terça-feira, 21 de julho de 2015

Redução da velocidade e o fator humano...

(foto Demétrius Carvalho)

O fator humano... o que é isso?

De alguma forma, nos foi passado que o fator humano é causa de algum erro ou acidente em uma indústria, aeronave ou seja onde for onde algo aconteceu de forma fora do esperado.

Mas fator humano não seria uma expressão um tanto equivocada que não quer dizer nada? O fator humano não seria qualquer fator envolvendo humanos? Não seria o fator humano a tal "falha humana" na queda de um determinado avião assim como a própria construção do avião?

Na verdade, isso é apenas uma das elocubrações dessa minha mente que cansa sim de pensar, mas que não se conforma e tenta encontrar outros sentidos para os propostos. O fator humano também gosta de deturpar sentidos para outros entendimentos.

1. Não seria o superávit negativo o déficit?
2. Abrir capital estrangeiro em uma estatal seria por acaso privatização?
3. Te venderem a necessidade de comprar água gera lucro para quem?
4. Mercados pagam de ecologicamente corretos sem a sacola dada ao cliente, mas podem vender e ganhar ainda mais dinheiro?
5. Vamos vender meios de transportes alternativos sem melhoras de tal e ainda por cima aumentando os valores dos transportes públicos?

Acho absolutamente necessário os quilômetros e quilômetros de ciclofaixas que estão sim melhorando a qualidade de vida dessa cidade em um médio/longo prazo. Podiam apenas melhorar o transporte público para quem tem carro opte por algo melhor e não ver a sua situação cada vez pior e então vamos partir para o menos pior. Por que elas não começaram da periferia sentido centro? Interligando a população sem acesso aos terminais por exemplo? Mas ok, não vamos ficar na opinião polarizada entre o é bom ou ruim. É bom. Bom demais e veremos isso daqui uns anos tendo outros países que adotaram tal prática. Entre 8 e 80 tem um monte de número não é?

Ah, mas estão investindo R$ 400 mil na educação do trânsito. Não é muito? Eu sinceramente acho que não se verificarmos que o arrecadado com multas no mesmo período foi R$ 800 milhões...

Em países da Europa com as autoestradas, temos via de acessos exclusivos ao tráfego motorizado e assim sendo, na marginal que não possui semáforos exatamente por isso tem-se uma redução de velocidade?

Bom... acho que vão arrecadar ainda mais dinheiro com a população novamente.

Antes que alguém venha criticar, eu odeio andar de carro e faço de tudo para não andar com ele (exceto quando saio com o baixo acústico). Vivo andando de ônibus e essa é a minha principal explicação para a quantidade de livros que leio.

Eu posso estar errado em vários desses levantamentos e posso estar errado mesmo em todas, mas continuarei pensando, afinal de contas, o meu e o seu pensamento também é um fator humano...

segunda-feira, 13 de julho de 2015

O dia mundial do rock e a grande mentira...

Death from above 1979

Vamos por partes...

Dia mundial do rock que é comemorado apenas no Brasil. Como assim?

Em 1990, duas rádios paulistas em uma campanha citam a data como o dia mundial do rock em alusão ao Live Aid ocorrido em 13 de julho de 1985. O Live Aid foi um grande evento envolvendo shows na Filadélfia (EUA) e Londres (Inglaterra) com nomes de peso do rock. Phil Collins por sinal, tocou em ambos os eventos que ainda tiveram nomes como Black Sabbath, Eric Clapton, The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, David Bowie, B.B. King, Scorpions, U2, Rolling Stones e se você der mais uma pesquisadinha, verá que outros grandes nomes estiveram por lá como Madonna ou Joan Baez que não são definitivamente do rock. O evento por sinal, era para a conscientização sobre a pobreza extrema na Etiópia.

Um festival que nem era exatamente de rock é lembrado por duas rádios como sendo o dia mundial do rock que se comemora só aqui no Brasil....

Temos que rotular e vender não é mesmo?

Mas se quiser ver um pequeno vídeo sobre a história do rock desse que vos escreve também vos falando, dê o play:


E a molecada hoje em dia nem gosta de rock. Gosta de Guitar Hero. É diferente...

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Maioridade penal e minha vergonha de ser brasileiro.

A representação política brasileira de um sistema completamente falido. COMPLETAMENTE FALIDO. Não me interessa se da pseudo esquerda ou pseudo direita. Uma vez lá, eles ditam as regras (e as novas regras) em benefício próprio. Aumentam seus próprios salários, criam esse benefício, bolsa terno da vida e coisas do tipo. Para mim, está mais do que claro. Óbvio, mas entendo que as mídias conseguem vender bem uma ideia contrária.

Não acho que quem é a favor da diminuição da maioridade penal seja exatamente um desalmado como costuma ser o atual pensamento de extremos em tempos de internet.

