quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Não voto no PT
Se o PT chegou onde chegou por suas alianças com qualquer partido sem maiores pudores alegando "governabilidade", sua derrocada também parece ter nascido daí. Aliás, nas eleições municipais passadas com a fatídica foto de Lula, Maluf e Haddad, começava a morrer minha crença pelo PT. Naquela ocasião, tinha uma sensação parecida com a de hoje. Parecia só haver candidatos ruins e apenas sabia que não queria o Russomano que pode trazer mais poderes ao Edir Macêdo que teria tv, igreja e estado em suas mãos (ainda que em escala municipal). O que fiz? Votei no Haddad no primeiro turno somente por acreditar que as coisas podem piorar com Celso Russomano com apoio do bispo Edir Macêdo. Uma vez que ele não foi sequer ao segundo turno, abri mão do voto no segundo turno onde Haddad venceu Serra.
Fiquei de olho aberto para ver o que o tal prefeito faria. Para ser sincero, ele não emplacava para mim de forma alguma, sem contar que era muito do marqueteiro ao meu ver, afinal, o ibope que ele tinha quando aparecia tocando guitarra ou andando de bicicleta era absurda e eu me perguntava, mas e daí? Onde isso ajuda efetivamente na administração municipal?
Fui, sou e serei muito crítico em relação à algumas coisas como a redução de velocidade nas marginais e tive uma amiga "desfazendo amizade virtual" em virtude do texto escrito. Segue o link para ver minha crítica, mas quer saber? Dou o braço a torcer nesse sentido. Embora ache que possa sim existir uma indústria de multa, não sinto efetivamente perda de tempo no trânsito por isso. Aliás, dizem que estatisticamente ganhamos tempo, mas se houve menos mortes, já é o suficiente para repensar. Quanto à questão da indústria de multa, é só não andar fora da lei. O óbvio que parece coisa de outro mundo.
Ciclovias? Também tenho minhas críticas, mas ao menos ele fez algo que afeta positivamente na qualidade de vida e mobilidade urbana. Sinto inclusive lampejos de andar de bicicleta pela cidade.
A questão é que por essas e outras, me via com voto decidido por Erundina e sua postura menos PT que parece o PMDB se aliando a qualquer coisa para a manutenção do poder. Aliás, a coligação do PT é com quem mesmo nessas eleições? Parece que a história absurdamente recente não lhes ensinaram nada.
Daí penso sobre as maiores críticas que se fazem ao Haddad e tentando ser coerente com o que professo, devo dizer que só posso ver o velho pensamento futebolístico e defesa de times não importando o que for. Não importando se você está certo ou errado. Importa apenas a sua bandeira para bater no peito na mesa de bar que estava certo. Como nos tornamos tão presunçosos e arrogantes?
Para finalizar sem adentrar em muitos termos técnicos ou estatísticas para provar isso ou aquilo outro, lembro ainda que Haddad recuperou dinheiro proveniente de corrupção e curiosamente, daquele mesmo senhor que se juntou a ele na foto com Lula. Posso estar completamente enganado, mas não tenho conhecimento na história da política brasileira de algum político que tenha recuperado dinheiro de corrupção e então, confrontando a administração de Haddad com a grandiosa maioria dos prefeitos passados e somados a isso o fato de não querer nem Russomano como Dória que é simplesmente um aventureiro abanado no mundo da política sem a menor tradição na cultura, e decidi que voto em Haddad, assim como para vereador, voto em Eduardo Suplicy mesmo achando que sua versão garotão na internet mereça lá suas críticas também. Mas quem não merece críticas? Eu certamente tenho meus erros. Você não os tem?
A questão para mim nesse momento não se trata de partido e sim de olhar do que se tem e se somos coerentes com o que realmente queremos para a cidade.
Volto a dizer, não voto no PT (e não tenho votado nas eleições passadas), mas dessa vez voto em Haddad e Suplicy exceto cheguem Haddad e Erundina no segundo turno onde votaria nela...
