Veio a segunda meia maratona onde completei o percurso correndo. Foi difícil? Sim. Me trouxe alegria? Sim e então a vontade de novos desafios. E nesse aspecto, creio que exista uma lacuna entre as distâncias. Não são comuns corridas com mais de 21k e menos de 42k para aos poucos ambientar o aspirante maratonista, mas das possibilidades que se mostram aos corredores de rua, temos a Maratona de São Paulo que oferece e alternativa de 15 milhas (ou 24k). Já é algo e fui eu para mais uma prova.
Querem a boa ou a ruim?
A ruim é que foi uma prova debaixo de um calor nada confortável e eu continuava naquele processo de não estar cem por cento e continuar correndo (um pouco da teimosia de corredor que conhecemos, mas que pode acabar com o futuro em tal prática). Por volta do quilômetro 17, senti que "quebraria", então me preparei mentalmente para concluir 21k (ou mais uma meia maratona) e continuar como desse o restante. Assim foi. Sinalização de 21k e dei uma caminhada para retomar o fôlego. A boa notícia é que daí para frente eu não quebrei mais nenhuma meia maratona (vou considerar as 15 milhas como meia ok? Tendo então 6 meias completas e a primeira que quebrei faltando cerca de 600 metros).
Mas sabe qual foi a melhor do que a boa?
Comecei a chegar cada vez mais inteiro ao final das provas, fui conseguindo melhorar meu tempo (embora ache que se você não é profissional, esse não deve ser o seu único foco).
Meia maratona de Campinas (Foto: Daniela Gianelli)
Abro aqui um parêntese. Não sou corredor profissional ou sequer profissional da area de saúde ou esportiva, então não há embasamento científico do que aqui vou dizer. É apenas a sensação que tenho como praticante da corrida. Dentro desse raciocínio, quem me conhece de perto sempre ouve eu falando: 5k todo mundo que quiser, salvo algum problema, com um mínimo de disciplina corre. 10k seria mais do que ótimo para deixar a saúde em dia. A São Silvestre com seus 15k seria o a prova de superação das pessoas normais, mas ok, se você realmente está adaptado ao mundo das corridas e realmente ama o que faz, 21k ok. Daí para frente, acho que algo acontece na nossa cabeça, pois a maioria das coisas envoltas à maratona é desumano, desnecessário. Sem contar que não tem como, vai afetar sua vida e de seus familiares e pessoas que convivem com você.
Acho que muitas pessoas não deveriam se aventurar nessa viagem (inclusive eu), mas, uma vez que você comprou briga...
Os treinos para uma maratona não precisam necessariamente chegar aos 42k ou até mesmo mais como imaginei inicialmente, mas a carga e o desagaste vai cobrar um preço grande de seu corpo, articulações e até mesmo sanidade mental. Você vai ter que ler bastante sobre o assunto e ouvir pessoas que passaram pela experiência. Elas podem realmente te ajudar muito e você pode perceber inclusive que aquilo que funciona para a maioria das pessoas, não serve para você. Eu teria uma infinidade de coisas para falar a respeito e posso vir a entender minhas palavras sobre. Por hora me detenho no mito do paredão por volta do quilômetro 32. Bem fácil de pesquisar na net para quem desconhece o assunto, mas é uma hora que seu corpo parece não responder mais e os 10k finais se tornam infinitos e inacabáveis.
Pois bem, tenho algumas vantagens ao meu favor quando corro como aguentar o frio de uma forma que todos se surpreendem, mas talvez pela minha compleição física, com quase 1,90 de altura e assim tenho uma sobrecarga para carregar que talvez não me capacitasse inicialmente à este esporte. Resumindo, Me divirto e muito em uma meia maratona hoje em dia. Depois daí eu sofro por uns 3 quilômetros e simplesmente o meu paredão chega por volta dos 24k. Ou seja, daí para frente é um sofrimento que não em faz muito sentido ter como estilo de vida. Volto a lembrar que sofri em meus primeiros 5k, 10k, São Silvestre, 21k, mas depois todos tornaram-se prazerosos.
Daqui exatamente uma semana estarei disputando minha primeira maratona em Buenos Aires. Vamos ver como as coisas ocorrerão...
Por hora vamos ficar com a parte boa? Chegada da Run The Night noturna.
Parabéns, muito bom o post e a sua insanidade, e é por isso que amo esse esporte.
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