terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Vira vira vira...



Certamente o ano que menos escrevi no blog. Por aí, passam uma série de fatores. Desde foco em outras coisas, até um certo descaso com este espaço. Tive gente reclamando da minha falta e confesso, eu também senti um pouco de falta, ou saudade, como queira.

A grande verdade é que hoje, tem me incomodado um pouco o fato de que todo mundo tem opinião de mais o tempo todo. Existe uma quantidade absurda de assuntos e todos precisam ter suas opiniões dadas o quanto antes, mas, tal qual uma partida de futebol, as pessoas escolhem um lado ou outro e não penso que seja por aí. A maior descoberta filosófica do ano para mim, foi Slavoj Zizek e ele defende que existe muita coisa entre os dois extremos. Aliás, os extremistas... seja lá de que maneira. O político, o religioso, o torcedor de time... os extremistas... eles me parecem um perigo e como todo mundo tem opinião agora para tudo e tem no subconsciente esse pensamento do 8 ou 80 e temos uma sociedade que me parece mais tensa.

Alguns anos, fazia um tipo de previsão de coisas que aconteceriam no ano vindouro de uma forma cômica que tinha sim a sua pitada de crítica quanto a nossa previsibilidade. Pois bem, esse ano farei de uma forma mais séria...

O ano será um tanto quanto atípico no Brasil. Carnaval um pouco mais tarde que o normal, copa do mundo e ano de eleições. Isso por si só, credencia o ano para um daqueles que o torna único na história (embora todos o sejam). Fora toda a tensão política e a copa do mundo, me parece que a curva de acessibilidade internética pode começar a diminuir. Não no número de novas conexões, afinal, ainda existem milhões de pessoas que não possuem conexão estável diária, mas sim no tempo e na qualidade dos momentos gastos frente ao computador.

O Facebook pode ser destronado esse ano por alguma nova mídia? Ainda penso que não, mas assim como ele desbancou o Orkut, que desbancou o Myspace... Isso de certa forma é inevitável. O Twitter que já parecia dar o que tinha que dar, recupera um fôlego. Seu público parece querer fugir do besteirol que existe no Face (embora tenha gente que bate papo em público no Twitter).

Minha experiência por sinal com o Face me fez permanecer no começo de 2013 longe dela e percebi que perdi trabalho. Voltei a ele, mas espero que no final do ano que vem, veja que vários amigos conseguiram colocar seus projetos em prática. Eu tenho dois muito claros em mente que é publicar alguns escritos meu e uns sons de minha autoria e não só acompanhando outros artistas.

Façamos o ano de 2014 valer. Só depende de nós mesmo não é? É apenas o que eu acho...

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

DesConto de Natal

  • (imagem retirada da internet)

  • A minha lembrança mais remota? Um monte de crianças ao meu redor, assim como eu. Pessoas que hoje eu sequer saberia dizer onde estão, ou mesmo se estão vivas. A primeira pessoa que de fato me recordo é a Dona Ruth. A gente chamava de Dona Rude mesmo e me lembro dela escancarando aqueles dentes pra mim por alguma coisa que eu tivesse feito de errado. Confesso que não achava ruim. Talvez fosse o dito referencial. Eu só fui ficar realmente triste já na escola com a primeira reunião de pais e filhos. Nem a Dona Rude foi. Mandaram uma estagiária lá. Tentei fingir a mesma alegria dos meninos, mas não ensinaram o fingimento para a estagiária. Dali para frente, percebi a falta que o que eu não conhecia, me fazia.
    Entrar na adolescência com esse rombo espiritual foi difícil e notei que ele causava uma outra falta de suporte. O financeiro. Várias foram as ocasiões em que não pude participar de alguma coisa por que não tinha quem pagasse a minha cota. Eu meio que não ia percebendo o quanto isso era ruim, mas devia ser a minha defesa na época. Pelo menos, logo percebi que de dinheiro dava para correr atrás e depois de ser descartado por algumas mocinhas da época por algo que enxerguei como sendo a falta de dinheiro e então, corri ainda mais. Resultado? Trabalhei feito um alucinado, feito alguém que não tinha família (afinal, eu não tinha mesmo) e consegui fazer tanto dinheiro que não tenho nem como gastar.
    Como nunca tive família e por muito tempo, não tive dinheiro, eu era simplesmente descartado de qualquer convívio social e foi isso que as pessoas me ensinaram. De uma forma errada, que não me preenche, mas foi. Eu simplesmente não sei o que fazer com as pessoas. Eu só tratava bem os meus superiores por onde trabalhei e depois que eu cheguei no topo, me senti isolado. As pessoas também não esperam simpatia de minha pessoa. Que eu me desvie 2 minutos que seja para conversar sobre algo corriqueiro. Confesso que até tentei por algumas vezes, mas as pessoas pareciam estranhar demais. Uma vez no banheiro, escutei um funcionário falando para outro que eu só podia querer algo, ou estar tramando alguma coisa para ter sido tão simpático com ele. Fiquei alguns minutos a mais no banheiro, triste, escondido, até ter a certeza que eles já tivessem saído.
    É por isso que eu gosto do natal. Existe essa data socialmente aceita para que eu possa abraçar e sorrir todo mundo. O porteiro do prédio, os funcionários na festa que faço questão de pagar por tudo para que eles possam sentir o quanto gosto deles. Sei lá se gosto deles, ou busco a mim mesmo na aceitação deles. Eu sei que eles são amigos uns dos outros, saem juntos, vão aos botecos juntos. Eles passam o período longe daqui juntos. Essas redes sociais servem para que eu possa ver eles todos juntos em um carnaval sei lá onde. Eu tento me enganar mostrando fotos minha na Estátua da Liberdade, Torre Eiffel ou coisas do tipo. Fotos sempre só onde peço para um desconhecido tirar a foto, onde finjo o mais belo sorriso que a estagiária do orfanato deveria ter feito e volto para casa por vezes praticamente sem ter falado com ninguém. Não sei se bebo para esquecer ou para conversar com o garçom…
    Bom, deixa eu correr aqui por que o dia de natal são sempre dois não é? Vou abraçar mais pessoas e sorrir. Para finalizar a noite, eu vou doar mantimentos aos moradores de rua e nem fico alardeando por causa disso. Conheço pessoas que doam cem reais para uma instituição de caridade e sai no jornal do bairro, redes sociais, o carrinha do mercado comenta. Eu não ligo para isso. Eu só quero um abraço, ainda que ele seja só hoje. Amanhã, eu não tenho mais permissão para ser simpático...