Se lhes calhou de serem do PT, aí já é outra história, pois no PT pelo PT não voto...
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
O lado que ninguém conta de se chegar em uma maratona II
Antes de tudo, aqui está a primeira parte caso queiram saber como tudo começou:
Uma vez que aquele primeiro desejo de correr uma São Silvestre estava realizado, pensei que pararia por aí. Não me via de forma alguma correndo meia-maratona. Que dirá uma maratona. Lembro-me perfeitamente quando ainda antes da primeira São Silvestre vi um corredor falando na Usp que fazia uma meia todo sábado por lá treinando e fiquei pensando o quão louco era um cara desses sem saber que viria a ser louco dessa forma, mas tudo começou quase sem querer com um convite/desafio de um amigo de Minas Gerais que ganhou inscrição para a Volta da Pampulha.
Com o apelo televisivo, a Volta da Pampulha era outra corrida que eu gostaria de fazeer, mas sendo em outra cidade nunca nem tinha pensado, mas ganhando a inscrição... Primeiro me dou conta que a distância era de 18k. Eu havia já corrido 15k com a São Silvestre e havia ainda uns 3 meses para eu acrescentar 3 quilômetros a mais em minha bagagem de corredor para encarar o novo desafio e assim fui para Belo Horizonte com minha primeira viagem para correr fora (teve Carapicuíba antes, mas vamos combinar que isso é quase um bairro de São Paulo né?).
A expectativa estava de volta semelhante ao dia da São Silvestre. A maior diferença é que dessa vez eu estava com esse meu amigo e um outro amigo dele corredores mais experientes e com distâncias de ultra maratona em seus históricos. A volta da Pampulha era quase treino de tiro para eles e ainda por volta do segundo ou terceiro quilômetro, deixei os caras seguirem em frente e e me encontrei com eles na chegada.
A sensação que se passou voltando para casa com aquela medalha é que ela era-me mais importante que a São Silvestre pela distância maior alcançada. Uma semana depois, corria a Sargento Gonzaguinha que seria para mim preparativo para a São Silvestre de 2015 e já sentia alguns incômodos pelo corpo que pareceu culminar com uma dor absurda no joelho direito no dia 26 de dezembro em um treino que simulava a São Silvestre com o mesmo trajeto. Senti no meio do caminho entre os quilômetros 7 e 8 e estando o carro parado no final do trajeto, forcei a barra.
Abre-se grandiosos parênteses. Essa contusão era uma mistura de over training com falta de acompanhamento profissional ou conhecimento meu. A questão é que falei com uma fisioterapeuta e ela me disse que daquela forma eu não correria uma São Silvestre em uma semana. Eu disse para ela duas coisas. Um, eram apenas 5 dias e dois, eu correria.
Lógico que eu tinha em mente que eu poderia agravar de tal forma uma lesão que talvez não mais pudesse correr, mas paguei o preço por não ser atleta profissional. Não quero aqui de forma alguma incentivar a fazer o que eu fiz. Apenas alertar que numa dessas, você pode não correr nunca mais.
Resultado: Dois dias de cama, tensores nos joelhos, faixa sub patelar e terminei a São Silvestre decidido a cuidar de mim mesmo para poder continuar correndo. A questão é que o bicho da corrida já havia me pego e a primeira coisa que fiz ao terminar a Volta da Pampulha, foi-me inscrever para a Meia Maratona de São Paulo em fevereiro, mas obedeci esse sinal do corpo.
Comecei a fazer pilates para fortalecer musculatura e fui correr uma Eco Race no Parque ecológico do Tietê com os mesmos 18k para treinar para a meia em um sofrimento sem fim. Sofri bastante. Caminhei muito, mas ali eu percebi que realmente gostava de correr. Justo ao perceber que realmente eu poderia não mais correr. A questão é que aquela medalha de 18k estava empatando com a Volta da Pampulha em importância para mim e só quem corre para saber como cada corrida é absolutamente única.