Penso que seja hora do brasileiro procurar outras saídas. Essa luta dos vermelhos contra os azuis não da em nada desde sempre. Enquanto em alguns países mais desenvolvidos (do ponto de vista de educação básica) fecha presídios para abrir centros de cultura, o Brasil vai sendo Brasil. Vai aqui um link sobre o fechamento de 8 presídios na Holanda e 4 na Suécia.

Vergonha de ser brasileiro.

Eu sou um cara de números. Estatísticas. Prefiro tentar números corretos, ou mesmo os ainda não pensados do que continuar seguindo os que nunca deram certo, mas... tem quem goste...


Segue na foto em destaque o Fausto Pinato do PRB-SP comemorando a redução da maioridade penal junto de outros políticos.

Chico Science é quem estava certo. No Brasil, o de cima sobe e o de baixo desce...

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Se fosse para polemizar...

Eu te perguntaria quem é Zeca Camargo?
Eu te perguntaria quem é Cristiano Ronaldo?
E o que isso vai em definitivo mudar em sua vida?

Mas se fosse para chutar o pau da barraca, eu te pergunto se Cristiano Araújo era mais conhecido do que Inezita Barroso? Afinal de contas, não me lembro desse alarde e comoção todo com ela que no meio dos sertanejos tem mais respaldo.

Me parece que todo mundo caiu na pegadinha da mídia que precisa gerar uma notícia para dar retorno para.... tcharam... ela mesmo....

Parar de ver tv foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida...


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Opiniões acirradas que proferimos sem nem perceber...

Imagem da internet

Já não é de hoje que penso que o comportamento das pessoas perante os meios de comunicação pós internet se modificou de forma radical. Basicamente na época em que a televisão detinha o poder de comunicação, a atitude de seu público era passiva. O que víamos no jornal, víamos e pronto. No máximo uma conversa com os vizinhos ou entre nossas rodas de amigos ou familiares. Uma grande comoção nacional e você podia trocar algumas palavras sobre o ocorrido com um desconhecido em um ponto de ônibus ou em uma mesa de bar.

A internet muda completamente isso. Inicialmente com sua opinião em verdadeiros murais colocados na internet, até os dias de hoje em que essa interação se torna em tempo real. Chegamos então em um momento onde as pessoas parecem precisar expressar sua opinião custe o que custar e acho que ela acirrou as diferenças de pensamento... de certa forma... ela contribui com os radicalismos dos extremos...

Para fortalecer a ideia do quanto eu penso isso de longa data, vejamos o nome desse blog... É apenas o que eu acho...

O que eu acho é o que eu acho e não verdade absoluta. Não tenho a pretensão de achar que o meu pensamento é sempre o correto perante o teu. Acho isso poderia soar arrogante de meu ser, mas algumas "acusações" me soam esdrúxulas.

A última? Fui acusado de homofóbico por não ter aderido aos perfis coloridos. Então é simples assim? Troca-se uma foto e atesta-se os teus verdadeiros atos? Quando vi alguns políticos com as fotos, pensei: Mas o que será que efetivamente você fez para garantir os direitos à classe?

Tenho motivos para não trocar a minha foto e respeito a sua troca. Quis trocar, mas não troquei e penso que enquanto dividirmos a população entre os do bem (os que pensam como eu) e os do mal (que pensam diferente) e temos o começo do grande problema da humanidade.

Reclamos dos programas "dos Marcelos Rezendes e Datenas" das vidas, mas transformamos nossa timeline no mesmo poço de polêmicas.

A polêmica da semana passada nem esfriou quando fui julgado por não conhecer Cristiano Araújo. Ontem, outro artista foi levado ao andar de cima. Chris Squire. Baixista e um dos fundadores do grupo Yes. Se você não o conhece, não vejo problema algum nisso. Mesmo eu trabalhando com música, não conheço todas as pessoas.

Despende-se muita energia em casos como esses. Hoje eu prefiro apenas deixar essa mestre das 4 cordas tocar...

Leveza...


sábado, 27 de junho de 2015

A Cesar o que é.... do Facebook

Lembram do processo de denúncia pela qual umas das fotos minha passou?


A Cesar o que é de Cesar, ao Facebook o que é do Facebook. Eu que tenho uma crise de amor e ódio ferrenha ao Facebook, sendo que um dos motivos é justamente o quanto o Facebook roubou as nossas liberdades e centralizou as atenções (muito supostamente, foi no Facebook que você viu essa própria postagem). Uma rede que além de nos aprisionar, escolhe o que vemos e não sabe distinguir uma obra de arte do que ela dita pornografia (sendo eles provenientes do país que mais produz pornografia).