domingo, 1 de dezembro de 2013

Clube da Luluzinha (ou do aplicativo)



Eu como músico, não dou voto absoluto para boas notas. Eu que sou professor, sei que não é pelas notas que se julga um aluno. Eu que sou homem, nunca julguei mulher alguma pelo aplicativo masculino mais antigo que conheço que são as mesas de bares...

Novos tempos? A mulher alcançou a almejada igualdade com os homens em suas mesquinhez? Hum... vamos continuar discorrendo sobre apenas o que eu acho. Eu que sou crítico de cinema não deixo de ver um filme por que li uma má crítica. Mais, eu já gostei de discos (como o ironicamente falando) Lulu do Metallica com Lou Reed.

Deixa eu pensar invertida (e por que não divertidamente) sobre o caso. Eu gostaria de uma garota nota 10? Na boa, o que na vida é realmente nota 10? 9? O que torna um 9? Ela tem que ser linda, cozinhar, passar para mim, entender que eu quero ver futebol, entender que eu quero sair com amigos, entender que eu quero beber, entender que eu estou bêbado, entender um monte de outras coisas, ser boa de cama pra caramba e não ter do que reclamar? 8? Com 8 eu reclamaria de que?

As coisas que eu acho... quem manda bem em tudo o tempo inteiro? Eu mando longe do 10 em muitos aspectos. Sendo assim, com a máxima de que o importante é ser feliz, ter uma companheira passando do 7 já não é bom demais? Pensando em 7 como uma média, eu vou te dizer que 7,5 é bom demais...
Mas a tal Lulu vai derrubar sua moral com um 7 não? E nossas indefectíveis mocinhas parecem que estão querendo investimento sem riscos. Mas esse investimento me parece como uma poupança. Investimento sem muito risco tem um retorno muito baixo. Eu quero logo investir na bolsa de ações e correr riscos. Quebrar a cara aqui e ali de novo, afinal, já quebrei algumas, mas em compensação quando se acerta, os ganhos são fantásticos. 

Lulu me parece fofoca de banheiro, ampliado infinitamente pela internet e pelo anonimato de quem da nota e dicas. O seu anonimato por si só, pode fazer com que alguém ressentida possa entrar e detonar alguém? Bom a jamaicana Alexandra Chong: "Criamos Lulu para encorajar garotas a falar e tomar decisões inteligentes em tópicos que abordam relacionamentos, beleza e saúde." 

Bom, um aplicativo para escolherem por você?

Cuidado little girl. Criadoras e usuárias do Lulu podem responder na Justiça por injúria (pena de um a seis meses de detenção) e difamação (três meses a um ano de detenção, além de pena pecuniária). Luis Felipe Freire é presidente da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes Eletrônicos da OAB, que diz que crime cometido na internet é passível de localização, apesar das participações serem anônimas, e quem está avaliando pode ser responsabilizada, se os comentários forem injuriosos.

Pode ser que eu seja old school demais... mas eu prefiro encontrar uma nota 7 e pintar...



P.S.: Todo mundo já errou na vida em algum aspecto? Erremos, melhoremos como ser humano e vivamos...