sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O fim da democracia representativa...

Consegui passar todo o período das eleições sem me manifestar no quanto nosso sistema está falido. Resolvi que faria e falaria de política de outras maneiras do que ficar brigando com pessoas por um lado (mesmo por que não acredito nesses lados).


Uma única dúvida perturba a minha cabeça, afinal de conta, dos novos ministros, ao menos 3 respondem processos judiciais. São eles Kátia Abreu, Eduardo Braga e Helder Barbalho. Todos por sinal do PMDB que passou de 5 para 6 pastas no atual governo. Enquanto o povo briga por causa de PSDB e PT, o PMDB aprendeu a fazer o jogo ardiloso e sempre estar junto dos que estão no poder.

Aliás, esse ministério parece um prêmio do estado aos que se opõe ao povo. Kátia Abreu é conhecida como Miss Moto-serra por exemplo, Cid Gomes tem uma greve de cerca de cem dias das faculdades de seu estado e declara que se o professor não dê aula por dinheiro, que dê aula por amor. Tome o ministério da Educação. Aldo Rabelo de Ciência e Tecnologia mas já defendeu o não uso dela para não mexer na máquina como está. Sem contar Garotinho, Kassab...

A pergunta é:

Será que Aécio conseguiria montar um ministério tão ruim?

Diga-se de passagem, um ministério não com nomes técnicos para a pasta, mas com nomes que sabem fazer política (no pior uso da expressão)

É apenas o que eu acho...


P.S.: Mais do que na hora da população se inteirar de outras alternativas encontradas ao redor do mundo. De representativa, está aí o estado representando as empreiteiras que bancaram suas campanhas.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Joe Cocker para sempre

Fico feliz por olhar o que escrevi sobre ele em 2010 e achar que em nada muda a minha opinião.

Quantas vezes já não usei esse vídeo em aulas, palestras ou workshops?

Ainda digo mais. Se ele tivesse falecido exatamente após essa apresentação, de preferência passando mal e sendo televisionado, ele seria considerado o maior vocalista de todos os tempos, mas nós seres humanos que somos julgadores, falhos e completamente implacáveis com as pessoas, devemos nos lembrar do tiozinho de 70 anos que canta música de striptease.

Me lembro de já ter mostrado essa música para uma amiga que fez faculdade de música e que nos primeiros segundos em que ele abra a boca, ela já aponta "falhas técnicas" em sua performance.

Esqueça a técnica. Isso aqui é vida:



Ringo Starr dos Beatles foi exatamente uma das primeiras pessoas a comentar a ida dessa potente voz em sua conta no Twitter: "Adeus e Deus abençoe Joe Cocker, de um de seus amigos. Paz e amor. R. "


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Traçando outros caminhos II



Poucos dias atrás, escrevi sobre Lígia Oki que tornou-se estlista obedecendo a paixão de seu coração. Hoje veremos uma nova retomada de vida, dessa vez vivida por Elias Mendes. Ele tinha um caminho devidamente traçado dentro dos caminhos habituais de nossa sociedade. Cursava agrononmia e era só seguir em frente. Já estava com 2 anos de curso e vivências práticas em sua nova profissão, mas a preocupação pelo ser humano, o chamou em outras direções. Preoucupações estas despertadas por volta de seus 14 anos quando realmente se interessou por astrologia. Essa inquietação e busca pelo próximo o levaram ao curso de psicologia. Ele sanaria suas inquietações e estaria ainda dentro dos caminhos tomados e aceitos pela sociedade. Foram mais 2 anos e o sentimento não passava. Paralelamente a astrologia ganhava dimensões maiores e mais profundas.

A grande e definitiva virada foi em 2007 quando a própria psicologia foi deixada de lado para finalmente Elias encontrar seus caminhos e respostas. Desde então, a astrologia passou a ser a coisa mais importante de sua vida e sua profissão ajudando tanto a si quanto ao próximo. Escreve para o www.megastrologia.com desde 2007 para este que é um dos maiores sites sobre o assunto.

Como sua vida migrou em definitivo para a astrologia, ele faz questão de lembrar que é um sargitariano com Ascendente em Gêmeos, cujo mapa é formado basicamente por signos mutáveis, todos eles, em grande quantidade.

Elias mora em Florianópolis e faz consultas astrológicas via internet ou presencial e nesse momento se encontra em São Paulo onde ministrará um curso com mais dois palestrantes nesse sábado 20 de dezembro. Se deseja saber um pouco mais sobre esse encontro, clique aqui para saber sobre o evento que tem ainda poucas vagas.


Ou mesmo dar uma conferida sobre a página criada para o encontro no Facebook.