Em tempos de intolerância com pensamentos diferentes ao seu, esta foto foi denunciada por conter nudez e recebi tal comunicado da empresa que nos prende:


A denúncia é feita anonimamente (um tanto quanto covarde) e julgada pelo próprio Facebook que ao menos dessa vez, julgou-me inocente.

Eu que desconfio de tudo proveniente do Facebook, tenho que fazer "mea culpa" dessa vez e reconhecer que eles não foram abusivos comigo dessa vez, visto que tenho outras fotos que se aproximariam mais da denuncia feita do que essa. Talvez seja hora de partir para outras plataformas de comunicação...

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sem querer polemizar...

E antes de tudo, pêsames ao cantor sertanejo falecido Cristiano Araújo. Não conhecia seu trabalho, nem por isso preciso desmerecer ou menosprezar o trabalho de alguém, isso sem comentar aqueles que conseguem comemorar a morte de alguém. Não vou nem comentar.

O que realmente me incomodou nessa caso, é a tentativa da mídia de criar um nome, uma notícia para dar ibope a si mesmo. Eu já havia comentado algo do tipo em relação a morte de Tomie Ohtake alguns meses atrás que é mais conhecida. O que dirá desse jovem cantor que se vai.

Tirando a família dele e seus verdadeiros fãs, infelizmente foi uma morte como outra qualquer e isso aprendi alguns anos atrás com o sociólogo italiano Domenico de Masi que fala dessa enxurrada de informação que nos é empurrada, mas que não vai alterar nossa vida.

O que me espanta de fato, é um travesti ser assassinado, outro de moto assassinado ao vivo na tv pela polícia e a morte que vem de um acidente ter muito mais repercussão. Me parece que tem algo muito esquisito nesse mundo...

Ah, o cantor é tão conhecido que Fátima Bernardes manda uma dessas:


terça-feira, 23 de junho de 2015

Você se exercitaria para trocar por viagens?

É o que garante um site que promove parcerias com aplicativos populares entre os corredores...

Sinceramente não sei onde vamos parar com as interações, aplicativos, startups, monitoramento e etc. Se por um lado, essas coisas parecem bizarras, por outro lado, não da para negar que o mundo é completamento diferente com eles e nesse ponto, não posso discordar do controverso filósofo esloveno Slavoj Zizek: Não vivemos mais uma realidade virtual e sim, realidade híbrida.

Na pior das hipóteses, você se exercita, mas eu acompanharei e relatarei aqui a minha experiência com vocês.

Bora comigo? Se cadastre no Mova Mais.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Ben Harper encerra a segunda noite do Samsung Blues Festival em grande estilo

Foto Alan Alves via Blah Cultural

A noite seria de fechada pelo californiano Ben Harper do qual possui um leque de sons que nos fazia pensar o que ele apresentaria no encerramento de um festival de bules, mas antes disso, tinha muita lenha para queimar.

O festival começou absolutamente pontual como previsto para 20h30, tendo Flavio Guimarães com a função de abrir a noite. Ele formava um quarteto não exatamente convencional para o gênero que costuma ter linhas de baixo característicos. Sua formação era dele na gaita, bateria e duas guitarras, embora uma claramente desempenhasse uma função próxima ao que o baixo deveria fazer, mas não se enganem. Se você não procurasse com os olhos ou seu ouvido não estivesse super acostumado, você não perceberia. Uma boa pedida de entrada.

Em seguida, um nome de importante respaldo na história do bules. Charlie Musselwhite que surge para o mundo do bules, mesmo sendo branco em plena década de 60. Outro quarteto, mas a formação clássica era alcançada com a substituição de uma das guitarras pelo baixo-elétrico. Seu show foi elétrico e vibrante. Uma voz absolutamente característica ao estilo que com certeza não deixou seus fás desapontados. Ele ainda voltaria mais tarde ao palco reverenciado por Ben Harper para encerrar o show daquele que centraliza a atenção da noite.

Sou fã de Ben Harper, em especial quando ele se apresenta com os "The Innocent criminals", mas nessa noite, o cantor, compositor e multi-intrumentista adentra o palco só. Como lhe é de costume, pegou seu violão e sentado proferiu algumas de suas canções. Transitou por alguns instrumentos como ukelele, guitarra e piano, usando de efeitos de pedal, ou uma base solta de uma tabla indiana para aumentar o espectro sonoro. O show foi realmente bom e digno de nota por conseguir momentos tão intensos estando só no palco. Teve sim "Boa sorte" que é a música que o público radiofônico brasileiro conhece sendo cantado pela platéia, mas ele merece ter uma audição além dessa música. Depois de um belo show, voltou para um generoso bis. Tanto pelo tamanho dele, quanto pela surpresa final que deu ao público com a divisão de palco com o grande Charlie Musselwhite. Esse por sinal, deu uma belíssima interpretação para Homeless Child de Ben Harper que apenas dividiu os refrães com Charlie. 

