Por Demétrius Carvalho
Pesquisava muito em busca da "lampada mágica de Aladim", até ter sido desencorajado por completo pelas pessoas que diziam que aquilo era apenas um conto infantil,no entanto, aquele conto facinava-o e por mais que se passa-se anos, vez por outra se via procurando. Então um dia ele entra em uma livraria dessas enormes que se encontram em shoppings e que possuem uma variedade assombrosa de títulos e pensou não custar nada tentar encontrar algo. A jovem atendente se esforçou em procurar algo passando pelos setores de magia, ocultismo, fábulas, mitologia e mesmo alquimia, mas nada encontrou e sugeriu de uma forma simpática de quem se entregou na busca que ao menos no setor de literatura infantil ela sabia que ele existia. Apenas sorriu e para ser educado perguntou onde ele estava e novamente a simpática atendente mostrou-se pronta ao atendimento e pediu passagem pelo estreito corredor de livros que estava. Apenas quando chegou na setor infantil percebeu como os outros setores eram carregados. Estreitos, os livros em prateleiras com um pouco mais de 2 metros de altura e tons sombrios e fechados. Caras carancudas de pessoas preocupadas demais com suas vidas e ali naquele setor sentiu-se incrivelmente bem. Amplo, colorido. Cadeiras e mesas dispostas de um lado com cores tranquilizadoramente vibrantes (embora um pouco menores por seus usuários convencionais), ou mesmo grandiosas almofadas com face de elefante ou leão para leitores tão diferenciados.
Sentiu-se bem e pegou o livro em questão e começou a folhear ainda por educação, começou a ler e disse para atendente que a chamava caso fosse levar. Estava então lendo-o por alguns minutos e notou um simpático senhor de barbas longas e grisalhas com o mesmo livro na mão:
— O senhor procura algo para o seu neto?
Calmamente me olhou e respondeu:
— Procuro quem me procura.
— Mas quem o procuraria?— Indagou realmente curioso da resposta que ouviria.
— Os caleidoscópios são procurados insistentemente mas poucas vezes encontrados...
— Fala da lampada de Aladim?
— Falo do nome que as derem. A lampada de mágica de Aladin é apenas mais um nome para o caleidoscópio, mas se me encontrou, encontrou o que queria.
Tirou um papel de dentro de seu casaco que devia ter anos. O papel era de boa qualidade, mas estava amarelado e estava enrolado com uma fita vermelha segurando-o ao melhor estilo pergaminho. Entregou-o e apontou para a mesma mesinha que ele havia visto e que encontrava-se agora as suas costas e disse:
— Ali o que procuras— apontando suavemente com seu indicador direito.
Mesmo sem entender fui apanhar o cilíndrico objeto que continha as mesmas cores do ambiente e quando voltou para questionar o simpático senhor, ficou confuso. Ele estava sozinho na sala. Apenas a jovem atendente regressava mas ela assustou-se com seu nervosismo repentino.
— O senhor que estava aqui? Para onde ele foi?
— Como assim? Estive-o olhando por todo esse tempo e estava sozinho todo esse tempo.
Colocando o caleidoscópio no bolso saiu freneticamente procurando o senhor na livraria e depois pelo shopping, até que deu-se por vencido e chegou a imaginar que tudo não tivesse acontecido em sua cabeça.
Continua...
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