Em fevereiro chegou a Meia maratona da cidade de São Paulo e com a ajuda do pilates, eu tinha melhoras consideráveis, mas essa prova foi sofrida pelo percurso mesmo, sem contar que na metragem de quase todo mundo dava cerca de 21k e 700 metros. Ali pela primeira vez eu corri a prova inteiro e quando já avistava a chegada no estádio do Pacaembu, eu abdiquei do ego de dizer que fiz a corrida inteira sem parar, ou "quebrar" como dissemos. Me restavam cerca de 600 metros. eu poderia e conseguiria, mas sentia meu corpo completamente quebrado e pensando no futuro, disse para mim mesmo que não precisava. Terminava assim minha primeira meia maratona andando e pronto. Depois eu mal tinha forças para ir para o carro. Aliás, não tive mesmo. A Daniela, minha mulher foi buscar para mim. Aquela medalha de meia estava valendo mais do que todas, mas a vontade de correr crescia...
Uma vez que aquele primeiro desejo de correr uma São Silvestre estava realizado, pensei que pararia por aí. Não me via de forma alguma correndo meia-maratona. Que dirá uma maratona. Lembro-me perfeitamente quando ainda antes da primeira São Silvestre vi um corredor falando na Usp que fazia uma meia todo sábado por lá treinando e fiquei pensando o quão louco era um cara desses sem saber que viria a ser louco dessa forma, mas tudo começou quase sem querer com um convite/desafio de um amigo de Minas Gerais que ganhou inscrição para a Volta da Pampulha.
Com o apelo televisivo, a Volta da Pampulha era outra corrida que eu gostaria de fazeer, mas sendo em outra cidade nunca nem tinha pensado, mas ganhando a inscrição... Primeiro me dou conta que a distância era de 18k. Eu havia já corrido 15k com a São Silvestre e havia ainda uns 3 meses para eu acrescentar 3 quilômetros a mais em minha bagagem de corredor para encarar o novo desafio e assim fui para Belo Horizonte com minha primeira viagem para correr fora (teve Carapicuíba antes, mas vamos combinar que isso é quase um bairro de São Paulo né?).
A expectativa estava de volta semelhante ao dia da São Silvestre. A maior diferença é que dessa vez eu estava com esse meu amigo e um outro amigo dele corredores mais experientes e com distâncias de ultra maratona em seus históricos. A volta da Pampulha era quase treino de tiro para eles e ainda por volta do segundo ou terceiro quilômetro, deixei os caras seguirem em frente e e me encontrei com eles na chegada.
A sensação que se passou voltando para casa com aquela medalha é que ela era-me mais importante que a São Silvestre pela distância maior alcançada. Uma semana depois, corria a Sargento Gonzaguinha que seria para mim preparativo para a São Silvestre de 2015 e já sentia alguns incômodos pelo corpo que pareceu culminar com uma dor absurda no joelho direito no dia 26 de dezembro em um treino que simulava a São Silvestre com o mesmo trajeto. Senti no meio do caminho entre os quilômetros 7 e 8 e estando o carro parado no final do trajeto, forcei a barra.
Abre-se grandiosos parênteses. Essa contusão era uma mistura de over training com falta de acompanhamento profissional ou conhecimento meu. A questão é que falei com uma fisioterapeuta e ela me disse que daquela forma eu não correria uma São Silvestre em uma semana. Eu disse para ela duas coisas. Um, eram apenas 5 dias e dois, eu correria.
Lógico que eu tinha em mente que eu poderia agravar de tal forma uma lesão que talvez não mais pudesse correr, mas paguei o preço por não ser atleta profissional. Não quero aqui de forma alguma incentivar a fazer o que eu fiz. Apenas alertar que numa dessas, você pode não correr nunca mais.