Uma grande noite para quem gosta de boa música e para quem gosta de Ben Harper. A minha grande dúvida no entanto era o que ele nos apresentaria em um festival de bules… bom… ele não se preocupou com isso e fez o seu show.


P.S: Texto originalmente escrito para Blah Cultural:

O dia em que Clélia quase me viu nu


To eu ali na rua Clélia. Se ir em banco resolver os seus pepinos financeiros já não é a coisa mais agradável do planeta, imagina quando você notoriamente é barrado na porta do banco por quê sim...

Cansado de entrar até com pedais de efeito em banco, nem tentei me desvencilhar do tradicional kit chaveiro, celular e carteira.

– Senhor, foi detectado a presença de metais com o senhor!

Já repararam como gostam de repetir a palavra senhor nessas ocasiões para nos fazerem acreditar que nos respeitam?
Bom, mas uma vez barrado, depositei minhas coisas ali.

– Senhor, foi detectado a presença de metais com o senhor!

Barrado novamente?... ok... havia algumas moedas em meu bolso. Depois disso? Ou é birra, ou falha do sistema.

– Senhor, foi detectado a presença de metais com o senhor!

Uma vez sem as moedas, o que me restava? O cinto e sua fivela igual os 837 mil que já haviam passado no banco naquele dia? Certo... tirei o cinto...

– Senhor, foi detectado a presença de metais com o senhor!

Não pensei duas vezes e simplesmente abri o ziper da calça e com minhas translúcidas coxas começando a radiar nos olhos do segurança e ele me manda passar. Bem engraçado. Passei e o detector dessa vez nada acusou... bem engraçado...

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dessas coisas que só acontecem comigo






Eu corro para quem não sabe. Em virtude de ser grandes distâncias, gosto de correr no Elevado Costa e Silva (o Minhocão) quando ele fecha. No coração de São Paulo, você tem uma pista sem carros. Por esse motivo, várias pessoas por lá correm, caminham, andam de bicicleta, jogam bola por incrível que pareça, ou sentam-se para conversar, beber, fumar, blá blá blá.

Com o inverno chegando e as baixas temperaturas aparecendo, diminui drasticamente a quantidade de adeptos ao Minhocão. Imagina com uma leve garoa. Mas, eu estava lá em um elevado praticamente para mim. Escuto/percebo a aproximação de um helicóptero, mas ok, até que tenho os holofotes dele apontado para mim. Foi um misto de Rambo sendo perseguido pela polícia e vou levar um tiro agora e morrer e de, estou ganhando uma medalha olímpica...

terça-feira, 5 de maio de 2015

Ando com medo da morte


Ainda em janeiro, estava eu em lhabela quando recebo a notícia da morte prematura de Canek Guevara. Sim, com esse sobrenome, ele era neto de Che e deixou o nosso plano aos 40 anos. Estava com a amiga Ana Paula Galvão quando esse mundo despencou em minha cabeça.

Canek Guevara tinha uma composição com Bruno Morais e eu, mas dessas bizarrices de dias atuais, eu nunca conversei com ele presencialmente. Nunca escutei sua voz, mas tenho tudo registrado pelos meios digitais. Com minha mãe é exatamente o contrário. Nunca troquei uma única palavra com ela pelos computadores. Isso é muito louco, mas o que me incomoda na morte é a interrupção. Se não falei com ele, já não falaria nunca mais.

Ando com medo de morrer, mas corro com medo de morrer também. Isso por que corro distâncias relativamente grandes, então é comum sair de casa de noite para correr e passam-se minutos, as vezes horas de completa solidão e o mundo passando em minha cabeça. Uma delas: E se eu passo mal? E se eu apago aqui? E se eu entro em processo de interrupção contínua com o resto das pessoas que conheço? Isso é o que realmente me angustia.

Amigos, amores, colegas de trabalho. Relações que desandam e que muitas vezes não fazemos força para reverter com a sensação de que pode ser depois esse nó desfeito e daí vem a morte e encerra tudo. Tenho sim minhas pendências emocionais dos quais fujo para não resolver, por isso tenho tido uma vontade pelo menos de zelar pelos que me cercam. Seja ele quem for.

Semana passada quando saia para correr, um dos porteiros noturnos do prédio me avisam que Diego havia falecido. Um dos porteiros diurnos. Super novo. 49 anos, mas estava instaurada a interrupção contínua entre uma pessoa e eu outra vez. 