Para quem gosta de mudanças e novas direções no final de cada ano, pode ser uma boa pedida.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ReConstrução

FOTO: IVAN SILVA


Todo dia ela faz tudo sempre igual...
Me sacodiu, me sorriu e me beijou com a boca de hortelã.

Era para ser igual como os outros dias. Ela dizer para eu me cuidar e essas coisas que diz toda mulher, que me esperaria para o jantar e me beijar com a boca de café.

Logo na saída de casa, consulto o celular/computador/vida de cada um de nós e então eu simplesmente soube que um amigo havia falecido. Havia ficado hospitalizado por cerca de 25 dias e uma pneumonia que desencadeou isso, que desencadeou aquilo que culminou com uma infecção generalizada, que deu off em seu celular/computador/vida.

Celular... computador... com puta dor... sem vida. 

A notícia me abalou e não interessava que não o via de fato uns 20 anos e que talvez uns dez mesmo em tempos de redes sociais. Será que o veria nos próximos dias? Meses? Anos? 20 anos? Talvez não e não era esse o problema. A desconexão eminente era o que me dilacerava no momento.

Meus sentimentos por ele iam wi fi e eu só podia esperar que nossos celulares/computadores/vida se conectassem naquele momento e o dia foi estranho. Foi surdo no meio da barulheira de sempre, ou talvez meu silêncio falasse mais alto. Pensei que tinha passado o dia em câmera lenta, mas ao final do dia, havia produzido e embalado 183 caixas. 9 acima de minha média. Ok. Não era meu recorde, mas era um número muito alto para quem não conseguiu pensar. Talvez esse tenha sido o segredo… não pensar.

Hora de voltar para casa e a cabeça estava completamente distante. Paralisei em frente da barbearia onde meu avô cortava o cabelo e trazia o meu pai que trazia-me e eu já trazia o meu filho… Será que meu bisavô cortava aqui? Meu neto cortará aqui? Isso não interessava por hora, o que me paralisou foi na verdade um flash de que ali, cerca de vinte anos atrás eu via pela última vez o meu amigo. Não lembro quem cortou o cabelo primeiro, mas o outro ficou por ali na escada sentado e conversando besteira. Não parecia que seria a última vez que nos veríamos. Daí depois disso eu viajei de férias, quando voltei, soube que ele havia se mudado de bairro e simplesmente perdi o contato dele. Confesso que por algum tempo, ele praticamente não existia mais em minha memória até ser reencontrado pelas redes sociais. Foi aquela empolgarão, aquela promessa de vamos nos ver, jogar bola, tomar uma cerveja e nada aconteceu. Eu casava, ele viajava, eu tinha que trabalhar, ele estudar e foi-se escorrendo por novas teclas e conexões em nossos celulares/computadores/vidas…

A porta da barbearia se fecha com o dia se aproximando de seu fim. Não reparava em seu Oswaldo há muito tempo, mas notei hoje mais velho. Realmente mais velho. Me cumprimentou com aquele olhar simpático, mas cansado e se foi. Fiquei olhando para a portão de correr. Visivelmente mais acabado também. Riscado, com papel adesivo, sujo e feio como se fosse cada um de nós se desgastando com o tempo, mas eles possuem lá suas vantagens. Uma reforma e ele pareceria novinho em folha. Já eu, meu amigo que se foi, seu Oswaldo ou mesmo meu filho, não tem volta.

Sentei e saquei meu celular/computador/vida.

– Ingrid?
– Oi?
– Lembra do Léo?
– Léo… Léo… que Léo?
– Aquele do colégio. Primo do Rafael.
– Ah, nossa… quanto tempo. Sei sim, o que tem?
– Vou dar uma passada na casa dele. Só para dizer um oi. Demoro meia hora tá?
– Mas hoje? Assim do nada? Qual o motivo?
– Nenhum em especial, apenas  que se eu esperar para amanhã, pode virar 20 anos e ele pode ter ido, ou mesmo eu ido dele por um único dia e nunca saberemos.
– É. A vida não está sob nosso controle. Passei a tarde pensando na Renata por causa disso…
– Amanhã é sábado. Chama ela para ir ao parque conosco.
– Será?
– E o que vamos fazer? Ver tv pensando que a gente poderia estar fazendo aquilo que a gente teve preguiça de fazer? Passam-se alguns segundos em silêncio e sei lá o que ela pensava. Pode ser que ela tenha pensado no sei lá que eu tenha pensado…
– É… vamos. É uma boa.


