornam-se esses sentimentos
E como me cansam as pausas para descansar

Essa noite descobri a maior distância que pode haver
A distância entre seus olhos e os meus
A distância entre meus dedos e seus cabelos

A distância entre o êxtase e a melancolia
A distância entre a cabeça e o coração



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Salvando o dia


Acordo poucos minutos antes do meio-dia. Não fosse a insônia habitual e teria dormido bastante, mas acostumei-me a ver o céu mudar a sua cor. Ainda antes de levantar-me, percebo que outra companheira sempre presente em minha vida também estava ali, mas dessa vez parecia vir com marretadas em minha cabeça. Letargicamente enfio-me debaixo da ducha tentando sentir um pouco de prazer em minha vida. Mas a tristeza que me obrigava a sair dali poderia enfim ser consolada enquanto eu apreciava o meu desjejum...mas não o apreciei. Aquilo era um presságio de que meu dia realmente seria enfadonho. Na caixa de correios, uma multa de trânsito que terminaria por minar a minha saúde financeira. A física devo ter perdido uns 4 ou 5 anos atrás em um boteco e a mental não deveria ser eu a pessoa a julgar.Ainda existia uma busca por algo que reconforta-se o meu dia.

A música. Sim...sempre ela. Peguei os fones de ouvidos que foram acoplados ao meu celular. Ao menos isso me congelava em um mundo paralelo e juntamente com meus óculos escuros e uma cara de poucos amigos e ninguém ousaria falar comigo pelo menos até chegar aquele banco onde eu teria que vestir a carapuça de simpático caixa. Extremamente irritante ser agradável a força. O volume tinha que estar razoavelmente alto para as pessoas pudessem perceber o quanto eu era malvado. Rage Against The Machine fazia bem sua função. Acho que meu som empolgou São Pedro. Enquanto Zack de La Rocha berrava "Bulls on Parade". O Santo provedor das águas derramou toda a que podia sobre a minha cabeça.


Foto por Demétrius Carvalho

Resultado: Adentro o metrô já sem o som ou os óculos escuros. Isso era desesperador naquele momento. Estava sem disfarce e completamente a mercê de qualquer criatura simpática. Lógico que ela apareceu em forma de uma encantadora senhora que simpaticamente conversava comigo. Droga. Pelo menos no banco eu era pago para ser legal e simpático, mas ali. DROGA! Os poucos minutos até a minha estação pareciam não ter fim. Finalmente quando chego no banco e checo minha conta, vejo que uns depósitos não haviam caído. Lindo. Não teria dinheiro para pagar o aluguel e 10% a mais amanhã, somado a multa de trânsito era quase dar um tiro no pé e alguém dizer para você sorrir. Acho que era bem por aí. Nada naquele dia era capaz de espantar essa nuvem negra de minha cabeça.  

Finalmente estava eu ali dirigindo-me ao caixa para ver e manusear dinheiro o dia todo. 1% do que girava em minhas mãos por dia era o suficiente para solucionar meus problemas. Para piorar, logo no primeiro cliente, pego um que não entende algo em relação a sua conta de celular e simplesmente ele não entendia como eu poderia não entender da conta dele. Confesso que por uns 5 segundos não escutei uma só palavra do que ele estava berrando sobre mim. Não foi pelos gritos que afastei-me um pouco, mas sim pelo fato da minha elegância paga pelo banco que não permitiria que eu dissesse que ele não precisava me cuspir. Quando afastei-me, levantei novamente a cabeça e em seu peito, um brochê do time que eu mais odeio. Como o banco não me pagava pelos meus pensamentos, vi-me arrancando a caixa registradora e saltando por cima da cabine que nos separava. Em minha cabeça isso era em câmera lenta e em silêncio profundo. O som só se restabelecia para ouvir o som do sangue escorrendo-lhe da testa bem vermelho em um enquadramento preto e branco. Devo estar vendo muito filme do Tarantino...melhor voltar para a vida real.

O cliente (não podia chamar aquela anta de animal) ainda berrava e o sinal sonoro em meu celular de que uma mensagem chegava foi uma covardia. Não havia pior hora, local para receber essas mensagens. Peguei a conta da mão do infeliz como quem fosse tentar entender o seu problema. Era a forma que eu era pago para mentir. Dobrei apenas para a área restrita do banco. Nem olhei para a conta. Já sabia que lhe diria que ele ia ter que entrar em contato com a operadora. Queria apenas ver a mensagem em paz.

Oi Querido. Acordei pensando em vc. Acho que me enfeitiçou.  Não vejo a hora de acabar seu dia pra eu te fazer carinho...

Parece que um banho de bálsamo em um dia de spa arrebatou-me aos céus de tal forma que nem mais senti o dia passar.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Confessionário

Confesso
Tristeza não tem hora pra chegar
Bem verdade que também não sabemos quando se vai
E se vai 
Isso realmente pode piorar tudo

Confesso
Um gesto equivocado
A hora errada
Uma palavra mal dita
Uma palavra maldita

Confesso
Perco a vontade de continuar
Olho ao redor e vejo coisas piores 
Poderia ser pior
Só me resta sorrir




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ela espreita-me.
Ela?
E esse capuz negro?


Eu não sei.
Não me pergunte.
Só terei mais perguntas...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Marginais e criminosos


Na verdade, fiz questão de não falar de política durante esse período e não citarei um único nome que seja ou partido. Até mesmo por ter segundo turno vindo por aí. O que realmente me incomodou muito foi ver a marginalidade e a criminalidade nesse 3 de outubro.

De propósito escolhi duas palavras pesadas e por isso gostaria de falar do significado delas antes de concluir. Marginal vem do que se está a margem, diz-se do assunto, questão, aspecto de importância secundária e escassa. Pessoa que vive à margem da sociedade. Já a palavra crime refere-se a violação de ordem moral, religiosa ou civil punidas pela lei. Em outras palavras, quem comete algum delito. Quando por exemplo você comete uma pequena infração de trânsito, um pequeno crime perante a lei foi cometido.

Passemos para um segundo ponto de onde eu quero chegar. Se eu cometo um pequeno delito (como já me aconteceu) com o Detran por exemplo. Tenho que pagar pelos meus delitos, afinal vem de cima a "opressão" para que isso seja feito, mas as infrações infelizmente são muito relativas nesse nosso país.

Quando partimos para a política então, creio que a frase de meu amigo Pablo Garcia da Costa  resume de uma forma triste o que vemos: "interessante como se pode ver um discurso ético/moral cair , quando um grupo corrupto, mesmo que indiretamente beneficia sua família".

Para fechar de uma forma triste, relato o que vi nesse dia. Saio obrigado para votar e acho isso errado, mas iria mesmo assim. Ao chegar na escola em que votaria, os marginais (aqueles que estão a margem da sociedade) reunidos para escolher seus governantes, e em uma esquina que mereceria uma foto ou uma paródia no desenho Simpson. Duas viaturas e um um grupo de 4 pessoas das quais 3 faziam boca de urna (crime eleitoral) e uma quarta pessoa com crachá de fiscalização da justiça eleitoral (que deveria fiscalizar), batendo papo descontraidamente que eu poderia jurar pela fisionomia que era mãe de uma das pessoas que além de cometer esse crime, sujavam a cidade de uma forma absurda. Infelizmente é o retrato de nosso país. Não é uma postagem que me orgulharei no futuro e que pretendo falar pouco.

Qual o problema nisso? A maioria das pessoas estavam bebendo em um bar (em São Paulo não houve a tal lei seca) curtindo a sua música...

É apenas o que eu acho...