domingo, 16 de maio de 2010

Jaco Pastorius

Estava eu escrevendo sobre Mike Patton dia desses e falei que quando o vi com o Faith no More fui arrebatado imediatamente como raríssimamente me aconteceu outras vezes na vida. Me perguntaram com quem mais. Bem, apresento-vos Jonh Francis Pastorius III. O legendário Jaco Pastorius que simplesmente recriou o instrumento que empunhava. Imagine 1976 e um disco de um baixista com esse sendo a primeira faixa. Donna Lee de Charlie Parker.



Se você desconhece o universo das 4 cordas pode nunca ter ouvido falar em tal criatura, mas no meio musical (principalmente entre os instrumentistas), ele sempre tem seu nome relaconado junto os grandes do jazz. Quando digo que ele recriou o instrumento, o fez de fato. Embora historicamente haja antecessores no baixo-elétrico sem trastes (ou fretless), creio que este homem deu vida a esse instrumento, até mesmo por que se o elétrico veio do acústico, seria natural vir sem os trastes. No entanto ele não funcionou bem. Foi preciso um inquieto rapaz arrangar por si mesmo os trastes e preencher as frestas com Durepox para que tudo mudasse.

Jaco era um virtuose e conseguiria tocar bem qualquer instrumento ao meu ver (e tocava bateria antes), mas escolheu o universo dos graves para ser ouvido. Se alguma pessoa que esteja lendo essa postagem e toca baixo sem trastes e se aventura a tocar essa ou outras músicas de Jaco, sabe que isso pode levar meses ou mesmo anos. Lembro-me que entre um grupo de amigos que tinha, contavamos quem era capaz de tocar Teen Town. Essa composta para o Weather Report que teve sua postagem algum tempo atrás.

Outra vez, solicito a ajuda dos que tocam para lembrar o quão complexo é se aventurar no mundo do jazz e esse rapaz conseguiu entrar em um grupo formato por veteranos mestres dessa arte. Ele havia assombrado o mundo com seu disco ou tocando em outros trabalhos e em seu disco inaugural do Weather Report criaram uma nova vertente musical intitulada fusion.

Ficaria facilmente escrevendo por muito tempo sobre essa criatura que por mim foi descecado musicalmente. Verdade seja dita, quis ser baixista por causa de Jonh Paul Jones, mas Pastorius mudou minha vida. Infelizmente morreu jovem demais. Apenas 33 anos e talvez por estar anos luz na frente. Sabe aquele velho papo do gênio incompreendido? Exatamente isso.

Já vi gente dizendo que toca mais do que ele e me pergunto quem entrou para a história. Quando analisamos arte, temos que entender o contexto histórico. Pesquise como era o baixo antes e depois dele e pronto. Entenderá por que eu e milhares de baixistas o colocamos em qualquer lista.





É apenas o que eu acho...


2 comentários:

  1. Eu também coloco ele na lista.

    Mas, infelizmente, só pode comentar dessa "criatura" como você diz, com quem entende, com quem tem a mente aberta.

    Felipe

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  2. Concordo quando diz que Jaco tocaria bem qualquer instrumento. Isso acontece com aquelas pessoas têm uma musicalidade inata. Esse é o caso de Jaco; as melodias e harmonias fluiam de seus dedos com naturalidade, parecia que tocava sem nenhum esforço, físico ou mental... o dedo ía lá, na corda certa, no traste certo, sempre!! Viva Pastorius! Abraço professor! Tales.

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