domingo, 31 de julho de 2011

Musica pop

Só para os que não sabem. Tem muita coisa pop que adoro como Jamiroquai e o excelente clip abaixo, onde o chão de alumínio se movimenta, assim como as paredes. Gravado em tomada única, o vocalista da banda usa um tênis com imã no solado para facilitar sua performance:

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Formações inusitadas

Para quem costuma andar por aqui, sabe que bandas com formações inusitadas não é novidade alguma nesse espaço. O trio "Morphine" (sax, baixo e bateria), o duo "Death from above 1979" (baixo e bateria) ou mesmo o trio canadense "Crystal Castle" (sintetizadores, bateria e voz). 

Essas bandas nunca foram por mim retratadas por terem a formação inusitada, mas sim por terem uma identidade estética que de uma forma me agrade e obviamente que formações fora do convencional implicam em uma sonoridade diferenciada, mas não é o suficiente. Em uma conversa com amigos da área sempre brotam mais exemplos e dessa feita foi com a cantora Priscila Lavorato. Não apenas a música foi discutida nesse dia, mas de diversos temas, ela me mostrou "Musica nuda" (baixo acústico e voz):


E eu mostrei-lhe "One day as a lion" com sintetizadores e bateria fazendo cama para o vocal de Zack de La Rocha conhecido pelo "Rage against the machine".


Óbvio que não pensa que qualquer formação inusitada seja boa, mas tenho bons olhos para elas...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

E o salário...

‎"O erro que a maioria dos políticos eleitos comete é desconhecer uma das leis básicas da administração: Todo cargo, seja público, seja privado, é de total e irrestrita desconfiança. Infelizmente, todo colaborador, por mais amigo que seja, precisa ser tratado com certa dose de desconfiança." Stephen Kanitz.  

No entanto não é isso o que acontece no país do carnaval. Aqui acontece... carnaval. Não bastasse os míseros salários dados aos trabalhadores brasileiros, os impostos dos mais altos do mundo e não devolução para a sociedade com índices dos menores em investimentos na cultura, saúde, transporte público e etc. e temos a discrepância salarial daqueles que teoricamente deveriam servir a nação. Vale inclusive ver o vídeo por mim já postado sobre o parlamento sueco.

Enquanto discute-se a ética de quem tem o poder de conceder-lhes o próprio aumento, vejamos como o conhecido jeitinho brasileiro mascara o salário de nossos políticos. Segundo a revista Veja, o real salário aos congressistas nacionais gira em torno de R$130.528,33 a R$159.064,91 muito bem dissimulados por diversos subterfúgios. 

Além do registrado na folha de pagamento, os 81 senadores, por exemplo, têm direito à verba indenizatória de 15 mil reais, verba para transporte aéreo de até 27 mil reais, cota de telefone fixo (1.000 reais), celular (ilimitado), auxílio-moradia (3.800 reais), combustível (520 reais), entre outros benefícios. A quantidade de cotas extras, planos de saúde ilimitado, 13º, 14º e 15º são apenas alguns sinais da sangria brasileira. VALE VOLTAR NO LINK DA VEJA.

Já na Isto é, vemos o seguinte quadro abaixo mostrando os candidatos buscando uma vaga no Tribunal de Contas do Município. Outra vez, a matéria está linkada para quem quiser saber um pouco mais.

Para piorar, atitudes amorais em um sistema falido que só serve para quem já está lá por cima é mostrado outra vez na revista Veja. Tráfico de influências facilitando a vida por motivos nem um pouco profissionais. 

Infelizmente vejo que nosso sistema é completamente falho e corruptível. Se tivermos alguém de ma fé por lá então... 

Para finalizar, deixo o filósofo francês Deleuze falando sobre o poder.



O que mais me entristece é ver os brasileiros perdendo a capacidade de indignação...

E o salário ohhh - parafraseando o personagem do professor Raimundo.





segunda-feira, 11 de julho de 2011

Poetas, Loucos e Santos

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."  

















Oscar Wilde



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desligue o foda-se!