Resultado: Dois dias de cama, tensores nos joelhos, faixa sub patelar e terminei a São Silvestre decidido a cuidar de mim mesmo para poder continuar correndo. A questão é que o bicho da corrida já havia me pego e a primeira coisa que fiz ao terminar a Volta da Pampulha, foi-me inscrever para a Meia Maratona de São Paulo em fevereiro, mas obedeci esse sinal do corpo.
Comecei a fazer pilates para fortalecer musculatura e fui correr uma Eco Race no Parque ecológico do Tietê com os mesmos 18k para treinar para a meia em um sofrimento sem fim. Sofri bastante. Caminhei muito, mas ali eu percebi que realmente gostava de correr. Justo ao perceber que realmente eu poderia não mais correr. A questão é que aquela medalha de 18k estava empatando com a Volta da Pampulha em importância para mim e só quem corre para saber como cada corrida é absolutamente única.
Em fevereiro chegou a Meia maratona da cidade de São Paulo e com a ajuda do pilates, eu tinha melhoras consideráveis, mas essa prova foi sofrida pelo percurso mesmo, sem contar que na metragem de quase todo mundo dava cerca de 21k e 700 metros. Ali pela primeira vez eu corri a prova inteiro e quando já avistava a chegada no estádio do Pacaembu, eu abdiquei do ego de dizer que fiz a corrida inteira sem parar, ou "quebrar" como dissemos. Me restavam cerca de 600 metros. eu poderia e conseguiria, mas sentia meu corpo completamente quebrado e pensando no futuro, disse para mim mesmo que não precisava. Terminava assim minha primeira meia maratona andando e pronto. Depois eu mal tinha forças para ir para o carro. Aliás, não tive mesmo. A Daniela, minha mulher foi buscar para mim. Aquela medalha de meia estava valendo mais do que todas, mas a vontade de correr crescia...
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
O lado que ninguém conta de se chegar em uma maratona.
Vejo as pessoas escrevendo sob seus feitos e superações de dor inclusive para se vencer determinadas distâncias e isso as vezes me incomoda. Acho que isso é um pouco em função do nossas vidas editadas nas redes sociais, afinal de contas, mostramos apenas o quanto estamos ultra bem e felizes, afinal, é só isso que vemos de nossos amigos que podem estar na pior, mas que em suas edições, souberam se vender bem, mas voltemos então quando eu ainda era criança e essa possibilidade não existia.
Final de ano na casa dos avós e para quem é mais velho, lembra que a São Silvestre passava meia-noite com os corredores literalmente correndo para a ano novo. Dessa época, me lembro claramente do equatoriano Rolando Vera e da portuguesa Rosa Mota que ganharam inúmeras vezes a prova. Ali foi-me instigada a vontade de correr, mas embora tenha praticado esporte por toda a vida (inclusive umas corridas esporádicas), foi preciso uma partida de futebol entre alunos e professores onde eu com uns 2 minutos e uns 3 piques já estava completamente morto. Isso ali pelos idos de 2006. Finda a partida e resolvi que eu precisava alterar esse quadro e algum tempo depois comecei a dar umas corridas de uma forma completamente diferente das de hoje. Sem relógio e eu sequer sabia o quanto corria dando algumas voltas no entorno de casa.
Uma frequência consistente de corrida demorou um pouco para acontecer e eu chegava a passar alguns meses sem correr para recomeçar praticamente do zero, mas aos poucos comecei a correr com mais compromisso para comigo mesmo e a São Silvestre começou a rondar meus pensamentos de novo. Era por causa dela que eu queria correr e fui então ver as reais possibilidades. 2012 eu já estava determinado a correr a São Silvestre, mas tanto nesse ano quanto no posterior por acidentes caseiros em nada relacionado com corrida, abortei a missão. Parava mais um tempo e voltava praticamente do zero de novo.
