Eduardo Marinho é um cara que vai colocar 99,9% dos religiosos no bolso e eu apostaria que muitos deles concordariam com essa afirmativa.
Filho de militar (tendo passado pelo exército também), tendo trabalhado em banco e cursando Direito, percebe que essa não é sua vida.
Lembro de alguns amigos. Poucos. Muito poucos que buscam fugir desse tipo de vida. Para a grande e absoluta parte da humanidade, isso é utopia. Pode ser. Para Eduardo Marinho não.
Hoje é um dia em que na verdade eu não preciso falar nada pois temos nesse documentário um pouco mais de uma hora de questionamentos sobre o atual "life style" imposto por nossa sociedade.
P.S.: Eduardo Marinho não deixa de reconhecer erros e tristezas em sua vida. Creio que perceber e assumir esses momentos da vida são formas de evoluir...
É o que garante um site que promove parcerias com aplicativos populares entre os corredores...
Sinceramente não sei onde vamos parar com as interações, aplicativos, startups, monitoramento e etc. Se por um lado, essas coisas parecem bizarras, por outro lado, não da para negar que o mundo é completamento diferente com eles e nesse ponto, não posso discordar do controverso filósofo esloveno Slavoj Zizek: Não vivemos mais uma realidade virtual e sim, realidade híbrida.
Na pior das hipóteses, você se exercita, mas eu acompanharei e relatarei aqui a minha experiência com vocês.
Não sei dizer se é bom ou é ruim, o fato é que tenho falado mais de política do que gostaria e acabo falando quase sempre por um lado transtornado. Sinto-me ainda traumatizado com o ocorrido com a polícia semanas atrás e vejo como o tratamento é completamente diferenciado para os que são abonados. Pra não ficar "rodando lâmpada" sobre algo óbvio, apresento o sociólogo americano Sam Richards que da uma verdadeira aula convidando as pessoas a se colocar no lugar de outras pessoas e acaba mostrando o quanto é fácil de odiar os americanos:
A lei do triunfo de Napoleon Hill é um livro que pode ser chamado de precursor desses livros de gestão financeira tão em voga hoje. Ali no começo do século passado, esse estudioso do que ele chamou filosofia de vida, percebe que o homem não mais prevalecia da força física sobre o próximo. Agora era pela sua conta bancária.
Parece que os meios de requinte geraram a força do prestígio, a força política, a força da mídia e a questão é que força sempre é "forçar" algo contra alguém.
Muito fácil pensarmos que desapropriar terras de índios em prol da população dita civilizada seja o correto quando você faz parte dessa população a ser privilegiada, mas e se você fosse um desses índios? Se por acaso fosse um morador de Pinheirinho e visse sua casa ser devastada por tratores em prol de um novo empreendimento imobiliário? Se fosse você a pessoa espancada pela polícia que só estava agindo segundo ordens? Se fosse seus filhos chorando?
Sabe o que é pior? Ver o quanto muda-se o discurso quando a situação inverte-se. Penso que vários moradores de Pinheirinho "descontariam" quando chegassem a sua vez. E não é por eu ser pessimista e sim um analista das coisas que me rodeiam.
O filósofo Hume diz: "...que refletindo sobre a debilidade e corrupção da natureza humana nos ensina que a nenhum homem se pode confiar uma autoridade ilimitada, como mediante a experiência e a história, que nos informam dos enormes abusos que a ambição tem cometido em toda época e país, devido a uma confiança tão imprudente"
Não quero falar desse ou daquele político, do empresário tal, ou daquele partido que prometeu mudar tudo e perpetua essa história por que é sua vez de estar por cima. Apenas está provado por séculos e séculos (milênios?) que esse modelo não está dando certo. Ou partimos para um novo patamar, ou as coisas continuarão assim por todo o sempre. Os que estão por cima segurando a todo custo o que tem, que por sua vez tem os oprimidos que não esperam a hora de dar o golpe e apenas inverter o jogo.
O que claramente entendo das palavras de Hume, é que ou todos (senão a grande maioria) decide o que fazer, ou os poucos que decidem, decidem de forma egoísta (como aumentar o próprio salário e outros abusos de poder mais). No Brasil então onde isso é mais gritante, me deixa temeroso em relação ao futuro do país onde vemos polícia se confrontar com estudantes da Usp e a forma totalmente tendenciosa que determinados meios levam os fatos à público.
