domingo, 21 de março de 2010

Ode aos Transgressores



Penso que exista mesmo dentro das artes caminhos. Existem pessoas que optam por ser "famosos" ou ganhar muito dinheiro e não os julgo de forma alguma. Cada um sabe o que é o melhor para si. Apenas acredito que o verdadeiro artista deva ser um transgressor.

Em seu sentido literal, transgressão significa passar além, atravessar, ultrapassar, noções que pressupõem a existência de uma norma que estabelece e demarca limites. Seu significado transitou da esfera geografica, na qual fixava o limite para as águas do mar à concepção ético-filosófica, que abriga desde preceitos morais e religiosos até as leis do Estado. Daí, as contraposições entre bem e mal, mandamento e pecado, código e infração.

Não quero dizer que devemos andar fora da lei ou de preceitos religiosos, mas a transgressão que falo está no ato de movimentar-se além do domínio convencionado, o teste, desafio de limites, mistura de heterogeneidades, ultrapassando os resultados esperados, proporcionando novas saídas e soluções ao caminho de sempre, criando assim novas percepções. Prazeres, descobertas e experiências novas em outras palavras.

Também não estou defendendo que simplesmente experimente-se qualquer coisa em busca   do novo. Ou que seja, a desculpa para justificar a falta de conhecimento. Grandes artistas geralmente tem o domínio da técnica e uma inquietação para a obtenção de novos resultados. Com esse momento de extrema velocidade das comunicações, muitos artistas pararam de procurar o novo e querem copiar a fórmula que deu certo. Cada um escolhe o seu caminho, mas definitivamente eu adoro os transgressores e mesmo clássicos como Beatles, Charlie Parker ou Beethoven tiveram os seus momentos de transgressão. Pensem nisso e transgridam...


É apenas o que eu acho...


P.s.: A ilustração é do transgressor Salvador Dali

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