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terça-feira, 4 de outubro de 2016

Quando se fala, mas não se faz


Para quem já viu o desenho do Sr. volante x Sr. Andante da Disney com o Pateta como personagem principal, penso que eu tenha encontrado ele trabalhando.

Ontem deixei minha casa para dar aula de ônibus e logo ao adentrar o veículo, o motorista conversando com o cobrador (ou seja, praticamente o ônibus inteiro) vinha dando suas lições de moral com total aprovação do cobrador baseado em sua fé. Dizia e mostrava o quanto o povo da igreja dele era correta, que isso, que aquilo, que não se metem em uma confusão:

- Pode procurar na minha vida!!! Dizia ele quando de repente ele quase colide com um motociclista que lhe ultrapassava pela esquerda como deveria. De certo que o ônibus estava errado pois apenas no quarteirão anterior deveria mudar para a faixa em que se encontrava. Daí o rapaz da moto que visivelmente trabalhava, toma não só a faixa que divide as pistas como tende a vir pela do ônibus e ainda por cima mais devagar do que normalmente andam fazendo com que o ônibus estivesse colado sobre ele. Um perigo? Sim, mas também um sinal de provocação do motociclista aceito pelo motorista. Assim seguiu-se da rua Clélia até a Francisco Matarazzo. Obviamente que a situação ficava cada vez mais tensa. Freadas cada vez mais forte atrás da moto, olhares, xingamentos e gestos. Um verdadeiro pandemônio, até que uma hora a moto se desvencilhou (ou finalmente quis) e se foi embora.

O Motorista de ônibus volta tranquilamente a pregar a sua doutrina. 

Ele provavelmente deve ser contra a corrupção e talvez até o seja na verdade, mas eu não tenho dúvidas do que andar de ônibus em São Paulo é entender um pouco a complexidade do povo. É um verdadeiro estudo antropológico.

Para quem nunca viu o desenho, segue ele:




P.S.: A política no Brasil não se faz de forma muito diferente disso não...

terça-feira, 21 de julho de 2015

Redução da velocidade e o fator humano...

(foto Demétrius Carvalho)

O fator humano... o que é isso?

De alguma forma, nos foi passado que o fator humano é causa de algum erro ou acidente em uma indústria, aeronave ou seja onde for onde algo aconteceu de forma fora do esperado.

Mas fator humano não seria uma expressão um tanto equivocada que não quer dizer nada? O fator humano não seria qualquer fator envolvendo humanos? Não seria o fator humano a tal "falha humana" na queda de um determinado avião assim como a própria construção do avião?

Na verdade, isso é apenas uma das elocubrações dessa minha mente que cansa sim de pensar, mas que não se conforma e tenta encontrar outros sentidos para os propostos. O fator humano também gosta de deturpar sentidos para outros entendimentos.

1. Não seria o superávit negativo o déficit?
2. Abrir capital estrangeiro em uma estatal seria por acaso privatização?
3. Te venderem a necessidade de comprar água gera lucro para quem?
4. Mercados pagam de ecologicamente corretos sem a sacola dada ao cliente, mas podem vender e ganhar ainda mais dinheiro?
5. Vamos vender meios de transportes alternativos sem melhoras de tal e ainda por cima aumentando os valores dos transportes públicos?

Acho absolutamente necessário os quilômetros e quilômetros de ciclofaixas que estão sim melhorando a qualidade de vida dessa cidade em um médio/longo prazo. Podiam apenas melhorar o transporte público para quem tem carro opte por algo melhor e não ver a sua situação cada vez pior e então vamos partir para o menos pior. Por que elas não começaram da periferia sentido centro? Interligando a população sem acesso aos terminais por exemplo? Mas ok, não vamos ficar na opinião polarizada entre o é bom ou ruim. É bom. Bom demais e veremos isso daqui uns anos tendo outros países que adotaram tal prática. Entre 8 e 80 tem um monte de número não é?

Ah, mas estão investindo R$ 400 mil na educação do trânsito. Não é muito? Eu sinceramente acho que não se verificarmos que o arrecadado com multas no mesmo período foi R$ 800 milhões...

Em países da Europa com as autoestradas, temos via de acessos exclusivos ao tráfego motorizado e assim sendo, na marginal que não possui semáforos exatamente por isso tem-se uma redução de velocidade?

Bom... acho que vão arrecadar ainda mais dinheiro com a população novamente.

Antes que alguém venha criticar, eu odeio andar de carro e faço de tudo para não andar com ele (exceto quando saio com o baixo acústico). Vivo andando de ônibus e essa é a minha principal explicação para a quantidade de livros que leio.