Ele que tanto quis fotografar no meu projeto intitulado Red Zone (visto que um dos porteiros já havia sido e pretendo desde que queiram, fotografar cada um). Eu só posso pensar sobre esse meu medo da morte de ser descuidado para com quem me rodeia. A Red Zone virou quase um café filosófico. Uma busca de sentido da vida não é mesmo Rafael Andrade? E um aprendizado. Sinto que A leveza que tenho pregado como uma filosofia pessoal minha já se encontra incompleta Marina Stoler.

Hoje eu penso em "Leveza e fluidez", afinal se pode ser leve e não fluido. Se pode ser fluido e não leve. Talvez uma hora eu escreva sobre isso. Por hora, deixa eu ir viver, afinal, ando com medo de morrer...

segunda-feira, 16 de março de 2015

A controversa Marina Abramovic



Engraçado que nesse novo mundo pós internet, o pop passa literalmente pelas grandes redes e algumas pessoas atingem um público de uma forma diferente de décadas atrás. Quando comecei a pensar em Marina para escrever, em minha cabeça quis traçar analogias para melhor situar essa artista que não é unanimidade, mas que te faz pensar. A pessoa que pensei foi filósofo Slavoj Zizek, Eslovêno, ex Iugoslávia. Ele um filósofo pop que é parado na rua para dar autógrafo. Marina nasce também na ex Iugoslávia, mas na Sérvia. Ela poderia ser mais pop? Não tenho dúvidas a respeito, mas como um filósofo, ela está ali para te fazer pensar e já teve artistas do mundo pop do calibre de Jay-z e Lady Gaga em busca de aulas com ela para enriquecer o seu envolvimento com o público.

Ela se considera a avó da performance nessa modalidade artística um tanto quanto nova e por muitas vezes controversa. Existe uma infinidade de trabalhos dela na internet e se sua curiosidade aguçar, siga em frente. Hoje eu me prendo apenas ao que está sendo veiculado no Sesc Pompéia e em específico à vivência do "Método Abramovic".

Existe uma exposição aberta ao público no qual logo você vai perceber o quanto a obra dela é feita para te fazer pensar, te tirar da zona de conforto e não é exatamente feita para ser bonita. Fazer pensar, questionar inclusive ela mesmo talvez seja o seu forte e assim fui para a vivência do "Método Abramovic" após saber que existia fila desde 5 da manhã para ver sua palestra 13:00h, mas vamos ao que interessa. O "Método Abramovic".

Ao todo, sua experiência levará cerca de 2h30. A sua primeira experiência é assistindo um vídeo on de uma séria de exercícios são propostos para abrir a sua percepção do mundo ao redor. Dali até o final do método, ninguém fala mais nada. Os exercícios trabalham com uma certa oxigenação que pessoas despreparadas podem se sentir mal. Alías, embora não tenha percebido ninguém passando mal, o papo que corria entre os que participavam da vivência era que no dia anterior teve gente que saiu antes da conclusão da vivência. Eu para ser sincero, não tinha medo da parte física, mas da psicológica.

Ao fim desse vídeo e dos exercícios, o grupo é dividido entre 4 subgrupos. Cada participante recebe um fone de ouvido com uma certa pressão que tem a função de vedar o som ao redor e te isolar ainda mais. Daí para a frente, você vai passar por 4 vivências. Caminhando, deitado, sentado e em pé e a ordem vai depender do grupo que você pegou.



O meu grupo foi para as cadeiras com os cristais cravados. Meia hora ali. Explorei a textura de tais materiais e prestei atenção em meu campo visual dos outros 3 grupos, mas para a mente agitada das grandes cidades, isso acontece rapidamente, então a dificuldade de manter-me parado. Simplesmente isso. Resolvi fechar os olhos e olhar para dentro de mim até a hora apontada pelos monitores para seguir para o próximo grupo.



Fui então para o grupo da caminhada, mas não é uma simples caminhada. Em meia hora, você deve andar uns 40 ou 50 metros. Para eu que corro, andar tão lentamente é surreal, mas em passos em "câmera lenta", você consegue pensar em muita coisa entre um passo e outro e perceber a relação de seu corpo nesse processo. Você é capaz de sentir o seu ponto gravitacional mudando,  e com minha mania de corredor, experimentei diferentes passadas no período. A única coisa que eu fazia era tentar ter um movimento equilibrado. Quase como um exercício de pilates, eu tentava entender o meu corpo e me realinhar.



A próxima meia hora foi deitado em uma cama também de madeira e cristais. Achei que poderia cochilar ali deitado, mas pude perceber inclusive o movimento lento das nuvens através de uma janela na cobertura do Sesc. Depois, fechei os olhos, me entreguei ao relaxamento e ao tempo dado a mim mesmo para relaxar. Entendo que cada um deva acabar tendo uma experiência única e diferente. Ela te propõe um encontro com você. Quase meditativo e religioso. Entendo que muita gente possa achar aquilo uma completa perda de tempo, assim como algumas pessoas podem sentir algo quase transcendental.