E por favor, não acredito em papai noel, coelhinho da páscoa, ou que esse país é para todos!!!
Ainda na faculdade, li um livro intitulado "Do belo musical" de Eduardo Hanslik. Ele defende o seguinte pensamento: «o comportamento dos nossos estados emotivos perante um belo qualquer é mais objeto da psicologia do que da estética». Esse livro nada mais é do que um questionamento filosófico sobre o que é o belo.
O dito que algo é belo aos olhos de quem vê, é exatamente isso. Em outras palavras, quando estou aula de teoria musical, sempre falo que quando a pessoa diz que gosta de música boa, digo que a mim, ela nada me fala. Você por acaso conhece alguém que diz que gosta de música ruim? Música boa então sempre o é do ponto de vista pessoal. Digo para meus alunos que um único argumento serve-me para uma música. Se ela me toca ou não.
Como músico, penso que devo ter uma análise para perceber se a música tem uma rítmica, melodia e harmonia rica. Se os músicos em questão possuem técnica apurada, mas mesmo assim, todos esses pontos podem ser ricos e eu simplesmente não ser "tocado" pela música. Ou uma música com 2 acordes "me tocar".
A música em questão no vídeo abaixo éForever Dolphin Love do Connan Mockasin. A música é longa e é usado um vocoder na voz, alterando o timbre original dela. Isso por si só, seria o suficiente para alguém não ser "tocado" pela música e esse argumento acaba sendo o único válido para mim. No entanto, embora a maquiagem do clipe caminhe de mãos dadas com o caricato e o roteiro seja surreal, não pode ser dito que não seja bem feito e que tenha tido uma boa produção por trás pensando nesse trabalho.
O clipe possui pouco mais de dez minutos e prendeu a minha atenção sobre como seria o desfecho e ainda que em uma situação hipotética e longe da realidade, ela me faz pensar e definitivamente gosto da arte inquietante e instigadora.
"O erro que a maioria dos políticos eleitos comete é desconhecer uma das leis básicas da administração: Todo cargo, seja público, seja privado, é de total e irrestrita desconfiança. Infelizmente, todo colaborador, por mais amigo que seja, precisa ser tratado com certa dose de desconfiança." Stephen Kanitz.
No entanto não é isso o que acontece no país do carnaval. Aqui acontece... carnaval. Não bastasse os míseros salários dados aos trabalhadores brasileiros, os impostos dos mais altos do mundo e não devolução para a sociedade com índices dos menores em investimentos na cultura, saúde, transporte público e etc. e temos a discrepância salarial daqueles que teoricamente deveriam servir a nação. Vale inclusive ver o vídeo por mim já postado sobre o parlamento sueco.
Enquanto discute-se a ética de quem tem o poder de conceder-lhes o próprio aumento, vejamos como o conhecido jeitinho brasileiro mascara o salário de nossos políticos. Segundo a revista Veja, o real salário aos congressistas nacionais gira em torno de R$130.528,33 a R$159.064,91 muito bem dissimulados por diversos subterfúgios.
Além do registrado na folha de pagamento, os 81 senadores, por exemplo, têm direito à verba indenizatória de 15 mil reais, verba para transporte aéreo de até 27 mil reais, cota de telefone fixo (1.000 reais), celular (ilimitado), auxílio-moradia (3.800 reais), combustível (520 reais), entre outros benefícios. A quantidade de cotas extras, planos de saúde ilimitado, 13º, 14º e 15º são apenas alguns sinais da sangria brasileira. VALE VOLTAR NO LINK DA VEJA.
Já na Isto é, vemos o seguinte quadro abaixo mostrando os candidatos buscando uma vaga no Tribunal de Contas do Município. Outra vez, a matéria está linkada para quem quiser saber um pouco mais.
Para piorar, atitudes amorais em um sistema falido que só serve para quem já está lá por cima é mostrado outra vez na revista Veja. Tráfico de influências facilitando a vida por motivos nem um pouco profissionais.
Infelizmente vejo que nosso sistema é completamente falho e corruptível. Se tivermos alguém de ma fé por lá então...
Para finalizar, deixo o filósofo francês Deleuze falando sobre o poder.
O que mais me entristece é ver os brasileiros perdendo a capacidade de indignação...
E o salário ohhh - parafraseando o personagem do professor Raimundo.
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo beneficiam outro trazendo algum tipo de prejuízo para o próprio segundo o Wikipedia.
