sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mudança

Exausto...

Exatas 11 horas em que habito a 26ª casa de minha vida. Normalmente as mudanças me são traumáticas. Sempre me desgasta emocionalmente. Só tenho certeza das 26 casas por ter consultado a minha mãe e verificar essa contagem que começou comigo ainda bebê. Com 6 meses de vida mudei-me de Ituverava (SP) para Paratí (RJ) e daí para frente a saga continuou.

Normalmente, sinto-me triste, mas por vezes existe uma que por algum motivo me alegra. Depois de 3 consecutivas mudanças em que sentia-se arrasado, sinto-me feliz por ter ido para onde fui dessa vez. Embora tivesse morado em bons bairros, apenas agora senti-me satisfeito ao caminhar pelo bairro apesar de todo o cansaço e do turbilhão de problemas que tenho tido ultimamente.

No entanto, o que me motivou a escrever hoje foi o pensamento de como as vidas das pessoas se cruzam. Como afetam e se afetam simultaneamente mesmo que você sequer conheça a pessoa. Hoje por exemplo, antes mesmo de sair da ex-casa, a nova moradora já chegava e quando eu cheguei na nova casa, o ex-morador também saia. A grande São Paulo chega aos absurdos 22 milhões de habitantes e a vida de 3 pessoas numa quinta-feira se cruzava e dependia uma da outra. Fiquei inclusive imaginando se quando a mulher saiu da casa, tinha alguém chegando e se o que estava em minha casa encontrou outro em sua saindo. 

Talvez eu esteja influenciado por Julius, personagem de A cura de Schopenhauer de Irvin D. Yalom que estou lendo. Julius, um terapeuta repensa a sua vida e o quanto pode ajudar os seus pacientes quando ele se vê com problemas de saúde. Tenho a sensação de que algumas pessoas passaram (assim como eu passei pela vida de algumas) sem acrescentar nada e ando querendo ao menos minimizar essas perdas. 

Se mudei, me afasto de alguns e me aproximarei de outros de uma forma natural, mas as mudanças em minha cabeça nunca são meramente geográficas...


Nenhum comentário:

Postar um comentário