Em 2014 eu já procurava ler coisas sobre corrida na rua e enfim me inscrevi para uma corrida de 5k. Aquilo me gerou a famosa expectativa sobre a primeira prova e acordar ainda com o dia escuro. Não me esquecerei do dia e da prova e todo aquele clima no ar. A questão é que como eu havia lido, comecei com uma prova de 5k quando já corria pouco mais de 10k, mas o que pensam que aconteceu?
Eu simplesmente "quebrei". E quebrei por falta de experiência mesmo. Uma coisa era correr só e no meu tempo, outra foi largar com as pessoas que acabaram por minha inexperiência puxando o meu ritmo muito para cima. Uma decepção comigo mesmo e a alegria pela primeira medalha.
Dessa prova e do ambiente, fiquei sabendo de uma assessoria de imprensa que sortearia acompanhamento por cerca de 3 meses visando a São Silvestre. Bastava eu terminar 10k dentro de uma hora. Quem assim o fizesse estaria apto ao sorteio e treinei para tal dia. O problema para mim, foi o calor que fazia visto que era a primeira vez que eu corria aquele horário. 9h da manhã visando exatamente a São Silvestre. Com 6k me deu uma dor de cabeça proveniente disso, mas não só terminei dentro do limite estipulado quanto fui sorteado e isso me deu uma boa rotina de treino, mais acompanhamento. Nesse intervalo, corri oficialmente meus primeiros 10k e finalmente cheguei em minha São Silvestre. Ao término dela, fiquei aguardando alguns amigos que corriam pela primeira vez também chegarem e só fui embora quando tive certeza de ver todos.
Caminhando, cheguei no carro, entrei e extremamente cansado sentei e chorei. Era um choro na verdade de alívio e alegria por ter alcançado minha meta de quem começou a correr. Mal sabia eu naquele momento que algum tempo depois eu ia querer mais.
Se quiser saber como foi minha primeira São Silvestre, clique aqui, mas algum tempo depois eu descobriria que novos desafios fariam parte de minha vida e em breve eu continuo essa história.
Final de ano na casa dos avós e para quem é mais velho, lembra que a São Silvestre passava meia-noite com os corredores literalmente correndo para a ano novo. Dessa época, me lembro claramente do equatoriano Rolando Vera e da portuguesa Rosa Mota que ganharam inúmeras vezes a prova. Ali foi-me instigada a vontade de correr, mas embora tenha praticado esporte por toda a vida (inclusive umas corridas esporádicas), foi preciso uma partida de futebol entre alunos e professores onde eu com uns 2 minutos e uns 3 piques já estava completamente morto. Isso ali pelos idos de 2006. Finda a partida e resolvi que eu precisava alterar esse quadro e algum tempo depois comecei a dar umas corridas de uma forma completamente diferente das de hoje. Sem relógio e eu sequer sabia o quanto corria dando algumas voltas no entorno de casa.
Uma frequência consistente de corrida demorou um pouco para acontecer e eu chegava a passar alguns meses sem correr para recomeçar praticamente do zero, mas aos poucos comecei a correr com mais compromisso para comigo mesmo e a São Silvestre começou a rondar meus pensamentos de novo. Era por causa dela que eu queria correr e fui então ver as reais possibilidades. 2012 eu já estava determinado a correr a São Silvestre, mas tanto nesse ano quanto no posterior por acidentes caseiros em nada relacionado com corrida, abortei a missão. Parava mais um tempo e voltava praticamente do zero de novo.
Em 2014 eu já procurava ler coisas sobre corrida na rua e enfim me inscrevi para uma corrida de 5k. Aquilo me gerou a famosa expectativa sobre a primeira prova e acordar ainda com o dia escuro. Não me esquecerei do dia e da prova e todo aquele clima no ar. A questão é que como eu havia lido, comecei com uma prova de 5k quando já corria pouco mais de 10k, mas o que pensam que aconteceu?
