Se preferir, pode chamar também de "Fantástico eu" e se por acaso não esteja fazendo idéia do que posso estar querendo falar, é sobre esse pequeno aparelho diante de seus olhos e a relação entre as pessoas a partir dele e das tão famosas "redes sociais".
Pra quem já passou dos trinta, convenhamos que o momento de transição da vida sem net e com net já está passando. Existem pessoas adentrando a vida adulta que já convive com essa ferramenta desde o princípio e talvez eles não entendam a corrente de afastamento da vida on line que tenho posto em prática e notado que não é prática exclusiva minha. Aliás, o guitarrista Carlos Pontual colocou uma frase alusiva a esse sentimento em uma das milhares de rede social. Algo como: "Hoje em dia, telefonema é quase um contato físico".
Não quero negar a maravilhosa ferramenta que temos em mãos, mas além desse revés de algumas pessoas a essa vida virtual, algo que passa a ser evidenciado é as relações baseadas pela visibilidade (ainda que virtual) das pessoas com quem se interage.
Como assim? Basicamente percebo 3 situações de interação entre os internautas (estou excluindo as mensagens que visam propagar algum evento, show e etc. e pensando uma relação entre duas pessoas). Vamos lá. Basicamente vejo as pessoas interagirem com:
1- Amigos reais (sejam eles de infância, do trabalho ou mesmo da família);
2- Uma pessoa acima de você em algum plano (profissional, social, etc.);
3- Ou um possível par afetivo (sim, esse hábito foi completamente incorporado pelas pessoas. Agora pedem-se o contato on line e não o celular).
Claro que existem mais possibilidades, contatos profissionais por exemplo. O que no entanto percebo é como ainda somos bons em falar alguma coisa e fazer outra. Prega-se o amor e hoje em dia existe inclusive aplicativos para que você tenha aquela frase de impacto e que comova os seus leitores. Isso por sinal, costuma gerar retorno de quem interage com você e massageia-se o ego que quem mandou-lhe na rede. Vamos no entanto analisar o seguinte. Com os seus amigos reais, interage-se. O possível par afetivo sim se o outro lado também quiser (assim como na vida real). O que noto nessa nova realidade é que apenas levamos para trás dos monitores um comportamento fora dela. Que comportamento seria esse?
Já reparou que a maioria das pessoas respondem prontamente ao contato quando ele vem de alguém com alguma posição superior de alguma forma? Já reparou o quanto a maioria das pessoas sequer tem paciência para responder quando o contato vem de alguém supostamente de baixo? É mais ou menos algo como aquela pessoa que faz questão de falar com uma personalidade na rua, mas que não faz a menor questão de falar com o próprio porteiro do prédio.
Eu costumo chamar uma certa rede de Ilha de Caras... faça a sua interpretação...
Enquanto isso, milhões de pessoas se jogam atrás de suas máquinas coletivas de individualidade para ambiguamente encontrar um possível contato...
Enquanto isso, milhões de pessoas se jogam atrás de suas máquinas coletivas de individualidade para ambiguamente encontrar um possível contato...
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