Eu posso estar errado em vários desses levantamentos e posso estar errado mesmo em todas, mas continuarei pensando, afinal de contas, o meu e o seu pensamento também é um fator humano...

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Se fosse para polemizar...

Eu te perguntaria quem é Zeca Camargo?
Eu te perguntaria quem é Cristiano Ronaldo?
E o que isso vai em definitivo mudar em sua vida?

Mas se fosse para chutar o pau da barraca, eu te pergunto se Cristiano Araújo era mais conhecido do que Inezita Barroso? Afinal de contas, não me lembro desse alarde e comoção todo com ela que no meio dos sertanejos tem mais respaldo.

Me parece que todo mundo caiu na pegadinha da mídia que precisa gerar uma notícia para dar retorno para.... tcharam... ela mesmo....

Parar de ver tv foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida...


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Opiniões acirradas que proferimos sem nem perceber...

Imagem da internet

Já não é de hoje que penso que o comportamento das pessoas perante os meios de comunicação pós internet se modificou de forma radical. Basicamente na época em que a televisão detinha o poder de comunicação, a atitude de seu público era passiva. O que víamos no jornal, víamos e pronto. No máximo uma conversa com os vizinhos ou entre nossas rodas de amigos ou familiares. Uma grande comoção nacional e você podia trocar algumas palavras sobre o ocorrido com um desconhecido em um ponto de ônibus ou em uma mesa de bar.

A internet muda completamente isso. Inicialmente com sua opinião em verdadeiros murais colocados na internet, até os dias de hoje em que essa interação se torna em tempo real. Chegamos então em um momento onde as pessoas parecem precisar expressar sua opinião custe o que custar e acho que ela acirrou as diferenças de pensamento... de certa forma... ela contribui com os radicalismos dos extremos...

Para fortalecer a ideia do quanto eu penso isso de longa data, vejamos o nome desse blog... É apenas o que eu acho...

O que eu acho é o que eu acho e não verdade absoluta. Não tenho a pretensão de achar que o meu pensamento é sempre o correto perante o teu. Acho isso poderia soar arrogante de meu ser, mas algumas "acusações" me soam esdrúxulas.

A última? Fui acusado de homofóbico por não ter aderido aos perfis coloridos. Então é simples assim? Troca-se uma foto e atesta-se os teus verdadeiros atos? Quando vi alguns políticos com as fotos, pensei: Mas o que será que efetivamente você fez para garantir os direitos à classe?

Tenho motivos para não trocar a minha foto e respeito a sua troca. Quis trocar, mas não troquei e penso que enquanto dividirmos a população entre os do bem (os que pensam como eu) e os do mal (que pensam diferente) e temos o começo do grande problema da humanidade.

Reclamos dos programas "dos Marcelos Rezendes e Datenas" das vidas, mas transformamos nossa timeline no mesmo poço de polêmicas.

A polêmica da semana passada nem esfriou quando fui julgado por não conhecer Cristiano Araújo. Ontem, outro artista foi levado ao andar de cima. Chris Squire. Baixista e um dos fundadores do grupo Yes. Se você não o conhece, não vejo problema algum nisso. Mesmo eu trabalhando com música, não conheço todas as pessoas.

Despende-se muita energia em casos como esses. Hoje eu prefiro apenas deixar essa mestre das 4 cordas tocar...

Leveza...


sábado, 27 de junho de 2015

A Cesar o que é.... do Facebook

Lembram do processo de denúncia pela qual umas das fotos minha passou?


A Cesar o que é de Cesar, ao Facebook o que é do Facebook. Eu que tenho uma crise de amor e ódio ferrenha ao Facebook, sendo que um dos motivos é justamente o quanto o Facebook roubou as nossas liberdades e centralizou as atenções (muito supostamente, foi no Facebook que você viu essa própria postagem). Uma rede que além de nos aprisionar, escolhe o que vemos e não sabe distinguir uma obra de arte do que ela dita pornografia (sendo eles provenientes do país que mais produz pornografia).

Em tempos de intolerância com pensamentos diferentes ao seu, esta foto foi denunciada por conter nudez e recebi tal comunicado da empresa que nos prende:


A denúncia é feita anonimamente (um tanto quanto covarde) e julgada pelo próprio Facebook que ao menos dessa vez, julgou-me inocente.