Pensemos em uma sociedade onde todas as pessoas se amam verdadeiramente e qual ambiente tal ação poderia gerar para os próximos. Agora pense justamente o contrário. Tenho visto muita gente "ligando o foda-se" e a humanidade parece estar se F¢∞¶•º


Desligue o foda-se e propague o amor!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Juju


Era uma tarde chuvosa. Aquela canção produzida pela água que caia deveria conter algum sonífero e sentiu-se completamente desencorajado em deixar a cama. Viu por algum tempo os pingos de chuva na janela e os desenhos abstratos que elas proporcionavam, mas aos poucos, seus olhos cederam.

Acordou de um grande susto com uma onda brandamente tocando-lhe o corpo na beira da praia. Não que seu susto tivesse passado, mas ter uma garota ajoelhada diante de si com água de coco para ele beber era ao menos mais reconfortante do que estar ali perdido. Seus olhos verdes penetraram-lhe a alma com mistério e doçura.  Ela estendia o braço com a fruta para ele sem que tirasse os olhos dele. A boca era tão sutilmente arqueada que ele não sabia se ela internamente sorria. Percebeu então que estava com a garganta ressecada. Poderia ter passado horas deitado naquele sol. Também sem tirar os olhos dela. Olhava seus cabelos pretos cortados acima dos ombros sendo embalados pela brisa do mar. Suas mechas pareciam dançar com as folhas das palmeiras que estavam cerca de 20 metros ao fundo. Uma pintinha próxima à boca conferia-lhe um charme todo especial, mas ela começou a causar um certo desconforto quando ao descer pouquíssimos centímetros encontra uma boca que parecia ter sido esculpida. No imediato milésimo de segundo em que tomou a última gota, encontra já seu braço estendido como quem já soubesse que ele havia terminado. Ele perguntou-se se haveria sido coincidência ou ela simplesmente sabia. Ela se levantou e ele simplesmente sabia que devia segui-la. De pé, notou que ela passava pouco de 1,60 m de altura. Tinha a parte superior do biquíni que mostrava um bronzeado de quem já estivesse ali por dias e uma canga lilás, com umas listras não simétricas. Terminava com uma espécie de franjinha que roçava-lhe as panturrilhas. Em silêncio ele sentia-se apenas feliz e seguro. Quando enfim chegaram debaixo de uma artesanal barraca com folhas de palmeiras, ela se virou para ele e embora ele notasse que ela parecia ter envelhecido alguns anos da beira da praia até ali, notou-a mais bela ainda e com certeza ele teve o melhor almoço de sua vida e não acha que foi pelos pratos servidos apenas, mas pela presença daquela misteriosa garota. Depois de comerem, ela andou com ele até uma rede que estava armada entre duas árvores e cochilaram juntos. ela deitada sobre seu peito com uma mão delicada sobre suas costelas e ele deliciando-se com o aroma daqueles cabelos. Ao acordar, percebeu que sua mão parecia diferente e já sem espanto e sim com serenidade e alegria por tê-la ao seu lado, percebeu que ela aparentava ter quase 30 anos. Parecia ainda mais bela. Era a mais bela de todas. Brincaram na praia, correram, rolaram na areia, nadaram juntos até que notou-a um pouco mais envelhecida, mas formosa. O sol começou a se por e voltaram para a mesma tenda. Um jantar sublime estava posto sobre a mesa e ele não conseguia tirar os olhos dela enquanto comia. Uma face serena e confiante, embora agora fosse possível notar uns cabelos brancos. A mesma rede e a mão dela agora estava em sua face e havia um pequeno lençol de seda que envolvia-lhes dando a sensação que ali dentro estava o mundo. Foi o sono mais confortável e revigorante que alguém poderia ter.