Essa definição me fez enxergar de forma completamente diferente tal palavra e seu significado. O excesso de bondade para com o próximo pode ser prejudicial à quem a faz. Embora nobre em teoria, e almejado por budistas, religiosos e pessoas preocupadas com o próximo, ela ilustra um velho ditado que "bonzinho só...". O que acontece na prática é que essas pessoas convivem com outras que não possuem esse tipo de conduta. Quando de encontro com um egoísta então, eles tendem a se dar mal por muitas vezes.
O altruísmo não é exclusivo dos humanos. Esse comportamento pode ser encontrado em outros mamíferos, mas se quiserem se aprofundar sobre a questão, saibam que existe inclusive teorias e estudos entre cientistas, biólogos e filósofos não apenas tratando do altruísmo, mas o colocando de frente com o egoísmo e as discussões são sempre acirradas, mas voltemos a parte de ética, de conduta.
Na doutrina comtiana, o altruísmo pode apresentar-se em três modalidades básicas: o apego, a veneração e a bondade. Do primeiro para o último, sua intensidade diminui e, por isso mesmo, sua importância e sua nobreza aumentam. O apego refere-se ao vínculo que os iguais mantêm entre si; a veneração refere-se ao vínculo que os mais fracos têm para com os mais fortes (ou os que vieram depois têm com os que vieram antes); por fim, a bondade é o sentimento que os mais fortes têm em relação aos mais fracos (ou aos que vieram depois).
Na verdade, estou apenas colhendo argumentos para tecer uma percepção que tenho tido ao longo de minha vida. O altruísmo é algo lindo entre altruístas, mas meus companheiros que compadecem dessa benevolência para com o próximo são sempre passados para trás. Colhem um mal para si como é colocado no início do texto. Algumas pessoas causam mal aos altruístas por mera falta de percepção, ou cuidado para com eles. Outros por serem maliciosos e aproveitadores mesmo. Resumidamente, o que quero dizer é que se você é um altruísta, apenas tome cuidado ao cruzar com os egoístas.
Ser altruísta é sim ser pacífico, mas não ser paspalho. É ser sereno e isso não significa aceitar tudo o que lhe façam.
Passa-se apenas poucos minutos de meu aniversário e não posso dizer que esteja feliz por isso. Já acho o fim de ano um período um tanto complexo. Me espanta ver o povo se saudando e desejando tudo de bom ao próximo, mas pouco fazendo de fato. Ainda lembro da virada de ano passado quando via uma mendiga tentando dormir com seu filho em meio aquela festividade toda.
Problemas e imprevistos acontecem por todo o momento, mas alguns aparecem de determinadas formas e horas que parecem te minar um pouco mais. Eu tento apenas aprender e melhorar como ser humano e o que quero hoje é simplesmente expressar aos meus amigos, familiares e queridos de uma forma geral, que vocês são extremamente importantes para mim. Ontem falava com a musicista e amiga Marta Carvalho e ela noticia-me da morte do músico Miquéias Santana. A verdade é que fiquei chocado e minha queridíssima "vó Corina" que também habita acima das nuvens dizia o óbvio, mas que é pura verdade:
Para morrer, basta estar vivo
Tenho o dom de me dar mal em certas ocasiões e devo confessar que provavelmente morrerei assim, afinal, não sei o dia de amanhã e penso que ficaria muito frustrado. Quisera eu que todos os que conheço (assim como os que desconheço) não tivessem problema algum, mas estando aqui na vida real, não nos resta outra coisa a fazer a não ser nos enquadrarmos na vida. Foto tirada no penúltimo nascer do sol dessa janela para este que vos escreve.
Sou um otimista no final das contas. Mesmo com um fim de ano péssimo, espero que todos tenham um excelente 2011 e que se enquadrem na vida. Que as pessoas sejam melhores e tenhamos um mundo melhor começando de dentro de nós.
Como sou uma criatura que possui gosto peculiar quanto as artes, gostaria de lembrar,que tudo aqui é apenas o que eu acho. No entanto também não posso me esquivar quanto a minha responsabilidade de formador (querendo ou não) de opinião. Muita coisa depende de sua interpretação, de seu conhecimento de dada arte e por que não dizer de sua história de vida que o levou até ali de uma forma peculiar e irrepetível. Costumo dizer que não sei tudo, não entendo tudo e por vezes questiono-me e sou um ser cheio de teorias malucas que permeiam o meu jeito de ser e uma delas é que posso estar completamente errado para com a maioria de minhas teorias.