Na minha quarta e última experiência, toda a calma me foi roubada, afinal ficar meia hora em pé em uma pequena plataforma de madeira com 3 lanças de cristal apontado para você não é a coisa mais confortável do mundo. Inicialmente estava eu outra vez sentindo a textura da madeira e cristal, mas depois de uns 5 minutos... ficar de pé... Ocorreu-me algo que eu realmente não esperava. Eu tenho dores por correr e uma dor crônica em meu tornozelo direito pode de uma hora para outra simplesmente me afastar dessa atividade física. Aula de pilates tem sido feita para que eu possa minimizar esses problemas. Minha fisioterapeuta insiste que eu jogo mais peso para o lado direito do corpo causando esse desequilíbrio. Penso nisso cada vez que estou correndo e não conseguia concordar muito. Andar os 30 minutos também me fez refletir sobre aquilo, mas enfim, ali, parado, descobri que quando em pé, apoio sim do lado direito. Isso me foi uma descoberta monstruosa e fascinante de alguma forma. Passei o resto do tempo tentando equilibrar o peso e tentando entender qual a razão para eu fazer isso. A resposta? A música....meu pé direito é a minha base quando toco e vai saber quantas horas nessa minha vida toquei...

Acredito que essa experiência pode não representar absolutamente nada para algumas pessoas. Algumas como relatado, não vão sequer aguentar fisicamente, mas algumas pessoas podem simplesmente achar chato, desinteressante, tedioso e acho que de fato pode ser. Depende da entrega de cada um. Eu que fui com a expectativa não tão alta assim e mais "querendo ver para crer", descobri esse desequilíbrio corporal graças a vivência, então, serei eternamente grato e provavelmente me lembrarei por muito tempo disso.

No final das contas, é um tempo em que você da para você mesmo para se conhecer...

Eu me conheci....


quinta-feira, 12 de março de 2015

...



Queria estar tão seca quanto o Cantareira.
Dentro de mim os reservatórios estão 100%.
Fez-se água de ontem para hoje. 
Há 1 semana faltava água, hoje transbordou e alagou tudo. 
Tem gente que simplesmente se tranca e deixa fluir.
Eu deixo fluir, mas não conserto os vazamentos.

Sempre coloco um band-aid pra ver se arrumo.
Meu encanador desapareu. Ele vinha e consertava tudo. Tapava todos os buracos. Vinte e quatro horas depois que ele desaparecia, um buraco destampava, três dias depois tudo estava alagado de novo.
Eu coloquei o dedo, como se fosse um pano, para estancar a água, mas cansei de segurar e soltei.
Estou tentando achar outro encanador, porque o meu está sumido há semanas.
Ele até me ligou e disse que daria uma passada para resolver o meu problema, mas depois sumiu.
Diversos amigos passam aqui para ajudar a ver o meu problema, até dão um jeitinho, mas quando eles saem tudo volta. Outros passam e dão conselhos do que eu tenho que fazer. Acontece que eu já sei o que eu tenho que fazer, só não consigo colocar em prática.
A única coisa que eu queria é o cara que sempre cuidou direito dos vazamentos. Eu sou assim, gosto do tradicional.



Texto de Mariana Tegon

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Últimos dias de Ron Mueck na Pinacoteca

Parece que sim. Estamos em uma fase onde as pessoas estão mais interessadas em cultura? As exposições estão mais acessíveis? O importante é a selfie para as redes sociais? Tudo isso ao mesmo tempo?

Nunca é tão simples responder algumas questões, mas desde as exposições de Kubrick e Bowie no Mis, as exposições tomaram uma popularidade que impressiona pelas filas. Nas exposições de Dali no Instituto Ohtake eu já havia esperado 2h45 para entrar na exposição. O mesmo aconteceu em plena segunda de carnaval com Ron Mueck na Pinacoteca do estado. Vale a pena ir? Sim, muito, mas leve um livro, algo para estudar na fila e uma boa disse de paciência.

Dentro do prédio na verdade você vai encontrar apenas 9 obras e um vídeo de 52 minutos. Digamos que você não tenha vontade de ver o vídeo e não perca muito tempo com a análise das obras e em 20 minutos acaba a exposição para você.

Ron é australiano e filho de uma família alemã fabricante de brinquedos onde ainda criança teve contato com técnicas de criação de bonecos. Seu trabalho é assombroso no quesito realismo. Não fosse as escalas alteradas para mais ou menos e algumas pessoas jurariam ser pessoas reais.


A primeira obra vista, nada mais é do que seu auto retrato. Não entre na sala, veja e saia. Contorme a grande máscara e atente aos detalhes.