Eu que desconfio de tudo proveniente do Facebook, tenho que fazer "mea culpa" dessa vez e reconhecer que eles não foram abusivos comigo dessa vez, visto que tenho outras fotos que se aproximariam mais da denuncia feita do que essa. Talvez seja hora de partir para outras plataformas de comunicação...

terça-feira, 5 de maio de 2015

Ando com medo da morte


Ainda em janeiro, estava eu em lhabela quando recebo a notícia da morte prematura de Canek Guevara. Sim, com esse sobrenome, ele era neto de Che e deixou o nosso plano aos 40 anos. Estava com a amiga Ana Paula Galvão quando esse mundo despencou em minha cabeça.

Canek Guevara tinha uma composição com Bruno Morais e eu, mas dessas bizarrices de dias atuais, eu nunca conversei com ele presencialmente. Nunca escutei sua voz, mas tenho tudo registrado pelos meios digitais. Com minha mãe é exatamente o contrário. Nunca troquei uma única palavra com ela pelos computadores. Isso é muito louco, mas o que me incomoda na morte é a interrupção. Se não falei com ele, já não falaria nunca mais.

Ando com medo de morrer, mas corro com medo de morrer também. Isso por que corro distâncias relativamente grandes, então é comum sair de casa de noite para correr e passam-se minutos, as vezes horas de completa solidão e o mundo passando em minha cabeça. Uma delas: E se eu passo mal? E se eu apago aqui? E se eu entro em processo de interrupção contínua com o resto das pessoas que conheço? Isso é o que realmente me angustia.

Amigos, amores, colegas de trabalho. Relações que desandam e que muitas vezes não fazemos força para reverter com a sensação de que pode ser depois esse nó desfeito e daí vem a morte e encerra tudo. Tenho sim minhas pendências emocionais dos quais fujo para não resolver, por isso tenho tido uma vontade pelo menos de zelar pelos que me cercam. Seja ele quem for.

Semana passada quando saia para correr, um dos porteiros noturnos do prédio me avisam que Diego havia falecido. Um dos porteiros diurnos. Super novo. 49 anos, mas estava instaurada a interrupção contínua entre uma pessoa e eu outra vez. 

Ele que tanto quis fotografar no meu projeto intitulado Red Zone (visto que um dos porteiros já havia sido e pretendo desde que queiram, fotografar cada um). Eu só posso pensar sobre esse meu medo da morte de ser descuidado para com quem me rodeia. A Red Zone virou quase um café filosófico. Uma busca de sentido da vida não é mesmo Rafael Andrade? E um aprendizado. Sinto que A leveza que tenho pregado como uma filosofia pessoal minha já se encontra incompleta Marina Stoler.

Hoje eu penso em "Leveza e fluidez", afinal se pode ser leve e não fluido. Se pode ser fluido e não leve. Talvez uma hora eu escreva sobre isso. Por hora, deixa eu ir viver, afinal, ando com medo de morrer...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Feliz ano novo (ou a delícia e a praga que é o carnaval)

Sabe aquele monte de promessa feita no começo do ano?

Digamos que você tenha feito uma lista de afazeres. Quanto dela já andou?

óbvio que não precisa ser seguida ao pé da risca, mas sendo hoje dia 18 de fevereiro, temos já 13,42% do ano transcorrido, então se sua lista não está nem em 10%, saiba que você está atrasado em seu compromisso com você mesmo (e olha que com o estimulo do fim do ano, ela pode estar além disso).

Então temos o carnaval nessa vida de alegria e atraso de nosso Brasil. Não condeno de forma alguma o carnaval, mas que a sensação de que finalmente o ano começa é confirmada entra ano, sai ano...




P.S.: Longe de mim querer ditar regra e se alguém souber de algum bloco ainda hoje, pode me chamar ok?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O que representa a morte de Tomie Ohtake?


Mais especificamente, o que representa a morte de Tomie Ohtake para mim?

Para ser sincero? Uma reflexão e um profundo respeito por uma pessoa que se vai.

Embora seja da área das artes, eu desconheço quase que por completo sua obra. Vergonha por isso? Sinceramente não. Não existe tempo no mundo para se conhecer tudo. Não conheço todos os músicos do mundo. Para ser sincero? Existem músicos que cravaram seu nome na história e mesmo assim, eu que estudo e pesquiso sobre música, não consegui ouvir todos, logo, não posso ver demérito algum em não conhecer a obra dessa artista que se foi.

Quando seu nome me surge, o prédio do Instituto Tomie Ohtake me vem na memória e eu acho ele  uma verdadeira obra de arte, mas nem o prédio foi projetado por ela e sim por seu filho.

Onde quero chegar com isso?

É que me espanta, me incomoda de certa forma, a comoção causada por ela nas redes sociais. Estão falando do assunto da semana ou de fato conheciam a artista?

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Palmeiras x Corinthians



Prometo não me manifestar sobre resultado do jogo, seja ele qual for, após a peleja.