Não ficou surpreso ao notar que ela aparentava uns 70 anos. O desjejum de frutas tropicais pareceu ser feito sob medida para o vigor físico que tiveram na praia algum tempo depois. Apostaram corrida, brincaram na água, na areia ou mesmo subindo em algumas árvores. Finalmente deitaram-se na praia. Ele repousou a cabeça em sua coxa e sentiu um cansaço lhe abraçar. Ele sabia que era hora de partir. Finalmente resolve perguntar o nome dela e antes que ele abrisse a boca ela responde – Juju. Seus olhos pesaram e ele adormece.
 Foto retirada da internet
O despertador toca. E ele tocava apenas para o acordar quando ele adormecia no fim da tarde e acordava no limite do horário. Não que estivesse atrasado, mas teve que levantar correndo, tomar banho e sair para a faculdade. A chuva havia na verdade apertado e como o ponto de ônibus era em frente, esperou da porta de sua casa para ficar abrigado no toldo, mas finalmente o coletivo chega e ele corre para debaixo do abrigo do ponto. Uma garota surge correndo de outra direção e não ouve como evitar uma leve colisão. Embora leve, o suficiente para derrubar os livros de ambos que se abaixam para os pegar. Sentiu uma taquicardia disparar dentro de seu peito quando viu aquele rosto, aquela cabelo, aquela pintinha sobre uma boca que sorria meio envergonhada pelo que estava acontecendo, mas pensando rápido. disse que ela devia dar sinal ao ônibus enquanto ele pegava tudo. Naquela chuva, demorar 5 segundos a mais poderia ser o suficiente para que o motorista não os visse agachados e perdessem o ônibus. Quando o transporte para, ele está dividindo os livros de um e de outro ainda. Ela os pega na hora em que pousava o primeiro pé na escada. Ele atrás entrega-lhe os livros para o mesmo sorriso. Ele então pergunta algo do qual acredita saber a resposta:
- Qual seu nome?
- Juju…

domingo, 3 de julho de 2011

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Máquinas Coletivas de Individualidade



Se preferir, pode chamar também de "Fantástico eu" e se por acaso não esteja fazendo idéia do que posso estar querendo falar, é sobre esse pequeno aparelho diante de seus olhos e a relação entre as pessoas a partir dele e das tão famosas "redes sociais".

Pra quem já passou dos trinta, convenhamos que o momento de transição da vida sem net e com net já está passando. Existem pessoas adentrando a vida adulta que já convive com essa ferramenta desde o princípio e talvez eles não entendam a corrente de afastamento da vida on line que tenho posto em prática e notado que não é prática exclusiva minha. Aliás, o guitarrista Carlos Pontual colocou uma frase alusiva a esse sentimento em uma das milhares de rede social. Algo como: "Hoje em dia, telefonema é quase um contato físico".

Não quero negar a maravilhosa ferramenta que temos em mãos, mas além desse revés de algumas pessoas a essa vida virtual, algo que passa a ser evidenciado é as relações baseadas pela visibilidade (ainda que virtual) das pessoas com quem se interage. 

Como assim? Basicamente percebo 3 situações de interação entre os internautas (estou excluindo as mensagens que visam propagar algum evento, show e etc. e pensando uma relação entre duas pessoas). Vamos lá. Basicamente vejo as pessoas interagirem com:

1- Amigos reais (sejam eles de infância, do trabalho ou mesmo da família);
2- Uma pessoa acima de você em algum plano (profissional, social, etc.);
3- Ou um possível par afetivo (sim, esse hábito foi completamente incorporado pelas pessoas. Agora pedem-se o contato on line e não o celular). 

Claro que existem mais possibilidades, contatos profissionais por exemplo. O que no entanto percebo é como ainda somos bons em falar alguma coisa e fazer outra. Prega-se o amor e hoje em dia existe inclusive aplicativos para que você tenha aquela frase de impacto e que comova os seus leitores. Isso por sinal, costuma gerar retorno de quem interage com você e massageia-se o ego que quem mandou-lhe na rede. Vamos no entanto analisar o seguinte. Com os seus amigos reais, interage-se. O possível par afetivo sim se o outro lado também quiser (assim como na vida real). O que noto nessa nova realidade é que apenas levamos para trás dos monitores um comportamento fora dela. Que comportamento seria esse?

Já reparou que a maioria das pessoas respondem prontamente ao contato quando ele vem de alguém com alguma posição superior de alguma forma? Já reparou o quanto a maioria das pessoas sequer tem paciência para responder quando o contato vem de alguém supostamente de baixo? É mais ou menos algo como aquela pessoa que faz questão de falar com uma personalidade na rua, mas que não faz a menor questão de falar com o próprio porteiro do prédio.

Eu costumo chamar uma certa rede de Ilha de Caras... faça a sua interpretação...


Enquanto isso, milhões de pessoas se jogam atrás de suas máquinas coletivas de individualidade para ambiguamente encontrar um possível contato...