Já Drift (a deriva) mostra um homem em  em uma imensidão azul.


Young couple mostra um jovem casal e também impressiona nos detalhes, mas por incrível que pareça, também nas sensações psicológicas que parecem se alterar enquanto você rodeia e analisa a obra.


As sensações psicológicas não param com a imparcialidade da face dessa mãe carregando compras ou da solidão do homem no bote abaixo:



Infelizmente a quantidade de pessoas na exposição não permite que você possa ver de longe essa obra para te remeter a solidão. Uma vista lateral de longe com a iluminação projetada para essa sensação seria a situação ideal, mas tem sim a invasão da selfie generation atrapalhando. Abstraia e e concentre na obra de Ron que pode ser provocadora cono em um grande frango morto e depenado pendurado. Os detalhes dos músculos mortos e flácidos. O corte dilacerante em sua garganta não possuem compromisso com uma zona de conforto. Pode ser indigesto para algumas pessoas e sensacional pela perfeição.


E o que nos quer passar Ron com a mulher com galhos e nua ou o jovem com um corte profundo na altura de suas costelas? Falar de riqueza dos detalhes a essa altura é chover no molhado:



No final, o simpático casal debaixo do guarda-sol nos faz sentir pequenos. Eles são enormes e as riquezas nos detalhes em coisas sutis como a pele retesada no braço com a mão de seu companheiro repousada sobre ela. A aliança apertada, as unhas dos pés. Não se canse de procurar detalhes.



Apesar desse fenômeno pop que está acontecendo, vale a pena esperar a fila, pessoas sem educação mais preocupadas com a própria selfie. O único senão que eu teria especificamente nessa exposição na Pinacoteca é que existe uma fila para idosos, gestantes, crianças de colo, pessoas com dificuldade de mobilidade e existe o velho jeitinho brasileiro. Mesmo essa fila é grande e tão grande estão que as filas começam do lado de fora da Pinacoteca, mas quando estava perto de entrar, era possível ver carros entrando para estacionar com pessoas com esse privilégio da fila preferencial. Eles deveriam então sair para a sua fila, mas já estavam ali dentro e furavam a fila preferencial entrando em dez ou quinze minutos. Isso seria um ponto falho na organização da Pinacoteca, o restante, eu acho que está valendo e mesmo eu, tirei minha selfie depois de apreciar toda a exposição (e a primeira obra não seria um tipo de selfie?)



E exposição se encerra dia 22 e é bom conferir horários especiais expandidos para que você consiga ver.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Feliz ano novo (ou a delícia e a praga que é o carnaval)

Sabe aquele monte de promessa feita no começo do ano?

Digamos que você tenha feito uma lista de afazeres. Quanto dela já andou?

óbvio que não precisa ser seguida ao pé da risca, mas sendo hoje dia 18 de fevereiro, temos já 13,42% do ano transcorrido, então se sua lista não está nem em 10%, saiba que você está atrasado em seu compromisso com você mesmo (e olha que com o estimulo do fim do ano, ela pode estar além disso).

Então temos o carnaval nessa vida de alegria e atraso de nosso Brasil. Não condeno de forma alguma o carnaval, mas que a sensação de que finalmente o ano começa é confirmada entra ano, sai ano...




P.S.: Longe de mim querer ditar regra e se alguém souber de algum bloco ainda hoje, pode me chamar ok?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O que representa a morte de Tomie Ohtake?


Mais especificamente, o que representa a morte de Tomie Ohtake para mim?

Para ser sincero? Uma reflexão e um profundo respeito por uma pessoa que se vai.

Embora seja da área das artes, eu desconheço quase que por completo sua obra. Vergonha por isso? Sinceramente não. Não existe tempo no mundo para se conhecer tudo. Não conheço todos os músicos do mundo. Para ser sincero? Existem músicos que cravaram seu nome na história e mesmo assim, eu que estudo e pesquiso sobre música, não consegui ouvir todos, logo, não posso ver demérito algum em não conhecer a obra dessa artista que se foi.

Quando seu nome me surge, o prédio do Instituto Tomie Ohtake me vem na memória e eu acho ele  uma verdadeira obra de arte, mas nem o prédio foi projetado por ela e sim por seu filho.

Onde quero chegar com isso?

É que me espanta, me incomoda de certa forma, a comoção causada por ela nas redes sociais. Estão falando do assunto da semana ou de fato conheciam a artista?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dia do frevo

Para começo de conversa, existe uma controvérsia sobre o dia do frevo. Se você der uma pesquisada, pode encontrar a data de 14 de setembro como a data onde o ritmo é celebrado, mas se em Recife a comemoração se da em 9 de fevereiro, quem sou eu para discordar dos irmãos pernambucanos?