Se eu pudesse escolher uma única para me agarrar, é que precisamos contextualizar para interpretar uma obra de arte e fui criticado por isso. Me disseram que uma obra tem o seu significado e pronto. Não penso assim. O que pensou ao ver a foto que ilustrou a postagem? Foto de D. Diarte que intitulada "Ovo de páscoa" me abre novas interpretações, mas creio que em uma galeria de arte, uma escola infantil ou em um culto religioso, teria reações completamente diversas. Como sempre, é apenas o que eu acho...e achei essa de A. Brito.
Ou em outras palavras, o que costumamos chamar de consciência. Uma eterna guerra em nosso interior sobre o que fazer (ou não fazer).
Quisera eu ser uma pessoa que fosse isenta de tais conflitos.
Para alguém que tenha acompanhado o que escrevi com os títulos de 36 anos e Sobre os 36 anos, posso ter dado a impressão de que sou um cara super bem resolvido (e creio ser, mas isso não me isenta de conflitos). Confesso que pela primeira vez escrevo motivado pelos comentários advindos desses dias (e confesso novamente que não quero que isso se torne um hábito).
Em um dos comentários da minha irmã de coração, ela diz: "Ter compreensão do tempo nos ajuda a não desperdiçá-lo com bobeiras". Seguido de: "Concordo com você Cris!", de uma outra amiga de longa data. Bom, infelizmente ainda desperdiço bastante tempo.
Os comentários da postagem posterior foram a gota que faltava para eu querer escrever sobre. Catarine (a mesma que concordou com a Cris) postou: "O problema é quando não percebemos quais foram nossos erros... E quando percebemos, se dá tempo de voltar atrás... Tenho 38 anos e às vezes acho que errei demais, perdi tempo demais... Aí, tenho que aceitar os fatos. E dói muito saber que poderia ter feito diferente e não fiz." De fato cruel, mas ao escrever e constatar essas armadilhas que a vida nos preparou, concordo com o que mais uma amiga, mais uma artisa, mais uma musicista (to bem acompanhado?) falou. Paula Jucá resumiu de uma forma sucinta o que eu realmente gostaria de dizer: "Saúdo todos os anos, em um único e grande momento, o "Aqui e Agora" pois é nesse espaço/tempo que vivenciamos tudo que já estamos preparados."
O que passou, passou. Pode ter sido muito bom, inesquecíveis e pode inclusive ter sido muito ruim, mas passou. É passado! E o futuro depende totalmente do nosso agora. Não adianta eu projetar isso ou aquilo outro se não faço o "hoje" necessário para tornar esse sonho em realidade. Vivamos o agora. O passado e o futuro giram em torno do seu agora.
Quase nunca dou continuidade ao que lancei no dia anterior, ou mesmo volto a citar uma antiga postagem. Dessa vez no entanto, creio ser preciso. Quem me conhece de longa data sabe o quanto posso ser surreal para entender a realidade que me cerca. Assim sendo, desenvolvo raciocínios e metáforas para entender-me. De fato nossa percepção é amplamente equivocada no começo de nossa vida, mas existe uma idade (talvez por volta de 27 anos, uns mais, outros menos e talvez uns nunca) que entendemos o passar dos anos. O que realmente vai diferenciar como o sentimos, são nossas expectativas, nossas privações (ou não), nossa submissão a isso ou aquilo pela privação de nossa condição financeira, ou pelo total descompromisso por ter uma vida financeira estabelecida.
A verdade é que, tivesse eu 28, 54 ou 82 anos, concluiría que X anos valem X anos. Se para algumas pessoas parecem semanas e para outras eternidades, temos que entender o que cercou a vida dessa pessoa para que ela assim sentisse. Se almejou viajar para aquele país distante e nunca o fez, pode ter achado que a vida passou rapidamente e não houve tempo para tal. Se foi agraciado por uma fortuna inesperada e aos 21 anos conheceu não apenas esse lugar, como qualquer outro cartão postal do mundo, vai parecer estar de férias. O tempo quanto ao que se define por tempo, foi igual.
Escrevo como terapia, (além da outra que costumo dizer que tenho e da qual acabei de chegar) e quero ter apenas a consciência que não passou muito, ou pouco tempo e sim exatos 36 anos. Assim poderei arcar com as conseqências dos meus erros.