Eu simplesmente "quebrei". E quebrei por falta de experiência mesmo. Uma coisa era correr só e no meu tempo, outra foi largar com as pessoas que acabaram por minha inexperiência puxando o meu ritmo muito para cima. Uma decepção comigo mesmo e a alegria pela primeira medalha.
Registro de minha primeira corrida oficial
Dessa prova e do ambiente, fiquei sabendo de uma assessoria de imprensa que sortearia acompanhamento por cerca de 3 meses visando a São Silvestre. Bastava eu terminar 10k dentro de uma hora. Quem assim o fizesse estaria apto ao sorteio e treinei para tal dia. O problema para mim, foi o calor que fazia visto que era a primeira vez que eu corria aquele horário. 9h da manhã visando exatamente a São Silvestre. Com 6k me deu uma dor de cabeça proveniente disso, mas não só terminei dentro do limite estipulado quanto fui sorteado e isso me deu uma boa rotina de treino, mais acompanhamento. Nesse intervalo, corri oficialmente meus primeiros 10k e finalmente cheguei em minha São Silvestre. Ao término dela, fiquei aguardando alguns amigos que corriam pela primeira vez também chegarem e só fui embora quando tive certeza de ver todos.
Caminhando, cheguei no carro, entrei e extremamente cansado sentei e chorei. Era um choro na verdade de alívio e alegria por ter alcançado minha meta de quem começou a correr. Mal sabia eu naquele momento que algum tempo depois eu ia querer mais.
Se quiser saber como foi minha primeira São Silvestre, clique aqui, mas algum tempo depois eu descobriria que novos desafios fariam parte de minha vida e em breve eu continuo essa história.
terça-feira, 13 de setembro de 2016
Tchau querido
É nesse nível que nossa política tem andado. Dê revanchismo. De todas as formas possíveis e infelizmente bem rala.
O processo de cassação de Cunha acabou tem poucos minutos e cá estou eu escrevendo impressões sobre, não tendo dúvida que o lado que reclamou do "tchau querida" deve estar "descontando" com um "tchau querido".
Também não me venham dizer que isso é uma prova que o processo contra Dilma não foi a da mais pura politicagem. Foi apenas conveniente. Eleitoralmente conveniente, afinal, 450 x 10 (e 9 que se omitiram). Ninguém esperava um placar desse e se assim o fizeram, foi por medo das eleições que estão chegando. Tentaram apenas garantir a manutenção de seus cargos...
Pode ser o começo de uma mudança? Não creio que, mas gostaria que fosse. Eu na verdade espero a delação premiada de Cunha e que caiam os 150 que ele disse que levaria junto. Cunha aliás já disse que vai escrever um livro. Escreva. Não tenho dúvidas de que será um sucesso de vendas (embora não tenha certeza que será totalmente verdadeiro o que por lá estiver escrito).
A questão é:
Já deu a hora de ficarmos apenas no "Tchau querido". O Brasil precisa de mais e talvez seja a hora da população começar a olhar por reais interesses do que apenas o lado da moeda que lhe convém...
Não tenho a menor dúvida de que temos tempos sombrios pela frente. O processo desencadeado pelo impeachment de Dilma trouxe uma instabilidade política que deve durar alguns anos para se reestabelecer e a essa altura do campeonato, talvez seja realmente necessário abalar de vez as estruturas para que se possa tentar reconstruir algo e de preferência, dentro de um outro formato. A tal da reforma política já está mais do que na hora de submergir desse lodo.
Por hora, o caminho talvez que nos reste seja um Fora Temer e Fora Renan...
domingo, 11 de setembro de 2016
Arte da mentira
Ontem mesmo havia escrito sobre a percepção das manifestações estarem se alterando de alguma forma de quem vê apenas do lado de fora. Aliás, o próprio Michel Temer parece ter modificado seu discurso sobre as atuais manifestações.