Seis da tarde como era de se esperar ela pega e me espera no portão diz que está muito louca pra me beijar e me beija com a boca da paixão. Disse para eu não me afastar, me jurou amor, me apertou até quase sufocar e me morde com a boca de pavor...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Traçando outros caminhos



Antes de ser estilista eu sou fotógrafa, fiz faculdade no Senac, e as vezes fazia alguma roupa pra mim, a mão, só com uma agulha simples, demorava muitas horas. Eu morava em Diadema e recentemente vim morar no centro de São Paulo, e passando na rua vi um tecido lindo e já imaginei como modelaria. Modelo a partir da estampa. Pois a estampa influencia no caimento, na forma da roupa. 

Eu já estava pensando em desenvolver um projeto em Moda porque abriu no PROAC um edital que incentiva Moda, e este ano moda passou a ser considerado arte, podendo ser patrocinado também através da Lei Rouanet. Mandei um projeto pro PROAC que não foi aprovado, mas serviu para desenhar os croquis e desenvolver o conceito da marca. O conceito é misturar nas roupas a cultura Afro e a cultura Nipo (japonesa). Eu vejo muitos encontros estéticos entre as roupas tradicionais das duas culturas, alem de eu ser filha de uma afro, com um japonês. Eu busquei nas minhas origens inspiração pra criar, comecei pesquisando, mas logo passei pra pratica. O primeiro vestido que fiz nesse processo já foi um sucesso: O vestido Miriam Makeba. 

Foi tudo muito rápido. Costurei o vestido e fui pra balada com ele. As pessoas me paravam pra saber onde comprei. Então no dia seguinte comecei a costurar outros vestidos e postei no facebook. "Alguma mulher maior que eu poderia vir provar uns vestidos que estou fazendo." E para minha sorte, uma garota que conheci numa festa disse que viria e veio. A sorte é que ela é negra, alta e linda. Cici Andrade a moça da foto, que se tornou a partir dai uma parceira. Ela é cantora. Postei a foto no meu facebook e recebi um monte de encomendas. Mensagens de interesse. Corri e comprei uma maquina de costura com ajuda da minha família. Era meu aniversário. Normalmente eu passo fazendo festa, mas passei trabalhando nisso. Fui atrás de tecidos com as minhas economias. A máquina chegou dia 28 de outubro. Li o manual, fiz alguns testes, porque nunca fiz curso. E comecei a costurar todos os dias umas 12 horas por dia. Consegui dar conta dos trabalhos de fotografia também. Aliás a fotografia me ajuda muito, pois já faço e já fotografo e posto. Foi um mês muito intenso, pois sendo novembro o mês da consciência negra, fui convidada pra muitos eventos: saraus, festas em baladas. (2 Festas Obá, uma na Confraria Nossacasa e outra no Morfeus, 2 Saraus Identidade das Mulheres Negras e um desfile no Sarau das Rosas). 



Também fui no Mercado Roque Santeiro que é um bazar, e no Bazar da Casa 5. Vendi também nos eventos que fotografei nos equipamentos da prefeitura de São Paulo: Fabricas de Cultura e CEUs. Fui contratada para fotografar o projeto Espetáculo que ocorre no Fabrica de Cultura e para fotografar os shows do Fabio Nunez que ocorreu no CEU Navegantes e no CEU Alvarenga. 

A grande dificuldade que tenho encontrado é com o fornecimento de tecidos africanos. As encomendas atrasaram, os tecidos são difíceis de obter igual ao que já se comprou, e são caros. Mas são lindos, e o fato de serem relativamente raros no mercado traz destaque às roupas. Mas já tenho um fornecedor que é capaz de repetir tecidos, importa. Mas tecidos japoneses eu ainda não tenho. Queria tecidos com estampas tradicionais, não contemporâneos como mangas, pelo menos por enquanto. O que eu tenho feito é utilizar tecidos e formas que remetam ao trabalho de artistas mulheres japonesas e africanas, ou afro descendentes, e tenho homenageado essas mulheres dando o nome delas aos vestidos. É uma maneira de ampliar a divulgação do trabalho delas, pois posto fotos e vídeos e atiço a curiosidade das pessoas que acessam a minha página. Até agora foram homenageadas: Miriam Makeba (cantora), Clara Nunes (cantora), Glória Bonfim (cantora), Carolina de Jesus (poeta),Clementina de Jesus (cantora), Lia de Itamaracá (cantora de ciranda), Dandara (guerreira e esposa de Zumbi dos Palmares), Yemanja (entidade afro-brasileira), Yayoi Kusana (artista da exposição Obsessão Infinita), Yoku Ono (artista companheira do John Lennon), Kaori Momoi (atriz do filme Memórias de uma Gueixa). 