Pra ser bem sincero, acabei de pensar nesse tema por estar conversando com meu primo pela internet (Hindemburgo Lisboa, prof. de história). Melhor, esse papo foi a gota que faltava para eu falar sobre isso. Desde a semana passada que pensamentos retornam-me querendo reclamar um posto melhor para o corpo que os carrega. De fato, um conflito digno de desenho animado com um anjinho em meu ombro e um capetinha no outro. Ambos provenientes desse ser errante que vos escreve.
Primeiro entendamos "Estoicismo": Diz-se daquele que revela fortaleza de ânimo e austeridade. Impassível, imperturbável e insensível.
O estoicismo nasceu na Grécia com Cleantes de Assos e Crisipo de Solis. Logo uma escola estoicista nascia baseada na indiferença à dor de ânimo oposta aos males e agruras da vida. Foi bastante influenciada pelas doutrinas cínica e epicurista, além da clara influência de Sócrates.
Toda essa argumentação filosófica pode servir para esconder um ranzinza que existe por trás de cada um de nós, para justificar nossa frieza perante o mundo e suas mazelas, mas o verdadeiro estoicista o é quando em situação melhor não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas. Utiliza-se delas, mas não as torna o sentido da vida.
Tenho uma amiga (irmã de coração) chamada Cristiane Rocha que sabe perfeitamente o que estou falando. Sem querer, eu vou percebendo que existe muita coisa para eu descobrir ainda Cris, mas em 2005 conversavamos sobre isso sem ao menos eu ter muita noção sobre isso. Por ser curioso demais, nunca saberei tudo o que quero. Me concentro um pouquinho mais nas artes, mas posso conseguir me aprofundar um pouco mais daqui um tempo.
Do futebol nada sei, tive minha primeira experiência no estádio, embora insista em explicitar como arena, mas como Clarice (Lispector) me ensinou em um de seus textos “é bom reter o drama como as rédeas de um cavalo, porque minha tendência é ao excessivo”.
Pois bem, explico: Num país chamado Brasil, confesso envergonhada que fora as vezes que assisti por televisão, só assisti a um jogo de futebol na vida, de corpo presente, e foi ontem. Diante aquele mundaréu de pessoas, estava lá eu, sem torcer para time algum, com a assumida ignorância sobre o futebol, mas envolta aos diálogos sobre Pierre, Robert, Marcos e todos os outros que se apresentavam em campo, inclusive o juiz e a coitada da mãe dele –que mesmo longe aparecia sempre presente, em qualquer cobrança ou a negação de cobrança da falta.
O jogo era Palmeiras e ... um time do Belém. Quem me levara continha toda a paciência para explicar-me algumas das regras básicas sobre o jogo, ainda que não despregasse os olhos do campo, como eu, a diferença é que ele entedia tudo. Ainda que curiosa, me controlei para não perguntar mais do que o necessário para não atrapalhar o espetáculo, que de fato, nada tem de balé, mas insisto é uma luta voraz de corpos sobre a posse da bola, com o único objetivo, desbancar a defesa com passes rápidos e objetivos e assim marcar o gol. Aliás, quando o gol saiu, mudara todo o cenário dos espectadores, que até então estava desolado e ‘reclamão’. Enquanto a arena apreendia os olhos de todos aqueles torcedores, em sua maioria homens, porque isso é interessante, existem mulheres, mas é como se elas estivessem seguindo seus homens, como numa guerra, no que eles acreditam. As crianças, na maioria uniformizadas, já na metade do primeiro tempo se perdiam em brincadeiras entre elas e só delas, nem se importando no que acontecera lá em baixo na arena.
Enquanto a luta em campo acontecia, na torcida os palpites e certezas dos torcedores, sempre era discordante do fato real, o jogo em si. Uns opinavam na troca dos jogadores, outros das penas sancionadas, outros apenas repetiam os hinos que evidenciam a paixão sobre o time. Por falar em paixão, essa é a única que desde o início é fácil perceber num jogo de futebol. Lá, naquela arena o ponto motivador é entender a paixão. Por mais que haja desacordos, a paixão existe e une todos num coro forte, uniforme e envolvente. Uns tem a paixão trazida pela nostálgica companhia do pai, outros pela experiência de vencedor, mas todos, sem exceção não se distanciam da paixão arrebatadora.