O frevo é um ritmo genuinamente brasileiro onde temos também a dança específica para esse ritmo e ela nasceu em Pernambuco da fusão de marcha, maxixe e até elementos da capoeira.

Declarado patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, o frevo tem origem em Recife no final do século XIX e tem um andamento acelerado. A prática de disputa entre os blocos de rua faziam com que seus andamentos fossem cada rápidos e as execuções das peças definitivamente não são para músicos de primeira viagem.

A palavra frevo vem de ferver que por corruptela, frever e seu significado é efervescência, agitação, confusão, rebuliço, apertão nas reuniões de grande massa popular nas ruas.

O grupo Efrevessência percebendo a riqueza desse ritmo genuinamente brasileiro tem seu trabalho pautado em música instrumental que dialoga com outros ritmos mas que tem o frevo como sua mola propulsora.

Afaste os móveis da sala, pegue sua sombrinha e arrisque uns passos que o Efrevessência garante a música:


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Palmeiras x Corinthians



Prometo não me manifestar sobre resultado do jogo, seja ele qual for, após a peleja.

Venho aqui apenas desejar sorte ao ex-popular esporte. Pelo menos do ponto de vista financeiro...

O ingresso mais barato se você não é sócio torcedor? R$100,00 Da para alugar uma tv à cabo e ver todos os jogos de seu time não é?

Não existisse apenas esse verdadeiro legado da copa que são esses preços completamente excludentes, temos ainda um confrontamento no mínimo no terreno da piada e escárnio para com o adversário e que pode chegar ao confrontamento físico. Foi-se o tempo em que torcedores adversários podiam caminhar no meio da outra torcida e na boa, penso que regredimos desse ponto de vista.

Entre meus amigos próximos, é conhecida uma história da qual cai sem querer no meio da torcida do Santos com a camisa adversária. Senti medo, mas pensei, isso está errado.

O futebol me da o direito de dentro desse território poder xingar e ser violento com o próximo?

Eu só queria que hoje, houvesse um bom espetáculo dentro das 4 linhas, mas ouvir qualquer coisa que ultrapasse o campo de jogo, infelizmente é normal...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Red Zone

Final de 2014, começo de 2015 e aquela chuva de frases de efeito sobre o que fazer de diferente no ano vindouro. Não que eu não pudesse fazer o mesmo e já devo ter feito em outro momento de minha vida como posso vir a fazer numa situação futura, mas dessa vez resolvi fazer em vez de apenas falar.

A "Red Zone" não é nada mais do que uma simples parede vermelha com um puff também vermelho que muitas vezes se confundem no qual qualquer outra coisa torna-se facilmente contrastável. O que fiz? Resolvi fazer uma brincadeira onde todas as pessoas que passam pela minha casa (desde que queiram entrar na brincadeira) sejam fotografadas nesse mar vermelho. Conhecendo-se ou não. Nada, exceto esse vermelho liga as pessoas. O máximo que tentei fazer, foi buscar um momento, uma posição não convencional. Várias das fotos são feitas enquanto a pessoa ainda conversa comigo e quando ela começa a se preparar para o clima, a foto já está feita. Houve uma ocasião em que um único clique foi o suficiente, enquanto em outros casos, pode-se der deflagrada algumas dezenas de imagens para juntos escolhermos uma. Só publico se a pessoa estiver de acordo e estiver satisfeito com o resultado.

O que isso tem a ver com o final de 2014 e as frases de efeito? Bem, eu não proclamei frase alguma, apenas tive essa ideia para encontrar, reencontrar e olha lá se não conhecer gente através da "Red Zone". Bater um papo, tomar um café, encontrar as pessoas e principalmente viver uma vida fora dos computadores (ok... se não fosse a vida nos computadores, provavelmente você não tomaria conhecimento dessa minha intervenção, mas acredite, tem coisa interessante fora dela).

A intervenção artística por mim pensada é de cunho "produção zero". Sem iluminação, o que faz com que as fotos tenham que ser tiradas entre 7 e 19 horas e tiradas de meu celular. Como tenho vários amigos fotógrafos, vários ofereceram suas lentes para enriquecer a brincadeira, mas eu bati o pé. É uma desculpa para ver as pessoas com produção zero e até para manter a unidade entre as fotos já tiradas.

A próxima pessoa a ser mirada pela minha lente é Vanderson Santos que é um dos "cabeças" do site Mundo Blá . Falar e ver pessoas tem sido algo cada dia mais raro e fui radical. Quarta-feira é o dia oficial para que eu receba as pessoas para interagirem com a "Red Zone". Não que não possa ser feito qualquer outro dia, mas quarta tornou-se o dia para fazer isso. E embora eu não tenha projetado isso, as pessoas me encontram dizendo que querem por aqui aparecer.

Você é o próximo?