Eu me sinto com uma criatividade infinita porque cada pessoa, cada corpo, cada tecido, sugerem novas coisas. Tenho trabalhado muito e apaixonadamente. Sinto uma certa tensão na minha vida pessoal por conta de ficar muito tempo trabalhando e ter pouco tempo para a família e amigos, mas tenho tido ganhos sociais também, conhecido muita gente interessante, feito belas parcerias. Umas das minhas parceiras é a Lilia Reis do Coletivo Diadenêgas, ela é performer e contadora de histórias e pelo coletivo faz ações relacionadas as demandas das mulheres negras. Outra parceira é a Miriam Selma do Coletivo Levante Mulher, que me convidou para fazer o desfile no Sarau das Rosas produzido pelo coletivo. Também tenho tido muito incentivos individuais, as pessoas tem gostado muito do trabalho. Minha vida mudou muito, me sinto uma mulher muito empodeirada, e nem parece que faz tão pouco tempo que tomei esse rumo. 

Há muitos anos sou feminista, mas não via as vestimentas como vejo agora. Numa conversa com Aline Maria, minha amiga, ela me disse: "Que bacana suas roupas, é tão bom ser independente no vestir, assim como no se alimentar. Não estar refém dos outros. Eu adoro cozinhar, faço como eu quero." Eu não via como um poder, mas agora sei que é. Eu determino o que vou usar. Tenho feito roupas sob-medida e percebo que o mercado não contempla a variedade de corpos que existem, preferem forçar a barra para que as pessoas entrem nas roupas, tanto em relação a magreza quando em relação a cultura, em vez de fazer roupas que sirvam nas pessoas, roupas em que elas se identifiquem, que atendam as necessidades delas. Entendi que o mercado não é feito para atender necessidades é feito para acumular riquezas. Eu não sou contra a prosperidade no entanto. Sou próspera e quero continuar próspera e ajudar as pessoas a prosperar. Ser uma mulher próspera é ser livre, dando conta das próprias necessidades materiais, e ser realizada. 

Outra amiga comentou que sua prima fez faculdade de Moda, mas não sabe o que fazer. Acredito que isso aconteça porque uma boa ideia precisa de repertório, de diversas vivências que vão ampliar o olhar pro mundo e pra si mesma. Produzir algo criativo é como parir algo que se gestou um tempo. Apesar da velocidade com que me tornei estilista, os pré-requisitos que embasam meu trabalho eu desenvolvi ao longo da vida. Viver no centro de São Paulo é um fato que possibilitou esse caminho, devido a efervescência cultural daqui, da maior liberdade individual, mais reflexões políticas, e das facilidades estruturais como metrô e proximidade dos fornecedores. Eu dei a cara a tapa, e fui experimentando coisas, agora estou avaliando o que vivi esse mês, para definir como seguir. Tudo foi surpreendente, eu não esperava por tamanho reconhecimento, mas preciso ver o que eu consigo dar conta a partir de agora, ou melhor, como vou dar conta, e do que vou dar conta. 2015 promete!



Contato de Lígia Oki: ligiaoki@gmail.com ou em sua página no Facebook.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Chun li x Bolsonaro

Desenho de Sérgio Rossi*


Eu gostaria realmente de saber o que torna uma pessoa "estuprável" na cabeça do deputado federal Jair Bolsonaro.

Isso não só é entristecedor como preocupante visto que este ex-militar sendo deputado federal tem as seguintes funções:

–  Propõe e modifica leis;
– Aprove e discute leis;
– Fiscaliza o governo com o TCU;
– Investiga denúncias nas CPIs;
– Autoriza a abertura de processo contra o presidente da República;
– Propõe emendas parlamentares e aprova o orçamento da União;
– Cobrar prestação de contas do presidente da República entre outras coisas.

Imaginando hipoteticamente que Bolsonaro fosse para a prisão e os outros detentos fossem para cima dele, eu sinceramente gostaria de saber se em seu critério ele é "estuprável", afinal de contas, ele não deve ser "rodado" né?

E fica aqui um aviso das meninas rodadas muito bem lembrado pelo meu amigo fotógrafo Roniel Felipe. Não pode usar mais a Chun Li quando for brincar não ok?

Ela vai dar uma rodada na sua cara....




*Desenho de Sérgio Rossi, ilustrador e grafiteiro.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Garota rodada...

Então garotão, você pode rodar a baiana e quer uma "zerada"?

Já pensou em uma mulher inflável de plástico só sua por toda a vida e que vai estar ali sempre que você quiser? 100% do tempo? Pode ser uma boa aquisição em amigão, afinal de contas, mulher nenhuma do mundo se enquadra nesse perfil garotão.

Nem a sua mãe.

Outra alternativa interessante aos adeptos desse pensamento é o celibato.

Vai que essas lindas resolvem deixar caras como ele de lado né? Daí você pode passar muito tempo meditando sobre o quão sexista é essa postura.

Vai lá gato... com esse seu jeitinho Bolsonaro de ser...