Nesse envolto de emoções, a sociologia, quiçá a psicologia, está presente, mas tais como ciência, aquela que explica as relações precisa de mais observação para uma análise séria sobre o assunto. O resultado foi 1x0 para o time da casa, e para o futebol que me provou ao menos naquela experiência que sem emoção não se pode viver.
Com a ignorância sobre o assunto, só me atrevo a dizer, é um mundo espetacular impossível de não se envolver, ainda mais num país adjetivado futebol.
P.S.:Excetuando o vídeo que eu coloquei para ilustrar a matéria, não mexi uma só vírgula do texto original escrito por uma mulher que não é do mundo do futebol, mas enxerga muito bem a força cultural que esse esporte tem no Brasil. Vale apenas observar que a diversidade humana permite que um produtor cultural (ainda que do meio musical) diga que futebol não representa em nada a nossa cultura.
Essa expressão é utilizada por aqueles que se sentem deslocadas da maioria das outras pessoas. Não seguem seus padrões e comportamentos. Não gostam de ser rotuladas e não fazem política de boa vizinhança para aumentar sua aceitação perante o próximo.
Observadores natos, mas muitas vezes solitários, eles podem viver em seu próprio espaço e causar estranhamento aos que o cercam por serem considerados excêntricos. Isso muitas vezes causa um sentimento de transtorno nos "outsiders". Freqüentemente vão ao cinema, ou a outros locais só.
A arte acaba sendo um lugar de grande vazão para essas pessoas que sentem-se afastadas do cotidiano convencional. Em outras profissões fica extremamente complicado externar seu pensamento, suas idéias e seu mundo. Na arte encontram espaço para sua visão particular e chegam a ganhar respeito e seguidores mesmo possuindo uma estética diferente, mas conviver com eles não é necessariamente fácil. Por vezes são de difícil temperamento e suas vidas amorosas podem ser conturbadas. No final, fecham-se por não se adaptarem as regras e estruturas da sociedade, ou no mínimo, não aceitarem tais regras.
Não acho que se definir como um "outsider" seja necessariamente bom. É apenas uma constatação de que somos assim e isso pode fazer com que consigamos viver de uma forma um pouco mais harmoniosa. Isso não é uma questão de modismo, ortodoxia ou mesmo jargão. É apenas a constatação da diversidade humana.
Penso que exista mesmo dentro das artes caminhos. Existem pessoas que optam por ser "famosos" ou ganhar muito dinheiro e não os julgo de forma alguma. Cada um sabe o que é o melhor para si. Apenas acredito que o verdadeiro artista deva ser um transgressor.
Em seu sentido literal, transgressão significa passar além, atravessar, ultrapassar, noções que pressupõem a existência de uma norma que estabelece e demarca limites. Seu significado transitou da esfera geografica, na qual fixava o limite para as águas do mar à concepção ético-filosófica, que abriga desde preceitos morais e religiosos até as leis do Estado. Daí, as contraposições entre bem e mal, mandamento e pecado, código e infração.
Não quero dizer que devemos andar fora da lei ou de preceitos religiosos, mas a transgressão que falo está no ato de movimentar-se além do domínio convencionado, o teste, desafio de limites, mistura de heterogeneidades, ultrapassando os resultados esperados, proporcionando novas saídas e soluções ao caminho de sempre, criando assim novas percepções. Prazeres, descobertas e experiências novas em outras palavras.
Também não estou defendendo que simplesmente experimente-se qualquer coisa em busca do novo. Ou que seja, a desculpa para justificar a falta de conhecimento. Grandes artistas geralmente tem o domínio da técnica e uma inquietação para a obtenção de novos resultados. Com esse momento de extrema velocidade das comunicações, muitos artistas pararam de procurar o novo e querem copiar a fórmula que deu certo. Cada um escolhe o seu caminho, mas definitivamente eu adoro os transgressores e mesmo clássicos como Beatles, Charlie Parker ou Beethoven tiveram os seus momentos de transgressão. Pensem nisso e transgridam...
Se esse termo nada te diz, procure ler "A República de Platão". Muitas vezes é assim que me sinto. Enxergando as coisas distorcidas. Outro grande problema que sinto é que estando na caverna, ou fora dela, a pessoa sempre acha que o seu ponto de vista é o correto. Não acredito definitivamente que exista uma verdade absoluta. Sendo assim, quero errar em paz...