Como ontem, também haveria uma manifestação da qual eu não tinha ideia e dessa vez, houve muitas mães com crianças de colo e o que me cansa as vezes, são argumentos que parecem ser vociferados sem o menor questionamento sobre o que se fala. Eu já mudei opiniões sobre coisas pensadas com tempo. Fico imaginando desse internauta que fala alguma coisa impensadamente após se deparar com algum novo fato.
Uma grande birra que lia nos comentários ontem é que as mães levarem as crianças era um "tática comunista de escudo humano".
Embora eu não tenha coragem de fazer algo do tipo (afinal de contas, não levaria nem para um estádio de futebol, que dirá de manifestações coibidas pela PM), o que pensam essas pessoas? Que de fato as usariam como escudos? Ok, Vamos partir do ponto que simbolicamente sim. A polícia não interviria com violência por portarem crianças de colo, mas se ela já fez isso contra crianças e idosos, não poderia fazer novamente? Não seria um risco enorme para uma mãe (pai, tio, vó, professor) colocar em uma criança? Depois de um ataque, seriam elas literalmente escudos? E se precisarem atacar para se defender? Usam as crianças como tacapes?
Sinceramente não penso ter fundamento nessa linha de raciocínio. Volto a dizer que não faria isso, o que não significa que eu pense que esta é a "função" das crianças nas ruas.
Aliás, para finalizar, em redes sociais encontrei a foto da capa do The Economist:
Como ontem, também haveria uma manifestação da qual eu não tinha ideia e dessa vez, houve muitas mães com crianças de colo e o que me cansa as vezes, são argumentos que parecem ser vociferados sem o menor questionamento sobre o que se fala. Eu já mudei opiniões sobre coisas pensadas com tempo. Fico imaginando desse internauta que fala alguma coisa impensadamente após se deparar com algum novo fato.
Uma grande birra que lia nos comentários ontem é que as mães levarem as crianças era um "tática comunista de escudo humano".
Embora eu não tenha coragem de fazer algo do tipo (afinal de contas, não levaria nem para um estádio de futebol, que dirá de manifestações coibidas pela PM), o que pensam essas pessoas? Que de fato as usariam como escudos? Ok, Vamos partir do ponto que simbolicamente sim. A polícia não interviria com violência por portarem crianças de colo, mas se ela já fez isso contra crianças e idosos, não poderia fazer novamente? Não seria um risco enorme para uma mãe (pai, tio, vó, professor) colocar em uma criança? Depois de um ataque, seriam elas literalmente escudos? E se precisarem atacar para se defender? Usam as crianças como tacapes?
Sinceramente não penso ter fundamento nessa linha de raciocínio. Volto a dizer que não faria isso, o que não significa que eu pense que esta é a "função" das crianças nas ruas.
Aliás, para finalizar, em redes sociais encontrei a foto da capa do The Economist:
Art of the lie, ou "Arte da mentira". Em suma, o artigo coloca culpa na própria mídia por algumas razões, mas alerta que fazemos parte desse processo (e culpa). Mentiras absurdas de Trump, Erdogan e Putin são jogadas na net e simplesmente compartilhada (e óbvio que no Brasil). A grande maioria das pessoas simplesmente preferem acreditar no que o amigo postou sem checar as informações...
Abramos os olhos apenas. Posso me enganar. Aliás essa é uma outra percepção que tenho no momento. As pessoas simplesmente falam como quem tem certeza absoluta de que estão corretas.
Como diria o músico Felipe Tancini: " O problema não é o que você acha, o problema é o que você tem certeza"
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sábado, 10 de setembro de 2016
As manifestações de hoje são como as de 2013?
Alguma coisa mudou nas atuais manifestações? Não. Pelo menos por enquanto, ainda não e elas pipocam por toda parte. Ontem mesmo teve outra em São Paulo 18h no vão livre do Masp.