Venho aqui apenas desejar sorte ao ex-popular esporte. Pelo menos do ponto de vista financeiro...

O ingresso mais barato se você não é sócio torcedor? R$100,00 Da para alugar uma tv à cabo e ver todos os jogos de seu time não é?

Não existisse apenas esse verdadeiro legado da copa que são esses preços completamente excludentes, temos ainda um confrontamento no mínimo no terreno da piada e escárnio para com o adversário e que pode chegar ao confrontamento físico. Foi-se o tempo em que torcedores adversários podiam caminhar no meio da outra torcida e na boa, penso que regredimos desse ponto de vista.

Entre meus amigos próximos, é conhecida uma história da qual cai sem querer no meio da torcida do Santos com a camisa adversária. Senti medo, mas pensei, isso está errado.

O futebol me da o direito de dentro desse território poder xingar e ser violento com o próximo?

Eu só queria que hoje, houvesse um bom espetáculo dentro das 4 linhas, mas ouvir qualquer coisa que ultrapasse o campo de jogo, infelizmente é normal...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Eu sou um pandeiro




uma das coisas que se aprende ao ficar mais velho é saber que não se pode lutar contra a vontade dos outros. dos esforços, o mais inócuo. porque por mais que você lute, a vontade do outro sempre é suprema. agora, ou depois, ela prevalece. e das batalhas, essa você sempre perde. melhor bater em retirada. 

e não é covardia, é da coragem de saber que por mais munição que a vida tenha te dado, ela nunca será muita, e ela  nunca será reposta por qualquer que seja a tropa de apoio que venha ao seu encontro. e você entrincheirado, sabe que o melhor é abandonar o fuzil e esquecer a guerra. 

e não é o cinismo que nos consola quando se fica mais tempo por aqui. ficar mais velho não é só pensar que os anos é só uma das voltas que a terra dá em torno do sol, porque você sabe que as vezes você é aquele sol. e você também tem aquele girassol mais belo do campo que te encara e te segue no céu, do seu nascer ao seu poente, pra durante a noite pesar suas pétalas e chorar com o orvalho fino, e acordar e levantar o rosto e continuar a te encarar e te seguir pelo céu novamente. 

mas as vezes existem as nuvens. e por mais que você ainda seja o sol, um reator nuclear infinito em tamanho em calor em energia em poder, aquele leve vapor de água, que fluido, fofo, branco e vaporoso vai te encobrir, vai te esconder, vai te deixar por trás do esquecimento.

e você caminha sob a lua então. e caminha e caminha. e vai pensando e escrevendo isso na sua cabeça. mas não sabe mais se isso você cria ou se isso sempre esteve aqui. embolado como fios. Como o novelo caótico que são as coisas que você esconde. e por um acaso aquilo puxa o fio e traz aquele cabo desencapado que dá choque. e choque. e choque. e aquilo te repuxa os músculos e te convulsiona as coisas. e dá uma clareza, e te embola, e te anestesia. e assim você não sente aquela dor que corta, que rasga que arranca. sim, arranca. e arrancado de coisas você segue andando, acende um cigarro, sente o pé no chão doer e o cansado das pernas e o sangue subindo e circulando e pulsando em cada veia.

e as veias, que aumentam de calibre nesse momento, te mostram que sim, você ficou mais velho e saiu de mais uma batalha com todas as cicatrizes que você mereceu. as rugas que você ostenta ou esconde são cada uma delas uma historinha. e você conta como você ganhou aquela marca de batalha, e você relembra depois de um tempo e daí você nem é mais aquele covarde que parecia ter fugido como um cagão da guerra, mas talvez é o herói. ou talvez o vilão orgulhoso. ou talvez você é só você, com uma história a mais pra contar.

e a sua pele esticada é como um pandeiro tocando um chorinho daqueles bem tristes, descompassado porque as mãos estão duras, está frio, você está cansado. e tam tam tam você segue, sambando e caindo. bamba. sabendo com quantos sambas se faz um homem, com quantos compassos se bate a macumba que te faz vivo.

e vivo você vive e assim viverá até não poder mais. cada dia um dia como outro qualquer. uns melhores, outros piores, mas estatisticamente os mesmos. ou não. a matemática pouco diz dessas coisas que não se resumem à uma formula. ou quem sabe esse teorema é apenas mais um poincaré velho e esquecido que ninguém nunca resolveu. ninguém sabe, ou ninguém nunca me disse, e pra confessar, nunca fui bom com números.

mas eu olho esses números no calendário e sei que é quase meu aniversário. 

e eu envelheci de repente.


Por Raphael Nascimento