segunda-feira, 14 de julho de 2014

Tapando o sol com a peneira?



Eu que já não sou nenhum garoto, vi a copa de 82 onde mesmo o time perdendo, Telê Santana volta na copa posterior. Infelizmente também não ganha, mas com o fracasso de 90 é que escutei pela primeira vez essa papo de reforma no futebol brasileiro. Então pensemos:

Parreira foi de certa forma uma novidade, ganhou a copa de 94 e notem então o que se segue: 98, volta Zagallo, ex-campeão tanto como jogador como técnico em 70. Perde a copa na final, o que diminui um pouco a lamúria, mas algumas pessoas o tachavam como ultrapassado. 2002? Uma novidade, assim como Parreira em 94 e o título. Daí para frente um incômodo padrão é visto por mim.

2006, chamamos Parreira, ex-campeão como Zagallo em 98. Perda do título de um time muito mais time do que esse de hoje e o papo de Parreira ultrapassado. Queimamos então dois ex-campeões (o velho lobo e Parreira). 2010? Dunga, a novidade como fora Parreira e Felipão. Acontece que esse não vence a copa e foi praticamente com Felipe Melo, "os novos Barbosas".

Ciclos... vamos recorrer aos ex-campeões... assim como Zagallo, Parreira, chega Felipão. Com ele não ganhando, "barboseiam"ele e Fred e pronto. A culpa é dos dois. Nunca do time, nunca de todo o caminho, sem chances de passar pela CBF e claro. Nunca que o time oposto pode de fato ser melhor. Em nossa arrogância não aceitamos perder. Perdemos para nós mesmos por que Felipão e Fred falharam.

Na boa? Essa é a melhor resposta que a CBF pode apresentar. Então aceitamos a própria propaganda que está rolando que um técnico de fora pode mudar a seleção, daqui a pouco, nos apresentam um e pensamos que de fato algo mudou.

Vejam bem, sou completamente de acordo com um Guardiola da vida ou outro técnico vindo de fora com uma visão profissional sobre o futebol, mas não podemos cair na mentira de uma demão de tinta em uma parede cheia de infiltração. Vai parecer lindo, mas daqui a pouco, os mesmos problemas vão aparecer.

A alemanha para chegar onde chegou, começa uma mudança estrutural no ano 2000. Que tenhamos um técnico de ponta (se quisermos continuar na nata do futebol), mas que todo o restante seja assim também e não nos enganemos, se essa seleção brasileira fosse campeã, ninguém aqui estaria discutindo isso e provavelmente seria acusado de coxinha, reaça e etc...

P.S.: A CBF é pura política. O nome de Guardiola foi cogitado antes do de Felipão e Marín teria tido medo de ser considerado culpado caso desse errado, agora, podem jogar essa informação antes para que ele faça depois de ver aprovação popular. Eu acho que poderia ser bom, mas não é o suficiente.

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