A única fagulha de mudança que começo a notar nesse momento, é que jornalistas independentes parecem querer mostrar o que acontece lá de dentro das manifestações e não apenas aquela tomada superficial de alguns orgãos. Alguns advogados independentes também estão se expondo para tentar coibir o excesso promovido pela força do estado e para minha surpresa, alguns meios começam a falar de manifestação "enfim pacífica" ou coisas do tipo.
Na manifestação que fui dia 8 de setembro, via crianças, mulheres, idosos, adolescentes. Gente dos mais diversos perfis e pensava que a absoluta maioridade daquele povo não queria combate físico e apenas ideológico. Que mãe levaria uma criança para uma manifestação para enfrentar policiamento? Isso não me parece muito coerente.
Tentei puxar na memória de greves e manifestações dos operários do ABC que em sua total maioria são homens e não me recordo de confusões e quebra-quebra. Então me parece que tem alguma coisa mal contada aí.
Apesar disso, temos artistas, pensadores, filósofos e uma classe que tem instigado o povo ao pensamento.
Finalmente, o poder que todo mundo tem hoje em dia se ser mídia com seus celulares filmando tudo. Muita coisa já foi questionada através de imagens de manifestantes.
Enfim, ainda vejo as atuais manifestações com os participantes crendo que um lado seja bom contra o outro que é mal. Para piorar tudo, o uso de força repressora vem apenas quando as manifestações se dão contra um único lado e isso é deveras preocupante.
P.S.:Fotos por Demétrius Carvalho
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Olhe com teus próprios olhos
Foto: Juliany Bernardo
Hoje irei para a minha primeira manifestação dessa nova leva. Fui em várias em 2013 quando se tinha a população de uma forma geral contra um governo fosse ele de âmbito municipal, estadual ou federal. Exatamente o motivo pela qual Marcos Maia, amigo de longa data não ia para as tais. Diferente dele, perdi o interesse quando elas se mostraram pró fulano, contra sicrano. Eu não queria defender um lado de um esquema que acho fracassado. De distorções e distorções possíveis, essa semana tomei conhecimento de uma candidata que com apenas um voto vai assumir vaga de vereador no interior de sp.
Tomei partido ao engajar-me em tal manifestação? De certa forma sim, mas na verdade não estou indo exatamente por "Diretas já" ou mesmo um "Fora Temer". Ressalto que abdiquei de meu voto, pela tal falta de representatividade e descrença no sistema vigente (o mesmo sistema que criou brecha para que se tirassem Dilma sem crime constatado). O que não significa que eu fosse a favor do impeachment e defendo o direito de cada pessoa de ser a favor ou não, mas o que se viu na sequência foi um papelão. Um golpe contra a credibilidade da classe política.
Não acredito que exista um lado certo e outro errado nessa imbróglio e a esquerda tem que no mínimo se auto avaliar e entender que chegou onde chegou muito por culpa sua que trouxe o inimigo para dormir consigo. Aliás, quando deixou de ser tão esquerda e se moldou ao esquema perpetuando o jogo político como bem conhecemos.
O que me leva às ruas então?
Em primeiro lugar, o olhar com os meus próprios olhos e tirar minhas conclusões de como agem os manifestantes, mídia e a polícia (interessante ver o que disse Beto Richa em 2012 sobre a polícia)
Foto: Juliany Bernardo
Relembro do Marcos, meu amigo do começo da escrita para dizer-lhe que vou muito por um medo de retrocesso atrás de retrocesso. Basta olhar para alguns países do mundo árabe em décadas passadas e imaginar onde podemos parar...
De direitos em direitos perdidos, podemos entrar em um período nefasto nesse país que teima em ser o eterno país do futuro (afinal de contas, do presente é que não é).
Foto: Juliany Bernardo
Pois paz sem voz não é paz é medo
P.S.: A próxima manifestação em São Paulo é hoje 17h no Largo da Batata.
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