Sou uma pessoa que não está nem aí para nada e quero ser um errante na vida? De forma alguma. Apenas quero errar com os meus próprios erros e não com o erro dos outros...
Quem me conhece de perto (e podem apostar que são poucos), sabe que eu sou o "rei das teorias sem o menor fundamento científico". Aliás, existem aqueles como o meu amigo Marcos Maia (arquiteto, poeta, baterista do 4º Elemento entre outros), que acreditam que eu deva escrever um livro e olhe lá se eu também não acredite nisso. Uma das minhas inúmeras teorias é que a expectativa é fator determinante para a sua percepção de algo.
Muitas são as vezes em que determinado livro ou filme(ou qualquer outra coisa) nos é apresentado, e com uma empolgação tão grande daquele que o apresentou que você pensa: Só isso? E aquelas vezes em que você está caído na frente do seu televisor e começa um filme em que você não tem a menor expectativa e o acha bárbaro...lógico, você não esperava nada e dessa forma, suas expectativas só poderiam ser ultrapassadas.
Certa vez conversava com o amigo Reynaldo Bessa (músico e escritor) que acabou dizendo que não lê as resenhas dos livros que lhe são oferecidos. Lê-os ao fim, apenas para discordar do que leu. Eu já tive uma experiência em que descartei por completo a possibilidade de ouvir um disco após ler uma exasperada crítica de um trabalho e qual não foi a minha surpresa ao ouvir o disco e pirar alguns meses depois. Será que isto aconteceu por eu já não mais ter expectativa alguma?
Dessa forma, adquiri o costume de entrar em um cinema sem saber muitas informações do filme e assim também leio os livros que o acaso me coloca no caminho. Gosto de descobrir coisas interessantes ao acaso. Gosto de sair andando pela rua sem saber onde vou parar. Posso dizer que hoje em dia eu não consiga fazer tanto quanto eu gostaria, mas estar com a possibilidade do novo sem expectativas é bom demais...
Por algum motivo, de alguma forma estou relacionando o que escrevo hoje com os dois dias anteriores. Mesmo que possam parecer completamente descolados um dos outros e podem sim ser lidos separadamente, um raciocínio nasceu do outro. Apenas isso.
Sou tido como uma pessoa teimosa e pelo simples fato de ser mesmo, mas essa minha teimosia está muito mais relacionada com a crença no que deve ser feito do que por ser o dono da verdade. Chego a travar quando fico na dúvida e não pensem que não tenho dúvidas. De certa forma, até posso dizer que sinto-me agraciado pelas dúvidas que me fazem pensar e ser uma nova pessoa. Creio que no dia em que eu não tiver mais dúvida das, não mudar mais as minhas opiniões, serei um homem pior...
Gosto de ler James Joyce, ou um simples blog. Gosto de cinema não hollywoodiano, gosto de ir ver o meu time jogar. Não quero ir quando todos querem, mas provavelmente quererei ficar quando todos voltarem. Gosto de ficar brincando de briga com os pequenos felinos que me cercam. Gosto de ir ao supermercado 3:00h da manhã. De ficar jogado na cama, mas gosto principalmente da liberdade de poder mudar o que quero.
Qual o segredo destes nobres seres? Como eles conseguem passar toda a sua existência com um sorriso no rosto? Seria uma opção consciente por sorrir custe o que custar?
Evidentemente que é muito fácil sorrir quando tudo vai bem em sua vida. Algumas pessoas conseguem ter uma pré-disposição para encarar a vida com bons olhos mesmo em momentos difíceis. E alguns poucos, seres iluminados conseguem sorrir, custe o que custar. Mesmo quando o seu trabalho não é o que ele sonhou para a vida.
Algumas pessoas, mesmo quando postas a prova conseguem manter a calma e a serenidade. Seria segurança em sua capacidade? Confiança por saber que são capacitados para as provas mais difíceis da vida?
Só sei que você precisa ter definitivamente um espírito elevado para não se abater mesmo quando a vida parece lhe apresentar um revés. Quando tudo parece conspirar contra você.
Parece que quando Charles Chaplin escreveu o seu conhecido poema intitulado Smile (vale a pena procurar), ele o fez diante de um playmobil.
Minha conclusão é que os playmobis são as criaturas mais evoluídas por terem essa atitude perante a vida, que é optar por ter uma postura positiva aconteça o que acontecer.